Começa plebiscito sobre a Ebserh
Desde terça-feira (2) até o dia 15 de abril, a comunidade universitária e toda a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão expressar sua opinião a respeito da adesão dos Hospitais Universitários Federais à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, através do Plebiscito Nacional sobre a Ebserh organizado pelo ANDES-SN, Fasubra, Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), Fenasps e pela Frente Nacional Contra a Privatização do SUS.
O plebiscito tem por objetivo informar a comunidade universitária e usuários dos Hospitais Universitários sobre da empresa e os riscos que ela apresenta ao SUS e à autonomia universitária. Na avaliação das entidades, a coleta de votos sobre a Ebserh é mais um instrumento que os movimentos sindicais e sociais podem utilizar para ganhar força política e dialogar com a sociedade sobre as consequências da implementação desta empresa por parte do Governo Federal.
Na cédula para a votação, encaminhada na segunda-feira (1) às seções sindicais através da circular 49/2013, aparecem quatro itens que explicam como a Ebserh contribuirá para o desmonte dos serviços prestados nos HU, como a possibilidade de parceria com grupos privados, aumento da terceirização nas contratações e desvinculação dos hospitais às práticas de ensino, pesquisa e extensão das universidades. Confira aqui a cédula.
Os votos coletados serão entregues ao Ministério da Educação (MEC), no dia 24 de abril, em ato durante a Marcha à Brasília, atividade nacional da Jornada de Lutas Unificadas, organizada pelo Espaço de Unidade e de Ação (saiba mais).
Em circular encaminhada na última semana pelo ANDES-SN às seções sindicais, a entidade ressalta a importância e urgência das seções do Sindicato Nacional buscarem articulação com entidades sindicais e estudantis para formação dos comitês nas universidades visando à realização do Plebiscito e orienta sobre a realização do mesmo. Veja aqui.
Confira aqui os demais documentos relacionados ao Plebiscito.
Fonte: ANDES-SN
Participe da Jornada Nacional de Lutas, em Brasília, no dia 24 de abril
ANDES-SN protocola pauta de reivindicações 2013 das Federais junto ao governo
Em entrevista ao jornal O Fluminense, diretor geral do HUAP utiliza argumento tendencioso para defender filiação do hospital à EBSERH
Em matéria publicada em O Fluminense, neste domingo, dia 24 de março, o diretor geral do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Tarcísio Rivello, aliou a realização de novos concursos para contratação de profissionais à filiação do hospital à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A declaração tem como objetivo intimidar a opinião pública e a comunidade acadêmica que é contra a implementação da empresa e fazer a população acreditar na chantagem do Governo Federal de que os HU’s fecharão caso não seja aprovado o contrato com a EBSERH.
“Promovemos três seleções seletivas simplificadas, no entanto, neste momento não podemos mais adotar essa medida porque o fornecimento de mão de obra passou a ser uma ferramenta da EBSEH”, disse Rivello. Ao referir-se ao déficit de funcionários no HUAP, o diretor novamente afirmou a necessidade da EBSERH: “(...) permanecemos com uma carência de pouco menos de 300 profissionais da enfermagem. Mas essa reposição não depende só de nós , passa pela EBSERH via planejamento do MEC”
Entretanto, diferente do que o diretor geral do HUAP afirma, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares não pode ser considerada a única possibilidade de sobrevivência dos HU’s. Afinal, essas unidades já estão consolidadas como Centros de Referência, nos campos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Assistência, têm dotação orçamentária garantida por Lei e mantêm convênios com o Sistema Único de Saúde (SUS) para prestação de assistência à Saúde.
De acordo com a secretária geral da ADUFF-SSind, Claudia March, a principal justificativa para criação da Empresa apresentada pelo Governo Federal é a necessidade de “regularizar” a situação dos funcionários terceirizados dos hospitais universitários em todo o país. Contudo, segundo ela, a proposta apresentada intensifica a lógica de precarização do trabalho no serviço público e na saúde, pois, ao permitir contratar funcionários através da CLT, acaba com a estabilidade e implementa a lógica da rotatividade, típica do setor privado, comprometendo a qualidade do atendimento em saúde.
“A implementação da EBSERH significa o oposto do que têm defendido e reivindicado os trabalhadores da saúde: no lugar do concurso e carreira públicos teríamos o agravamento da precarização do trabalho”, afirma Claudia.
A declaração do diretor do HUAP também não problematiza que os serviços hospitalares, regidos sob a lógica do mercado, prejudicariam a população usuária do Sistema Único de Saúde, pois o ressarcimento dos atendimentos aos usuários dos planos privados de saúde, previsto na Lei 12.550 que criou a EBSERH, resultaria na priorização dos pacientes que tenham planos de saúde, em detrimento do atendimento aos usuários que utilizam exclusivamente o SUS.
Além disso, a gestão do Hospital Universitário Antonio Pedro pela EBSERH, empresa estatal de direito privado, viabilizaria a mercantilização das atividades de ensino, pesquisa e extensão e o consequente atendimento das prioridades do mercado em detrimento das necessidades sociais de saúde da população usuária do SUS. A autonomia universitária e o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão ficariam seriamente comprometidos.
Cabe lembrar que o Conselho Universitário da UFF, em Resolução 97/11, de 14 de dezembro de 2011, aprovou Moção de Repúdio à vinculação da Universidade Federal Fluminense/Hospital Universitário Antonio Pedro à EBSERH.
“A Lei que criou a EBSERH, em flagrante desrespeito ao preceito constitucional da autonomia universitária, não prevê a aprovação pelos Conselhos Superiores das Universidades. Temos que lutar no CUV da UFF pelo respeito à decisão e pela aprovação de decisões que impeçam a contratação da EBSERH”, ressalta a secretária geral da ADUFF.
Ela pontua que várias Universidades já se posicionaram contrarias à adesão à EBSERH e também há várias ações judiciais que questionam a constitucionalidade da Lei que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
“Fica claro pela declaração de Tarcísio Rivello que a direção do hospital é a favor da adesão à EBSERH. Devermos, portanto, intensificar nossa luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e contra todas as formas de mercantilização da saúde e da educação públicas”, finaliza Cláudia March.
CSP-Conlutas divulga nota em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores
No último dia 22, sexta-feira, a CSP-Conlutas divulgou nota da Secretaria Executiva em resposta ao texto publicado pela CUT com ataques à entidade e a marcha do dia 24 de abril, que será realizada em Brasília. A nota da CSP-Conlutas tem como objetivo reafirmar a defesa da unidade de todos os trabalhadores que queiram lutar para defender os direitos e interesses dos trabalhadores.
Confira a íntegra do documento:
UNIDADE NA LUTA EM DEFESA DOS DIREITOS E INTERESSES DOS TRABALHADORES
DIA 24 DE ABRIL VAMOS TODOS A BRASÍLIA
A direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou no dia hoje, para todos os sindicatos a ela filiados, nota assinada pelo seu presidente e pelo secretário geral da entidade, na qual criticam a CSP-Conlutas e a marcha a Brasília no dia 24 de abril que estamos organizando juntamente com outras organizações. Afirma a nota que a nossa marcha teria como objetivo atacar a CUT e que concorreria para enfraquecer mobilizações em curso, chegando a afirmar que ao defender a anulação da reforma da previdência de 2003, a marcha estaria a serviço de interesses partidários e não dos trabalhadores.
Não podemos falar por todas as entidades que estão organizando a marcha, muitas delas, inclusive, filiadas à CUT. Mas não podemos deixar de externar uma opinião da CSP-Conlutas acerca desta nota. Uma opinião breve, pois ao contrário do que diz a nota dos companheiros, não estamos envolvidos em uma disputa com a CUT. O que estamos fazendo, e é isto que queremos continuar a fazer, é buscando unir todos os setores da nossa classe que queiram lutar em defesa de suas reivindicações para, justamente, fortalecer esta luta. Uma simples leitura do manifesto de convocação da marcha e da plataforma política unitária da mesma não vai deixar lugar a dúvidas (www.cspconlutas.org.br).
A luta pela anulação da reforma da previdência de 2003 – que foi aprovada na base da compra de votos de deputados e senadores no Congresso Nacional – não tem, em nossa opinião, objetivo “meramente político-partidário”. Trata-se da defesa dos direitos dos cerca de 8 milhões de servidores públicos brasileiros que foram surrupiados com esta reforma. Servidores, aliás, cuja ampla maioria é representada por sindicatos filiados à CUT.
Talvez o interesse político-partidário esteja justamente no oposto: não defender os interesses desses milhões de servidores para defender dirigentes partidários envolvidos em denúncia de corrupção. Vamos sim defender a anulação da reforma da previdência, nas ruas em Brasília dia 24, nos locais de trabalho e, sim, também no STF, já que foi este tribunal que estabeleceu a relação entre a aprovação da reforma em 2003 e a compra de votos de parlamentares. Iremos a todos os lugares que for preciso para defender os interesses da nossa classe.
Da mesma forma como temos uma opinião diferente da direção da CUT quando esta faz acordo com o governo para trocar o Fator Previdenciário pela Fórmula 85/95. Sabemos todos que esta fórmula mantém perdas importantes para os trabalhadores, se comparada com a legislação anterior. Aprendemos em nossa história, aliás, comum a muitos lutadores da CUT, que não lutamos para “perder menos”. Lutamos para não perder. E seria muito positivo se tivéssemos toda a CUT lutando conosco contra estes ataques à aposentadoria dos trabalhadores (Fator Previdenciário, Fórmula 85/95, Fórmula 95/105, etc.).
Também pensamos diferente dos dirigentes da CUT que fazem a defesa do anteprojeto de lei que cria o ACE, pois em nossa opinião este anteprojeto, se aprovado, levaria a mais flexibilização dos direitos dos trabalhadores. E acreditamos que uma central que representa trabalhadores não pode se calar ante o crime que este governo pratica contra a reforma agrária no Brasil. Ocorre que a direção da CUT está colocando a defesa que faz do governo e, consequentemente, da sua política econÿmica, acima da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores.
No entanto, mesmo com todas estas diferenças com a direção da CUT respeitamos o esforço dos companheiros com a marcha do dia 6 de março, e em momento nenhum trabalhamos para desconstruí-la. Infelizmente não é essa a compreensão dos dirigentes de uma das maiores centrais sindicais do país. Ao invés de criticar o governo pelas políticas econômicas que tem praticado e pelos prejuízos que esta política tem trazido aos trabalhadores, criticam a mobilização dos trabalhadores que busca enfrentar esta política.
Por último, não podemos deixar de fazer duas afirmações antes de terminar esta resposta: a primeira é que a construção da marcha está firme e forte. E este processo vai se fortalecer ainda mais, com a participação de mais e mais entidades e movimentos. Teremos em Brasília dezenas de milhares de trabalhadores protestando e defendendo suas reivindicações no dia 24 de abril.
A segunda é que seguimos firmes na defesa da unidade de todos na luta. Frente à nota da direção da CUT reafirmamos que queremos todos juntos na luta dia 24 de abril nas ruas de Brasília. Para além dos setores da CUT que já estão participando da construção da marcha, seria muito bom se toda a central, inclusive a sua direção, também o fizesse. Estaríamos mais fortes ainda para defender os interesses dos trabalhadores brasileiros. E serão todos muito bem vindos.
EM DEFESA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES!
CONTRA A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO FEDERAL!
TODOS A BRASÍLIA DIA 24 DE ABRIL!
São Paulo, 22 de março de 2013.
Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
(Fonte: ANDES-SN)
Diretor do ANDES-SN compara desocupação da Aldeia Maracanã à praça de guerra
Na manhã da última sexta-feira (22) a Aldeia Maracanã, ocupada por indígenas e manifestantes em protesto contra a desocupação do prédio para integrar a construção do complexo esportivo que irá sediar competições mundiais, foi cenário de uma ação truculenta e desproporcional da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Policiais invadiram o local ocupado por membros de diversas comunidades indígenas e realizaram a desocupação com bastante violência. Os indígenas consideram o local histórico e sagrado e o ocupam desde 2006. Reivindicam que o espaço seja transformado em um Centro de Referência da Cultura Indígena.
Ainda sob o efeito do gás lacrimogênio e do spray de pimenta utilizados em excesso pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes, o 1° vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, Walcyr de Oliveira Barros, conta que o cenário do local era equivalente ao de uma praça de guerra. “O contingente de efetivo da Polícia Militar presente era, se não igual, maior do que o número de manifestantes. Estavam lá grupos de operação especial, como o BOPE, Batalhão de Choque, todos armados. E para minha surpresa, também havia batedores da polícia do Exército no entorno do quadro de praça de guerra”, relata o diretor, que acrescenta só ter visto algo similar durante o regime militar. “O nível de repressão era inconcebível. Uma demonstração de força muito acima do que a situação exigia”, complementa Walcyr.
De acordo com o docente, estavam presentes também na manifestação representantes da diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Asduerj - Seção Sindical).
Além de participar do movimento, a regional do ANDES-SN no Rio de Janeiro atuou para dar suporte aos manifestantes, acionando a assessoria jurídica da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj - Seção Sindical) para libertar os manifestantes que foram presos. “Fizemos um trabalho em conjunto com a Adufrj nesse sentido e a assessoria jurídica da seção sindical prontamente agiu na situação dos detidos”, relata Walcyr, lembrando que outras organizações também colocaram suas assessorias jurídicas à disposição do movimento.
O 32º Congresso do ANDES-SN, realizado no Rio de Janeiro de 4 a 9 de março, aprovou duas moções relacionadas à Aldeia Maracanã: uma de apoio à manutenção do espaço e do prédio Aldeia Maracanã e a outra de repúdio à ameaça de remoção dos indígenas do espaço. (Fonte: ANDES-SN)
Segurança é direito de todos!
Por conta dos últimos casos de violência ocorridos nos arredores dos campi da universidade, professores, estudantes e servidores realizaram um ato na última sexta-feira, 22, para cobrar medidas de segurança. A manifestação começou em frente à Faculdade de Economia, passou pelo IACS e foi encerrada em frente à Faculdade de Direito. A Faculdade de Economia foi escolhida como ponto de partida da manifestação por conta do fato ocorrido no último dia 15, quando uma estudante foi seqüestrada e estuprada ao sair da instituição por volta das 22 horas.
Durante o ato, as falas expuseram que a questão da violência é algo que tem crescido em Niterói e que não afeta só a comunidade acadêmica, mas toda cidade. A cobrança de políticas públicas foi destacada como ponto principal para se iniciar o debate sobre a questão. Melhoria na iluminação pública, policiamento comunitário, programa de habitação digna e acesso a cultura e lazer são algumas das propostas apontadas no panfleto dos manifestantes como medidas para conter os casos de violência.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói, vereador Renatinho, apontou a diminuição do efetivo da Polícia Militar em Niterói nos últimos anos como um dos pontos de descaso dos governos, ressaltou ainda que “enquanto não houver justiça social, a violência não acabará”. Já o representante da Aduff, professor Wanderson Fábio de Melo, afirmou que a política de segurança atual tem tomado o sentido de proteger os bens da universidade, através da instalação de catracas e câmeras. Para ele, não há uma preocupação com a segurança das pessoas.
Também foi colocada a necessidade de chamar as comunidades situadas próximas aos campi da UFF para o debate. Segundo a discussão dos três segmentos, estas comunidades também são vítimas da violência e da ausência de políticas públicas dos governos. Por conta da prática de criminalização da pobreza, foi ressaltado que este debate deve ser realizado com cuidado para não colocar a responsabilidade da violência no fato de a universidade ter favelas no seu entorno. Por conta disso, abrir a universidade e não tomar medidas que a isolem da cidade foi mais uma das reivindicações. Sonia Barroso, professora da Faculdade de Direito, afirmou em sua fala que “segurança não significa ficar fechado em sua própria comunidade”.
Na véspera da manifestação, foi realizada uma reunião na prefeitura de Niterói com a presença do Reitor da UFF, alguns diretores de unidade, representantes das polícias Civil e Militar e o prefeito Rodrigo Neves. Segundo o prefeito, a pauta do encontro foi um esforço maior de integração das ações das forças públicas no entorno dos campi da UFF, assim como nos espaços de convivência dos jovens e crianças das escolas da cidade.
Rodrigo Neves anunciou que vai lançar na primeira semana de abril o projeto "Patrulha Escolar", com dez viaturas, que vão atuar no entorno das escolas. E disse que a UFF vai intensificar as ações de vigilância interna e a disponibização de informações para as forças de segurança do Estado e que a Polícia Militar vai implantar a "Patrulha Universitária", que atuará no entorno dos campi da Universidade.
O diretor da Faculdade de Economia, professor Alberto Di Sabatto, esteve na reunião e relatou que o prefeito também prometeu ampliar o convênio da prefeitura com PM, que consiste em complementar salários dos policiais para que os mesmos façam hora extra. O professor afirmou também que a ronda da Polícia Militar existe atualmente no entorno das unidades, mas é encerrada às 21 horas, enquanto as aulas vão até às 22 horas.
Esta reunião marcou ainda uma reunião nesta terça-feira, dia 26, para discutir a segurança no entorno da UFF com a presença do Comandante do 12º Batalhão e dos delegados da 76ª e 77ª delegacias de Polícia Civil. A atividade será às 18 horas no Auditório da Faculdade de Economia.
A presidenta da Aduff, professor Eblin Farage, afirmou que a Aduff, o Sintuff e o DCE realizarão uma atividade pública na volta ás aulas para dar continuidade a discussão sobre segurança.
Instalação de catracas abre polêmica no HUAP
A administração do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) instalou na madrugada do dia 18 para o dia 19 de março catracas eletrônicas. A justificativa inicial para a utilização deste sistema é o controle de acesso às dependências do HUAP, aumentando assim a segurança do local. Entretanto, professores e servidores alegam que esse debate vinha sendo feito e havia um compromisso do reitor Roberto Salles de discutir com a comunidade no Conselho Universitário sobre qual seria a melhor forma de controle e somente depois implementar o novo método.
Ao ser questionado sobre a necessidade de discussão no Conselho, o diretor do HUAP, professor Tarcisio Rivello, disse que “não tem nada definido pelo Conselho Universitário de que teria de se debater lá, isso foi uma proposta do conselheiro Pedro Rosa e que está tramitando no Conselho”. Tarcisio afirmou ainda que não voltará atrás da decisão de colocar catracas e que somente o Reitor o faria desistir da implementação do novo sistema: “Nem o Conselho Universitário me fará voltar atrás. Aquilo é um órgão político”, concluiu.
Ligia Martins, dirigente do Sintuff e funcionária do HUAP, destacou que “todos no hospital são a favor da implantação de controle de acesso às dependências do Antônio Pedro, mas este controle pode ser realizado de diversas formas diferentes da catraca”. Para ela, a instalação das catracas se relaciona com o plano de entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares na administração do HUAP, tendo em vista que a empresa exige o controle eletrônico de ponto e frequência. Além disso, há um tratamento diferenciado para o hospital que também seria um apontamento na preparação do novo modelo de administração. Ligia cobrou ainda que a discussão deve ser feita pelo conjunto da comunidade acadêmica e só depois implementada.
Além da questão de segurança, as catracas também serão utilizadas para controle de freqüência no HUAP. Crachás com cores diferentes para cada tipo de frequentador do hospital serão confeccionados, distinguindo assim estudantes, professores, servidores técnicos e administrativos, funcionários terceirizados e pacientes. Tarcisio Rivello afirmou, entretanto, que tal controle não tem relação alguma com a possível entrada da EBSERH no HUAP.
Segundo a professora Anna Amélia, membro do Conselho Deliberativo do HUAP, não há horário certo para muitos profissionais entrarem e saírem e para o horário de almoço. A professora citou que, por exemplo, um médico não pode parar uma cirurgia no meio para tirar hora de almoço. Para ela, “a culpa é colocada em meia dúzia de pessoas que não trabalham, quando o que há realmente é a necessidade de uma chefia que funcione e faça este trabalho”.
Será divulgado em breve um conjunto de normas de segurança para o hospital e um regimento interno. O diretor Tarcísio Rivello afirma que este material foi debatido em assembleia realizada em dezembro no hospital. Entretanto, Anna Amélia desconhece que tal conjunto de regras tenha sido discutido em assembleia ou mesmo passado pelo conselho deliberativo do HUAP.
Na próxima quarta-feira, dia 27, os servidores do HUAP farão uma manifestação no Conselho Universitário cobrando que a medida de controle de acesso ao hospital seja discutida com a comunidade e que as catracas não sejam instaladas sem o debate.
Milhares tomam as ruas do Rio em defesa da educação pública
Quase três mil pessoas tomaram as ruas do centro do Rio na tarde do dia 21 de março, na “Marcha pela Educação”. Organizada pelo Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública (Fedep), a passeata teve início na Candelária e acabou na Assembleia Legislativa.
A maioria dos presentes era de estudantes. Todos os anos, o movimento estudantil realiza passeatas por todo o Brasil no dia 28 de março, Dia Nacional do Estudante. Essa data é em homenagem ao estudante Edson Luis, morto pela ditadura militar no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, no dia 28 de março de 1968. De alguns anos pra cá, no Rio de Janeiro, a tradicional passeata do movimento estudantil tem feito parte das mobilizações do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, contando com a participação também dos trabalhadores da educação e de outros movimentos sociais, e ampliando a pauta.
“Mataram um estudante! Podia ser seu filho!”, diziam faixas e cartazes, lembrando os protestos realizados contra a ditadura, nos dias seguintes ao assassinato de Edson Luis. Nesse sentido, suas intervenções ao microfone afirmavam que 45 anos depois, as reivindicações continuam sendo muito parecidas: educação pública, gratuita e de qualidades, e as condições necessárias para completar os estudos.
Maria Luisa Tambellini, professora da UERJ e representante da Secretaria Regional do ANDES-SN, destacou a importância da unidade: “muito importante estarmos todos juntos, na luta em defesa da educação pública”.
A passeata percorreu toda a Avenida Rio Branco, sendo bem recebida pela população que andava pelas ruas do Centro do Rio. Antes de chegar à Cinelândia, manifestantes viraram na rua Araujo de Porto Alegre e retornaram em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Chegando ali, ocuparam as escadarias, onde foram ministradas aulas públicas.
Educação básica em estado de greve
A passeata contou também com ampla participação de professores e funcionários da educação básica, que realizaram uma paralisação naquele dia 21. Na parte da manhã, fizeram uma assembleia, com quase 500 pessoas, depois dirigiram-se para o ato. A Assembleia da rede estadual do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação aprovou “estado de greve”, com a realização de uma “greve de advertência” nos dias 16, 17 e 18 de abril. No dia 18 de abril, acontecerá nova assembleia para avaliar tanto as negociações, quanto o processo de mobilização da categoria.
Sobre o reenquadramento na carreira: o que será automático e o que precisa de requerimento
Marcha em defesa da educação pública nesta quinta, no Rio
Nesta quinta-feira, dia 21, acontece a Marcha em Defesa da Educação Pública. A passeata é organizada pelo Fórum em Defesa da Escola Pública e, como sempre, ocorre no final de março para lembrar a morte do estudante Edson Luiz, assassinado pela ditadura militar em 28 de março de 1968.
Diversas entidades participarão da passeata unificada, que pretende mostrar a indignação contra o sucateamento da educação pública praticada pelos governos municipal, estadual e federal.
A concentração está marcada para 13 horas, na Candelária, e a passeata vai até a Assembleia Legislativa. Participe!
Audiência debaterá condições e relações de trabalho nos estaleiros de Niterói
Na próxima segunda-feira, dia 25, acontecerá uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Niterói para tratar das condições e relações de trabalho nos estaleiros de Niterói, e para pressionar pela reintegração ao trabalho dos companheiros demitidos por perseguição política após a última greve da categoria, realizada em 2012.
O porto de Niterói está sendo reestruturado para atender às demandas do empresariado vinculado à extração e à comercialização do pré-sal. Situado na Baía de Guanabara, o porto é fundamental para o escoamento de toda a produção do Rio de Janeiro e tem localização estratégica para atender demandas nas Bacias de Campos (RJ), Santos (SP) e Vitória (ES). Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) demonstra que o porto de Niterói ocupa a nona posição em todo o Brasil. Posição alcançada à custa de uma enorme exploração dos trabalhadores.
Conforme é sabido, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos não tem encaminhado as reivindicações da categoria, o que levou ao processo de formação de uma forte oposição, que liderou a greve ocorrida no ano passado. Após a greve, alguns patrões recrudesceram a perseguição contra os integrantes da chapa de oposição 3 – formada por companheiros que defendem um sindicalismo combativo e classista.
A ADUFF apoiou a greve dos metalúrgicos desde o início e segue apoiando esses trabalhadores na buscar por melhores condições de trabalho e pela garantia de seus direitos.