Mar
26
2013

Diretor do ANDES-SN compara desocupação da Aldeia Maracanã à praça de guerra

Na manhã da última sexta-feira (22) a Aldeia Maracanã, ocupada por indígenas e manifestantes em protesto contra a desocupação do prédio para integrar a construção do complexo esportivo que irá sediar competições mundiais, foi cenário de uma ação truculenta e desproporcional da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Policiais invadiram o local ocupado por membros de diversas comunidades indígenas e realizaram a desocupação com bastante violência. Os indígenas consideram o local histórico e sagrado e o ocupam desde 2006. Reivindicam que o espaço seja transformado em um Centro de Referência da Cultura Indígena.

Ainda sob o efeito do gás lacrimogênio e do spray de pimenta utilizados em excesso pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes, o 1° vice-presidente da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, Walcyr de Oliveira Barros, conta que o cenário do local era equivalente ao de uma praça de guerra. “O contingente de efetivo da Polícia Militar presente era, se não igual, maior do que o número de manifestantes. Estavam lá grupos de operação especial, como o BOPE, Batalhão de Choque, todos armados. E para minha surpresa, também havia batedores da polícia do Exército no entorno do quadro de praça de guerra”, relata o diretor, que acrescenta só ter visto algo similar durante o regime militar. “O nível de repressão era inconcebível. Uma demonstração de força muito acima do que a situação exigia”, complementa Walcyr.

De acordo com o docente, estavam presentes também na manifestação representantes da diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Asduerj - Seção Sindical).

Além de participar do movimento, a regional do ANDES-SN no Rio de Janeiro atuou para dar suporte aos manifestantes, acionando a assessoria jurídica da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj - Seção Sindical) para libertar os manifestantes que foram presos. “Fizemos um trabalho em conjunto com a Adufrj nesse sentido e a assessoria jurídica da seção sindical prontamente agiu na situação dos detidos”, relata Walcyr, lembrando que outras organizações também colocaram suas assessorias jurídicas à disposição do movimento.

O 32º Congresso do ANDES-SN, realizado no Rio de Janeiro de 4 a 9 de março, aprovou duas moções relacionadas à Aldeia Maracanã: uma de apoio à manutenção do espaço e do prédio Aldeia Maracanã e a outra de repúdio à ameaça de remoção dos indígenas do espaço. (Fonte: ANDES-SN)