Mar
25
2013

Instalação de catracas abre polêmica no HUAP

A administração do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) instalou na madrugada do dia 18 para o dia 19 de março catracas eletrônicas. A justificativa inicial para a utilização deste sistema é o controle de acesso às dependências do HUAP, aumentando assim a segurança do local. Entretanto, professores e servidores alegam que esse debate vinha sendo feito e havia um compromisso do reitor Roberto Salles de discutir com a comunidade no Conselho Universitário sobre qual seria a melhor forma de controle e somente depois implementar o novo método.

Ao ser questionado sobre a necessidade de discussão no Conselho, o diretor do HUAP, professor Tarcisio Rivello, disse que “não tem nada definido pelo Conselho Universitário de que teria de se debater lá, isso foi uma proposta do conselheiro Pedro Rosa e que está tramitando no Conselho”. Tarcisio afirmou ainda que não voltará atrás da decisão de colocar catracas e que somente o Reitor o faria desistir da implementação do novo sistema: “Nem o Conselho Universitário me fará voltar atrás. Aquilo é um órgão político”, concluiu.

Ligia Martins, dirigente do Sintuff e funcionária do HUAP, destacou que “todos no hospital são a favor da implantação de controle de acesso às dependências do Antônio Pedro, mas este controle pode ser realizado de diversas formas diferentes da catraca”. Para ela, a instalação das catracas se relaciona com o plano de entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares na administração do HUAP, tendo em vista que a empresa exige o controle eletrônico de ponto e frequência. Além disso, há um tratamento diferenciado para o hospital que também seria um apontamento na preparação do novo modelo de administração. Ligia cobrou ainda que a discussão deve ser feita pelo conjunto da comunidade acadêmica e só depois implementada.

Além da questão de segurança, as catracas também serão utilizadas para controle de freqüência no HUAP. Crachás com cores diferentes para cada tipo de frequentador do hospital serão confeccionados, distinguindo assim estudantes, professores, servidores técnicos e administrativos, funcionários terceirizados e pacientes. Tarcisio Rivello afirmou, entretanto, que tal controle não tem relação alguma com a possível entrada da EBSERH no HUAP.

Segundo a professora Anna Amélia, membro do Conselho Deliberativo do HUAP, não há horário certo para muitos profissionais entrarem e saírem e para o horário de almoço. A professora citou que, por exemplo, um médico não pode parar uma cirurgia no meio para tirar hora de almoço. Para ela, “a culpa é colocada em meia dúzia de pessoas que não trabalham, quando o que há realmente é a necessidade de uma chefia que funcione e faça este trabalho”.

Será divulgado em breve um conjunto de normas de segurança para o hospital e um regimento interno. O diretor Tarcísio Rivello afirma que este material foi debatido em assembleia realizada em dezembro no hospital. Entretanto, Anna Amélia desconhece que tal conjunto de regras tenha sido discutido em assembleia ou mesmo passado pelo conselho deliberativo do HUAP.

Na próxima quarta-feira, dia 27, os servidores do HUAP farão uma manifestação no Conselho Universitário cobrando que a medida de controle de acesso ao hospital seja discutida com a comunidade e que as catracas não sejam instaladas sem o debate.