Na posse do reitor, Aduff defende autonomia universitária e HUAP sem Ebserh
Discursos da Aduff e do Sintuff na posse também defendem condições de trabalho e estudo; reitor fala em defesa da autonomia e propõe mesa permanente de negociação com sindicatos, mas se cala sobre Ebserh
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Na posse do novo reitor da Universidade Federal Fluminense, professor Sidney Mello, os sindicatos de docentes (Aduff) e técnico-administrativos da UFF (Sintuff) defenderam a autonomia e a democracia universitária, respeito aos diretos trabalhistas dos servidores, condições adequadas de trabalho, mais recursos para a assistência estudantil e a manutenção do Hospital Universitário Antônio Pedro sob a gestão pública da universidade, numa referência direta contra a ameaça de privatização via Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Representantes das duas entidades falaram após convite da Reitoria. Diretor da Aduff SSind, o professor Gustavo Gomes disse que o novo reitor toma posse diante de um cenário que aponta fortes contenções orçamentárias e desafios que só podem ser enfrentados com respeito à democracia e à autonomia universitária. Defendeu a manutenção do Hospital Universitário Antônio Pedro sob a gestão pública da UFF, que qualificou como "competente e capaz de empreender um serviço público de qualidade dentro do Sistema Único de Saúde".
Ao criticar as propostas de transferência do hospital para a Ebserh e de 'parcerias' com organizações sociais, disse que o Regime Jurídico Único deve ser respeitado e que é inadmissível que se abra espaço para contratações por meio da CLT. Gustavo afirmou que a manutenção da expansão e a interiorização, que já é uma realidade, exigem condições dignas de trabalho para servidores e estrutura para que os estudantes possam estudar e se manter na universidade. O dirigente da Aduff também mencionou a regulamentação da carreira e o acesso ao cargo de professor titular como desafios nos quais os docentes devem ser ouvidos e ter suas opiniões consideradas. "Isso vai nortear muito a carreira do docente", disse.
Eleições paritárias
Representando o Sintuff, Pedro Rosa inicialmente destacou a importância das eleições paritárias na UFF, mantida com muita luta e que nega "a ordem oficial do MEC, que tenta diferenciar técnicos, docentes e estudantes". Ele destacou o significado dos escândalos que envolvem a Petrobras, grandes empreiteiras e políticos ligados ao governo Dilma Rousseff (PT) e disse que os efeitos dessa corrupção não estão dissociados da vida cotidiana das pessoas e das universidades públicas. "Interesses públicos se misturam com interesses mais perversos das empreiteiras. Isso é uma relação direta com nossa vida, com os salários, falta de dinheiro para pesquisa, para bolsas", afirmou.
Também foi enfático na defesa da gestão pública do Hospital Antônio Pedro e na crítica à Ebserh. "Os conselhos municipal, estadual e federal de saúde foram contra a Ebserh porque sabem que a privatização faz mal à saúde", disse. O diretor do Sintuff lembrou que há quatro anos os servidores e estudantes da UFF são um “bastião de resistência” à privatização do hospital. O servidor ressaltou que a privatização ameaça também as pesquisas e a autonomia universitária - num país em que "90% das pesquisas são feitas nas universidades públicas, mas 80% dos alunos são do setor privado". Pedro Rosa defendeu ainda que os métodos adotados pelo professor Roberto Salles, que transmitia o cargo a seu vice, não se repetissem na nova gestão. "Não tem nada a ver com democracia, virou as costas para a comunidade acadêmica", disse.
‘Mesa de negociação’
Em seu discurso, o reitor Sidney Mello citou as entidades sindicais para dizer que pretende propor um processo contínuo de negociação, sem entrar em detalhes. "Vamos estabelecer uma mesa de negociação permanente com os sindicatos, como forma de diálogo aberto com a categoria", disse. O reitor disse ainda que o próximo ano será de uma realidade "dura" em termos orçamentários e que terá que ser "vencida". "O cenário não é o mesmo de um novo Reuni, o cenário que antevemos não é dos melhores no ponto de vista de aporte de recursos, mas não nos desmotiva. Graças aos recursos já comprometidos com o tamanho da UFF, vai ser a capacidade de gestão que vai nos colocar recursos de investimento na própria universidade", disse.
Ao longo de seu discurso, que durou cerca de 40 minutos, o reitor mencionou a defesa da autonomia universitária e discorreu sobre uma série de aspectos da gestão que se inicia, mas, em momento algum, fez referência à Ebserh - apesar do assunto ter sido tratado com muita ênfase pelos sindicatos.
A íntegra da Carta da Aduff
COMPROMISSOS NECESSÁRIOS PARA UMA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
PÚBLICA, DE QUALIDADE E SOCIALMENTE REFERENCIADA
Hoje, 26 de novembro de 2014, inicia-se uma nova gestão na reitoria da Universidade Federal Fluminense. Diante da importância de tal evento, a ADUFF-SSind compreende que sua realização está para além das formalidades da posse, apresentando-se, sobretudo, como um momento estratégico para reafirmar o nosso compromisso com a defesa de uma universidade pública, de qualidade e socialmente referenciada e adensar a luta por uma UFF mais plural e democrática.
A expansão pela qual a UFF passou nos últimos anos a qualificou como a universidade federal do país com maior número de alunos, produzindo, assim, o ônus do aprofundamento de diversos problemas que deterioram as condições de trabalho e estudo na instituição, tais como: a dificuldade de assegurar ensino-pesquisa- extensão, número correspondente de docentes, discentes e técnicos administrativos e instalações e recursos apropriados para o desenvolvimento das atividades acadêmicas e de interlocução com a sociedade.
Diante disto, reiteramos a defesa incondicional do ensino público, gratuito e de qualidade, com condições de trabalho adequadas, abertura de vagas para docentes, entrega (em condição de uso) das instalações prometidas, investimento em bibliotecas e laboratórios, aumento da assistência estudantil, valorização da diversidade de saberes e experiências na careira docente e a defesa da interlocução qualificada entre a universidade e a sociedade. Assim, acreditamos que estes elementos constituem-se imprescindíveis na agenda político institucional da UFF.
A ADUFF-SSind insiste na necessidade de um compromisso maior com a democracia interna, combatendo o autoritarismo, respeitando as instâncias deliberativas colegiadas e a autonomia das unidades, na defesa de um hospital universitário público – com a gestão da UFF e contratação dos seus servidores pelo Regime Jurídico Único –, garantia dos cursos de graduação presenciais e cursos não pagos na pós graduação lato e strictu senso.
Construir uma universidade socialmente referenciada e realizar uma expansão com qualidade que atenda às demandas da sociedade são compromissos necessários e urgentes!
Encontro da Comissão da Verdade do Andes-SN no Rio começa na terça (26)
Rio será sede do terceiro e último encontro regional da Comissão da Verdade, com debates que farão paralelo entre repressão a movimentos sociais e a universidade no período da ditadura empresarial-militar
DO ANDES-SN
O terceiro e último encontro regional da Comissão da Verdade do ANDES-SN será realizado nos dias 25 e 26 de novembro no Rio de Janeiro. O Encontro Sul e Sudeste tem como tema “A Ditadura Empresarial-Militar e a Repressão aos Sindicatos e aos Movimentos Populares”.
Antônio José da Costa, 1º vice-presidente da Regional Norte I do ANDES-SN e um dos membros da Comissão da Verdade do Sindicato, afirma que neste último encontro será enfatizado um paralelo entre a repressão na área urbana, os movimentos organizados, e as guerrilhas, com o que aconteceu dentro das universidades nesse período.
Segundo Costa, o período da ditadura militar no país (1964-1985) repercute até os dias de hoje. “Temos que pensar como isso influencia atualmente, estamos sentindo as consequências desse período agora”, disse em referência a crescente criminalização dos movimentos sociais.
Encontros
Os encontros regionais tiveram início na cidade de Belém (PA), o Encontro Regional Norte e Centro-Oeste da Comissão da Verdade do ANDES-SN ocorreu nos dias 23 e 24 de outubro. Depois foi a vez de Fortaleza, 13 e 14 novembro, receber o Encontro Regional Nordeste da Comissão da Verdade do ANDES-SN.
“No Norte e Nordeste discutimos questões vividas nessas regiões, no período da ditadura, como avanço do capitalismo, a presença da militarização, e a questão do genocídio. No Nordeste trabalhamos com a repressão da ditadura aos movimentos rurais”, explicou Antônio Costa.
O membro da Comissão da Verdade ressaltou a importância desses encontros. Para ele, é importante lutar, junto a outras entidades, pela revogação da Lei da Anistia (Lei n° 6.683/79). “Ela na verdade é mais para proteger quem fez essas atrocidades - todos os militares e pessoas que se envolveram diretamente na repressão – e não foram punidos. Na Argentina e no Chile tem todo um movimento para que essas pessoas sejam efetivamente julgadas por isso”.
A Comissão da Verdade do ANDES-SN foi criada a partir de aprovação no 32º Congresso do Sindicato, em março de 2013, no Rio de Janeiro. O encontro Sul e Sudeste é uma das etapas regionais preparatórias ao Seminário Nacional da Comissão da Verdade do ANDES-SN que ocorrerá em 2015.
Programação do Encontro
Dia 25
9h – Abertura do evento com a participação de representantes das entidades CNV do Andes-SN, Grupo Tortura Nunca Mais, Rede de CVs Universitárias, CNV do Governo Federal.
9h30min - Mesa “Ditadura e Universidade: caminhos para superar a herança autocrática”. Palestrantes: Francisco Miraglia (USP), Simone Silva (UFRJ), Enrique Serra Padrós (UFRGS).
11h – Debates
12h - Almoço
14h – Mesa “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” - Sessão de Depoimentos. Ana Maria Ramos Estevão (Unifesp), Mariléa Venâncio Porfírio (UFRJ) e
Dora Santa Cruz (UFRJ)
18h30min - Atividade Cultural e Homenagens
Dia 26
9h - Mesa “Dispositivos autoritários e repressivos nos movimentos sociais contemporâneos”. Palestrantes: Thiago Mello, do DDH/RJ (Instituto Defensores de Direitos Humanos/Rio); Carlos Bittencourt, do IBASE/RJ (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas/Rio); e Vitor Lima Guimarães, do MTST/RJ (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto/Rio)
11h – Debates
12h – Almoço
14h – Plenária Final, com os Relatores e Encaminhamentos
17h30min – Encerramento
Serviço
Encontro Regional Sul e Sudeste da Comissão da Verdade
Data: 25 e 26 de novembro
Local: Auditório Manoel Maurício de Albuquerque, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ
Endereço: Av. Pasteur, 250 - Urca, Rio de Janeiro
‘Educação’ leva manifesto contra morte de estudantes a consulado do México
foto: arquivo pessoal Documento foi entregue pela Aduff, Andes-SN e CSP-Conlutas, entre outras entidades, no dia seguinte a megaprotesto na Cidade do México por desaparecimento
de estudantes normalistas
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Aduff volta ao CEP para reivindicar debate amplo sobre progressão de professor titular
Na tarde de ontem (19), a direção da Aduff foi à reunião do CEP para apresentar o compilado de documentos elaborados pelos docentes da Universidade com sugestões, críticas e adendos à minuta que estabelece os critérios para a progressão de professor titular na UFF. Como definido em assembleia da categoria, a presidente do sindicato, Renata Vereza, pautou na reunião a necessidade de que esse material seja devidamente discutido antes de que a votação da minuta volte para a pauta do CEP.
"O número de propostas distintas é muito grande, o que nos indica que não há consenso na Universidade em relação ao texto que já está tramitando, que está atualmente na Projer. A gente sabe que esse texto não está em pauta, a gente veio aqui sabendo que não estaria em pauta justamente para reivindicar que haja tempo para que a gente faça a devida discussão sobre o assunto. Consideramos temerário que uma minuta com tantas condicionantes e problemas - apontados em documentos elaborados por professores e por departamentos inteiros - seja aprovado sem diálogo com os docentes", reiterou.
Debate vê ameaça 'Ebserh' crescer e traça luta conjunta para detê-la
Educadores do Rio: massacre do México não pode ficar impune
foto: reprodução internet
Representantes de sindicatos da educação protestam no Consulado do México contra assassinato de estudantes. Manifesto será entregue a consulesa na sexta (21)
Informe: expediente na Aduff!
Devido ao feriado da consciência negra e ao recesso da UFF no mesmo período, comunicamos que não haverá expediente na sede da Aduff nos dias 20 e 21 de novembro, respectivamente quinta e sexta-feira.
ANDES-SN reafirma críticas ao Enade e ao Sinaes
DO ANDES-SN
O ANDES-SN reafirmou sua posição crítica ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) por meio de duas notas divulgadas nos últimos dias. As notas, uma escrita pela diretoria do Sindicato Nacional, e outra pelo Comitê Nacional em Defesa dos 10% do PIB para a Educação Pública Já!, apontam os problemas e fragilidades do Enade e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O Enade desse ano será realizado no domingo (23).
Para os movimentos sociais e sindicais ligados à defesa da educação pública de qualidade, o Enade distorce a noção de avaliação da educação pois, ao invés de avaliar os problemas para superá-los, ele ranqueia as melhores universidades para beneficiá-las com mais investimentos – punindo os cursos e universidades com piores notas. A obrigatoriedade de comparecimento na prova também é criticada nas notas, já que prevê a não concessão dos diplomas para os estudantes ausentes.
Outros pontos apontados como problemáticos no Enade pelos movimentos são o assédio moral aos estudantes que são responsabilizados por possíveis maus resultados, e o favorecimento à lógica empresarial que a divulgação dos resultados ranqueados geram.
Tiago Leandro da Cruz Neto, um dos coordenadores do Grupo de Trabalho de Política Educacional do ANDES-SN, aponta que o Sindicato Nacional defende uma avaliação contextualizada, que dê conta de superar os problemas avaliados, e que respeite as especificidades regionais. “Criticamos o Enade porque ele tem um caráter punitivo, desconsidera contextos sociais e regionais, e porque sua nota é utilizada pelas empresas da educação para publicidade e, inclusive, para justificar aumento de mensalidades”, afirma o docente.
Mariana Pércia, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), defende o boicote ao Enade como forma de protesto contra esse modelo de avaliação. “O Enade é punitivo. Pune quem vai mal e aumenta investimentos em quem vai bem, o que cria uma lógica de ranqueamento. E isso acaba justificando ideologicamente a diminuição de investimentos públicos, exatamente o inverso do que defendemos”, diz a estudante.
Acesse o site do ANDES-SN (www.andes.org.br) e confira as notas do Sindicato Nacional e do Comitê Nacional em Defesa dos 10% do PIB para a Educação Pública Já!
Assembleia pede debate qualificado sobre progressão a titular
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Luiz Fernando Nabuco
Todos ao CEP no dia 19 para debater progressão na carreira
Embora ainda não tenha sido divulgada a pauta da reunião do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP), a Aduff convoca todos os docentes para estarem presentes às 16h desta quarta-feira, dia 19, na Reitoria (3°andar) e exigir o debate amplo sobre os critérios de progressão para professor titular. Vale ressaltar que o sindicato continua recebendo as contribuições dos docentes à minuta e irá aproveitar a reunião para reivindicar que todo o material produzido pelos professores com sugestões e críticas ao documento atual seja amplamente debatido e considerado na elaboração da minuta final na UFF.
Assembleia Geral acontece nesta terça (18), às 15h
Ato no consulado do México repudiará morte de estudantes
Manifestação em solidariedade às lutas dos estudantes e trabalhadores mexicanos será nesta terça-feira (18), às 14h, na rua Machado de Assis, no Flamengo