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Detalhe da assembleia dos trabalhadores terceirizados da limpeza, que chegaram ameaçar parar: crise agora atinge vigilantes

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco

Enquanto aguardam o pagamento do mês de dezembro e do 13º salário, os vigilantes terceirizados da UFF decidiram paralisar suas atividades por tempo indeterminado. Os funcionários, que passaram o final do ano sem dinheiro, dizem que as dívidas têm aumentado. No dia 15 de janeiro, o Diretor em Exercício do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia - ICHF, Napoleão Miranda, encaminhou e-mail aos técnico-administrativos e professores comunicando o fechamento do prédio, no Gragoatá, devido à greve da categoria.

O movimento chegou à imprensa da cidade. Hoje (16), o jornal O Fluminense noticiou que, por conta da paralisação dos terceirizados, a biblioteca da instituição também foi fechada. Um aluno se queixava do cancelamento da prova de admissão ao Mestrado.

De acordo com a publicação, o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Cláudio José de Oliveira, explicou que, durante assembleia com os funcionários, a empresa havia concordado em realizar o pagamento dos atrasados na manhã de ontem (15). Contudo, isso não aconteceu. Está prevista nova assembleia, na próxima segunda-feira (19), no prédio da Reitoria da UFF.

Ao jornal O Fluminense, a UFF alegou desconhecer a greve dos vigilantes. A instituição afirma que mantém negociações com a empresa terceirizada responsável pelo serviço, com o intuito de estabelecer um acordo para honrar seus compromissos. Na tarde de hoje (16), a equipe de imprensa da ADUFF-SSind encaminhou, por e-mail, algumas perguntas ao pró-reitor de assuntos administrativos, Néliton Ventura, a fim de conhecer o posicionamento da Universidade e ouvir a versão dos representantes da instituição para este cenário de crise. A ADUFF-SSind aguarda que a Administração Central se pronuncie.

Trabalhadores da limpeza ameaçaram parar atividades

Os empregados da Luso-Brasileira, empresa responsável pelo serviço de limpeza, aguardam ansiosamente pelo 13º salário. Em assembleia realizada após ato que ocupou a Reitoria da UFF na última segunda-feira (12), a maioria recusou a proposta de parcelamento dos atrasados em quatro vezes, com a primeira parcela para o quinto dia útil de fevereiro.  Outra assembleia aconteceu nesta quarta-feira (14), sob ameaça de deflagração de greve. Contudo, os trabalhadores da Luso Brasileira aceitaram receber o 13º em parcela única, no próximo mês.

Os funcionários da VPAR, uma das empresas terceirizadas que prestam serviços à UFF, administrando o contrato de recepcionistas, zelador e porteiro, estão sem receber dois meses de salário e o 13º.

Acima, policiais enfileirados aguardavam o início do protesto

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

*Foto cedida por um funcionário do Comperj

Trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj estão em greve há seis dias para reivindicar o pagamento dos salários atrasados, inclusive do 13º vencimento, e dos acordos indenizatórios para os funcionários demitidos que ainda não tiveram seus direitos cumpridos. Hoje (15), eles protestaram no trevo da reta, em Itaboraí, impedindo o acesso ao Complexo, para cobrar posicionamento da Alumini Engenharia -- empresa que presta serviço para a Petrobrás e que não tem honrado seus compromissos com quase três mil chefes de família. A polícia reprimiu o ato com truculência, disparando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. O Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem da Indústria do Município de Itaboraí (Sintramon) havia convocado uma assembleia, que foi transferida para amanhã (16), devido a um problema envolvendo o carro de som.

“Enquanto não resolver essa situação, ninguém entra no Comperj”, diz um dos manifestantes que não quer ser identificado, por temer represálias. “Passamos o final de ano no sufoco. Dizem que o dinheiro da Alumini está sob a guarda da justiça, mas não podemos ser responsabilizados por isso. Nosso plano de saúde e o plano dentário estão bloqueados”, revela.

Ontem (14), ocorreu uma audiência no Ministério do Trabalho em Niterói, quando a empresa deveria ter apresentado uma proposta aos funcionários. Contudo, os representantes da Alumini Engenharia não compareceram. Cerca de 500 funcionários foram demitidos e aguardam o pagamento das indenizações, que foram divididas em três parcelas. “O pior é que outras demissões estão acontecendo e ninguém noticia”, diz o trabalhador.

Segundo Ronaldo Moreno, assessor do Sindicato dos Petroleiros, a luta no Comperj é exemplo de resistência e mobilização. Os trabalhadores aguardam um pronunciamento da Petrobrás, que, até o momento, não interveio no caso. “É necessária a organização da classe trabalhadora, a mais prejudicada no momento de crise”, diz. De acordo com Moreno, existe um grupo de funcionários que pretende propor em assembleia a realização de um ato, em breve, em frente a sede da Petrobrás, para dar ainda mais visibilidade à causa da categoria.

Famílias convocadas pelo MTST realizaram ato em frente à Prefeitura de São Gonçalo após suspensão de reunião, marcada à época do acordo firmado em novembro com município e governo federal para construção de mil moradias
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
A suspensão sem explicações de uma reunião marcada para semana passada levou dezenas de famílias da ocupação Zumbi dos Palmares à porta da Prefeitura de São Gonçalo, na manhã da segunda-feira (12). A iniciativa deu resultados: sob pressão, o secretário de Planejamento do município, Artur Belmont, apresentou a uma comissão do movimento a proposta de terreno para construção de mil habitações populares por meio do programa federal Mina Casa Minha Vida - Entidades.
A reunião estava marcada desde novembro do ano passado, quando as cerca de mil famílias que participavam da ocupação de um terreno no bairro Jardim Catarina, lideradas pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), firmaram um acordo que envolveu a Prefeitura, o governo federal, a Caixa Econômica Federal e a promessa de construção de mil moradias.
Em troca, concordaram em desmontar os barracos montados com lona e desocupar a área. Mas mantiveram a organização, com a formação de núcleos que se reúnem de acordo com as áreas em que vivem cada família. O próximo passo é a realização de uma vistoria técnica no terreno proposto, que é propriedade particular e terá que ser comprado para que possa ser utilizado para o Minha Casa Minha Vida. “Conseguimos retomar a interlocução com a Prefeitura”, disse à reportagem Guilherme Simões, da coordenação do MTST.  “Sempre que houver algum [retrocesso], certamente vai ter luta”, afirmou.

Sindicato entregou documento ao pró-reitor de Gestão de Pessoas, Túlio Franco, na reunião com as entidades sindicais

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

A direção da Aduff-SSind entregou ao pró-reitor de Gestão de Pessoas (Progepe), Túlio Batista Franco, documento no qual informa que a participação na mesa de negociação permanente proposta pela Reitoria só será possível após o retorno dos docentes das férias.

Presidente do sindicato, Renata Vereza disse que a entidade considera importante a abertura de um canal de negociação, mas ressaltou que esse processo não pode ser iniciado sem que a categoria seja comunicada e consultada sobre ele.

As observações foram feitas durante a reunião ocorrida na quinta-feira (8), no prédio da Reitoria, da qual também participaram o diretor da Aduff Edson Teixeira da Silva Junior e dirigentes do Sintuff, representando os técnico-administrativos.

Após receber o documento, o pró-reitor solicitou que os representantes das entidades ouvissem a apresentação da proposta de formato de mesa de negociação da Reitoria. “A ideia é construir um canal institucional de debate e reconhecer os sindicatos como representantes”, disse Túlio. Segundo ele, as reivindicações devem ser debatidas e atendidas na medida do possível – pontos de vista diferentes, pontuou, não devem ser impedimentos para avanços.

O pró-reitor disse que a Reitoria quer que a mesa seja um local para apresentar propostas e democratizar as discussões. Ele defendeu que ela funcione, com reuniões mensais, sob um regimento que indique o compromisso de transparência e objetividade nas negociações, das quais cada sindicato participaria com três representantes, enquanto o reitor seria representado pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e por seu chefe de gabinete.

Haveria espaço, segundo sugeriu, para participação de convidados, convocação de debates e presença do próprio reitor quando necessário. Mesas setoriais com cada sindicato tratariam de temas específicos referentes a docentes ou técnico-administrativos.

As entidades sindicais questionaram o pró-reitor sobre um possível engessamento e centralização excessiva das negociações, que muitas vezes podem também transcorrer no âmbito das direções das unidades e pró-reitorias – mas ele disse não ser essa a intenção.

Os sindicatos também indagaram se isso significava uma mudança de postura da Reitoria, que na gestão de Roberto Salles, na qual o atual reitor, Sidney Mello, foi vice, teve como marca a falta de abertura para negociações reais e o frequente desrespeito a eventuais acordos. Túlio procurou diferenciar uma gestão da outra e quebrar a percepção de continuidade.

A presidente da Aduff reafirmou a posição da entidade de consultar os docentes sobre o processo de negociação permanente. “Queremos que a categoria tome ciência disso. A gente tem uma experiência ruim com a gestão anterior e para nós não é fácil separar as gestões”, disse, ressaltando que só se terá a ganhar caso se estabeleça outra “dinâmica e prática” por parte da Reitoria.

Trabalhadores terceirizados paralisam tarefas e ocupam Reitoria da UFF

Foto: Reprodução de Facebook

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

* Atualizado em 14/01/15

Enquanto muitos trabalhadores desfrutam das merecidas férias de janeiro, outros começaram o novo ano acumulando dívidas e preocupações: estão sem receber dois meses de salário e o 13º. Este é o caso dos funcionários da VPAR, uma das empresas terceirizadas que prestam serviços à UFF, administrando o contrato de recepcionistas, zelador e porteiro. Trabalhadores da Croll, que reúne os vigilantes, estão sem o pagamento de dezembro e o 13º. Já os empregados da Luso-Brasileira, empresa responsável pelo serviço de limpeza, aguardam ansiosamente pelo 13º salário. Em assembleia realizada após ato que ocupou a Reitoria da UFF no dia de ontem (12), a maioria recusou a proposta de parcelamento dos atrasados em quatro vezes, com a primeira parcela para o quinto dia útil de fevereiro.  Outra assembleia aconteceu nesta quarta-feira (14), sob ameaça de deflagração de greve. Contudo, os trabalhadores da Luso Brasileira aceitaram receber o 13º em parcela única, no próximo mês.

A situação desses funcionários é tão precarizada que eles não querem se identificar porque temem represálias do patronato. São unânimes quanto à necessidade de reivindicar o pagamento de seus direitos trabalhistas para que possam honrar compromissos. “No caso da VPAR, nosso último pagamento foi em outubro. Estamos preocupados, porque as contas estão vencendo. Recebemos parte da passagem e da alimentação em dinheiro, mas a situação ainda não está regularizada”, explica um dos funcionários. “Quando entramos em contato com as empresas, a única informação é a de que não existe previsão para acertarem nosso caso”, explica outra pessoa. “As cobranças são muitas, mas quando vamos questionar nossa situação, começa um jogo de empurra: a empresa põe a culpa na UFF, que põe a culpa no governo...”, esclarece um dos terceirizados.

Precarização do trabalho terceirizado nas Universidades

O atraso nos salários dos trabalhadores terceirizados não é uma realidade apenas da UFF. No final de 2014, o recesso acadêmico foi antecipado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ após um ato dos funcionários da empresa Construir. À época, os responsáveis pela limpeza despejaram lixo no campus Maracanã, em protesto contra a falta de pagamento relativo ao mês de dezembro, incluindo vencimentos do 13º.

Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ houve problemas semelhantes. Em julho de 2014, funcionários da empresa Digna não receberam o salário daquele mês e paralisaram suas atividades no campus da instituição em Nova Iguaçu. Os trabalhadores também denunciaram a falta de equipamentos de proteção individual – como botas, luvas e uniformes adequados.

Crise na UFF

Em dezembro do ano passado, em reunião com representantes da Aduff-SSind e do Sintuff, os dirigentes sindicais interpelaram o reitor Sidney Mello sobre a situação dos terceirizados. Na ocasião, ele disse estar solucionando a questão do atraso no pagamento dos salários, fruto de problemas orçamentários. Considerou a necessidade de conter os gastos, provavelmente já refletindo o ajuste fiscal do governo. A equipe de imprensa da ADUFF aguarda o agendamento de entrevista com o Pró-Reitor de Assuntos Administrativos, Professor Néliton Ventura, para apurar os fatos com maior detalhamento.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco

Sob gritos como “na cara de pau, ‘ce ta pagando a campanha eleitoral” e “não agüento mais, fora Pezão e Eduardo Paes”, centenas de pessoas marcharam da Cinelândia à Central do Brasil para se posicionar contra o aumento da tarifa dos transportes públicos nas cidades do Rio de Janeiro e de Niterói, na tarde da última sexta-feira (9). Eduardo Paes autorizou o reajuste em R$0,40. Já prefeitura fluminense, autorizou 10% de aumento, com a passagem chegando a R$3,30.

O ato, convocado pelo Movimento Passe Livre – MPL em conjunto com outras entidades que defendem a mobilidade urbana, reuniu estudantes secundaristas e universitários, e trabalhadores de diferentes segmentos. Uma primeira manifestação contra o aumento das passagens já havia ocorrido no dia 5, no IFCS (Largo de São Francisco). Outro evento está previsto para o dia 16, a partir das 17h, com concentração na Candelária.

“A indignação é generalizada. Os governantes sabem que as férias e as festas de final de ano atrapalham a mobilização e, por isso, anunciaram o aumento das passagens nesse contexto. Mesmo assim, temos reafirmado que não aceitaremos o aumento da tarifa dos transportes. O carioca já demonstra sua disposição para a luta e o ato é o recado de que somos contra esse reajuste”, explica Mariana Nolte, estudante do curso de pós-graduação em Antropologia da UFF, lembrando que as manifestações também são organizadas em outras cidades do país, como São Paulo e Belo Horizonte.

A passeata também tinha como meta exigir melhorias no transporte público, que funciona de forma precarizada. Muitos dos participantes se queixaram da falta de ar-condicionado, das filas enormes nos pontos de ônibus e da super lotação dos veículos, bem como também expressaram descontentamento com os serviços oferecidos pelas empresas que operam metrôs, trens e barcas. André Luiz Pereira do Nascimento, mensageiro, diz ser usuário assíduo de ônibus e trem. “Sinto medo de usar transporte público, porque coloco a minha vida em risco. Não funcionam como deveriam e a gente sabe que a intenção do empresário é apenas lucrar”, afirma, recordando que esteve nas jornadas de junho de 2013.

Para Tatiana Poggi, professora do curso de História da UFF, o ato é de extrema importância porque diz respeito ao direito à cidade, ao direito de ir e vir. “Participar é colocar sua cidadania em prática. Temos que estar na rua, mobilizados, se quisermos reverter alguma coisa”, afirma.

Educação foi a área que sofreu maior corte, 31% do total bloqueado. Em manifesto, Auditoria Cidadã da Dívida denuncia que o pagamento da dívida pública brasileira traz prejuízos aos direitos dos trabalhadores.

DA REDAÇÃO DO ANDES-SN

O Orçamento Federal proposto pelo Executivo para 2015 reserva R$ 1,3 trilhão para os gastos com a dívida pública, o que corresponde a 47% de tudo que o país arrecadará com tributos, privatizações e emissão de novos títulos, entre outras rendas, segundo dados da Auditoria Cidadã da Dívida, que apontam que este montante representaria 13 vezes os recursos inicialmente previstos para a Educação.

“A dívida é hoje o principal instrumento de transferência de recursos da nação para o capital internacional, que nada mais é que a articulação dos monopólios industriais comerciais com os bancos, e uma estreita relação com o agronegócio”, afirma Alexandre Aguiar dos Santos, 1º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN e representante do Sindicato Nacional na Auditoria Cidadã da Dívida.

Além da reserva para pagamento da dívida pública e das medidas que alteram as regras para a concessão de benefícios, como pensões por morte e seguro-desemprego, o governo Dilma Rousseff, por meio do decreto publicado nesta quinta-feira (8), bloqueou R$ 22,7 bilhões para os ministérios e secretarias especiais. O ministério da Educação responde pela maior parte do montante afetado, com o equivalente a R$ 7 bilhões anuais, o que corresponde a 31% do total de cortes.

O manifesto divulgado pela  Auditoria Cidadã explica que o ajuste fiscal anunciado pelo governo federal, aprovado pelo mercado financeiro, que prevê uma economia de R$ 18 bilhões em 2015 “é a velha política macroeconômica assentada em juros elevados, sob a justificativa de ‘combater a inflação’”. “Juros altos aumentam os gastos com a dívida pública, beneficiando apenas o setor financeiro, e são a receita infalível para o baixo crescimento, que não deu certo em nenhum país da Europa, mas que o Brasil teima em seguir”, prossegue a declaração.

Os novos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciaram a meta de poupar em 2015 R$ 66,3 bilhões para o abatimento da dívida pública - R$ 55,3 bilhões na área federal e o restante nos estados e municípios.

De acordo com Alexandre Aguiar dos Santos, as medidas indicam que o alvo para a contenção de recursos não é o grande capital, mas sim os trabalhadores. “Ao invés de atacar o maior dos gastos públicos, que é a dívida pública e os elevadíssimos juros incidentes, o governo vai em cima dos direitos dos trabalhadores revendo regras do seguro-desemprego, concessão de benefícios, da segurança do trabalhador, do fundo de amparo ao trabalhador, do abono salarial”.

Auditoria, já

A dívida interna federal, atualmente, ultrapassa os R$ 3 trilhões e somente uma auditoria é capaz de reverter essa situação. “Nós não estamos falando na possiblidade de pagamento da dívida. Estamos falando em rolagem da dívida, pagamento de juros e ampliação dela. Não existe no horizonte da política do estado brasileiro uma perspectiva de fazer o pagamento da dívida, ao contrário se constitui num escoamento de recursos contínuos para o grande capital financeiro internacional. Esse 1,3 trilhão é uma ampliação do nosso endividamento, o que é uma lógica irracional do ponto de vista da saúde financeira, de qualquer nação”, explica Alexandre.

Para o docente, a temática da dívida pública precisa adquirir centralidade nas lutas política e econômica da população brasileira em 2015. “É necessário a auditoria da dívida pública para identificar quem são os proprietários desse grande negócio que não é subordinado a Lei de Licitações”, concluiu.

FONTE: ANDES-SN

Pacote contra trabalhadores dos setores público e privado, que incluiu seguro-desemprego, sai 2 meses após promessa de que não mexer em direitos ‘nem que a vaca tussa’
DA REDAÇÂO DA ADUFF*
Por Hélcio Duarte Filho
A presidente Dilma Rousseff (PT) enviou ao Congresso Nacional medidas provisórias que eliminam direitos previdenciários e trabalhistas históricos dos trabalhadores. Acaba a pensão vitalícia por morte de cônjuge ou companheiro, cuja duração passa a depender da expectativa de vida do pensionista, e triplica o tempo mínimo de trabalho exigido para que o trabalhador demitido receba o seguro-desemprego. As duas medidas terão que ser aprovadas pelos parlamentares para virar lei, mas já estão em vigor.
As mudanças foram encaminhadas ao Legislativo pouco mais de dois meses após a presidente ter sido reeleita prometendo não mexer nos direitos dos trabalhadores – “Nem que a vaca tussa”, afirmou à época sobre possíveis cortes nessa área, bordão muitas vezes replicado na campanha nas redes sociais. E 13 dias após avalizar aumento para a cúpula dos Três Poderes, que elevou seu próprio salário e dos ministros a quase 31 mil reais e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, do procurador-geral da República e deputados federais e senadores a R$ 33.763.
Trabalhadores podem perder 18 bi ao ano
A medida referente às pensões (MP 664/2014) atinge trabalhadores dos setores público e privado. Os segurados da esfera privada tiveram ainda as futuras pensões por morte reduzidas à metade do valor do salário do trabalhador. Com as duas medidas provisórias, publicadas no dia 30 de dezembro, o governo estima retirar cerca de R$ 18 bilhões por ano de trabalhadores e pensionistas.
A economia prevista está muito próxima da receita que a União perdeu com a desoneração da folha de pagamento concedida pelo governo a empresários e das projeções de perdas para 2015. Dados oficiais apontam que a Previdência Social deixou de receber R$ 16,5 bilhões em 2013. Em 2015, a conta deve ficar em R$ 21,4 bilhões. A desoneração livra empresários de pagar 20% sobre a folha de pessoal à Previdência Social ao substituir tal contribuição por um percentual de menor impacto sobre o faturamento.
De acordo com as declarações de ministros e secretários do próprio governo, o dinheiro economizado deverá elevar o superávit primário – e ajudar a pagar juros a credores, dentre os quais se destacam os banqueiros. O pacote também inclui mudanças no auxílio-doença, no seguro-defeso dos pescadores e no abono-salarial de quem recebe até dois salários mínimos. Todas as alterações prejudicam os trabalhadores.
Pensão de cônjuge pode durar só 3 anos
As mudanças na Previdência são as mais pesadas contra trabalhadores desde a reforma de 2003, aprovada pelo então governo Lula no Congresso, e que levou, posteriormente, à criação do fundo de pensão para o funcionalismo (Funpresp). No caso da pensão por morte, as mulheres são numericamente as mais prejudicadas, já que representam a imensa maioria de quem recebe o benefício previdenciário.
Com a medida, o tempo de duração da pensão passa a ser calculado com base numa tabela que leva em consideração a expectativa de sobrevida do beneficiado – para jovens com até 21 anos, passa a durar apenas três anos. Até a edição da MP, a pensão era vitalícia. Agora, somente quem tiver 44 anos ou mais receberá o benefício por tempo ilimitado, idade que pode ser alterada de acordo com os índices de expectativa de vida divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Jovens: alvo central das medidas
As novas regras para o seguro-desemprego tendem a afetar mais os trabalhadores jovens e que ocupam vagas de trabalho precarizadas e com poucos direitos. Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócios-Econômicos) mostrou que 55% dos trabalhadores jovens no Brasil não completam nem um ano no mesmo emprego.
Apesar das medidas, a presidente Dilma, no seu pronunciamento de posse para o segundo mandato, em Brasília, voltou a dizer que não admitirá cortes nos diretos trabalhistas – e evitou mencionar o pacote anunciado poucos dias antes.
Plenária dos servidores
Os servidores públicos federais devem avaliar os efeitos das mudanças e definir o que fazer com relação a elas na plenária nacional da categoria marcada para os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, em Brasília. A atividade prepara a campanha salarial nacional conjunta do setor em 2015, que enfrentará a política de 'ajuste fiscal' anunciada pelo governo.
*Com dados da Redação do Andes-SN
Como ficam as novas regras caso a MP não seja derrubada
PENSÃO POR MORTE
Como é:
– Não há prazo mínimo de casamento.
Como fica:
– Falecido deve ter 24 meses de contribuição previdenciária.
– Será exigido tempo mínimo de casamento ou união estável de 24 meses.
– Valor do benefício é reduzido à metade para as próximas pensões (60 dias após a edição da MP), com acréscimo de 10% para cada eventual dependente – alteração que só vale para o setor privado, já que para modificar o valor das pensões no serviço público, que já possui um redutor de 30% para valores acima do teto do Regime Geral da Previdência, é necessário aprovar emenda à Constituição Federal.
– Deixa de ser vitalícia para cônjuges: prazo de pagamento passa a variar de acordo com a idade do pensionista.
ABONO SALARIAL (PIS)
Como era:
– Basta trabalhar um mês durante o ano e receber até dois salários mínimos
– O valor é um salário mínimo para todos.
Como fica:
– Haverá carência de seis meses de trabalho ininterruptos.
– O pagamento passa a ser proporcional ao tempo trabalhado, até o limite de um salário mínimo.
SEGURO DESEMPREGO
Como era:
– Carência de seis meses de trabalho.
Como fica:
– Carência de 18 meses na 1ª solicitação; 12 meses na 2ª e 6 meses a partir da 3ª.
AUXÍLIO-DOENÇA
Como era:
– Benefício é de 91% do salário do segurado, limitado ao teto do INSS.
– Empresas arcam com o custo de 15 dias de salário antes do INSS.
Como fica:
– O teto será a média das últimas 12 contribuições.
– Empresas arcam com o custo de 30 dias de salário antes do INSS.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Na próxima sexta-feira (9) acontece o “2º ato contra o aumento da passagem”, a partir das 17 horas, na CINELÂNDIA. O evento é convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) com o apoio de entidades solidárias à causa. Desde o último sábado (3), a tarifa dos ônibus na cidade do Rio de Janeiro aumentou de R$ 3,00 para R$ 3,40.

A Justiça estadual negou a liminar do Ministério Público (MP-RJ) para barrar o aumento de preço das passagens. O MP-RJ abriu ação civil pública questionando o reajuste que não leva em conta apenas o índice inflacionário, mas que repassa ao usuário os custos com a gratuidade do sistema (estudantes, idosos, deficientes físicos), as melhorias no transporte (como aquisição de frota com ar-condicionado) e as despesas adicionais, como o pagamento de funcionários, gastos com combustível e desgaste dos veículos.

O aumento na tarifa dos ônibus também foi anunciada em outras capitais, como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Boa Vista, entre o dezembro de 2014 e janeiro de 2015. No Rio de Janeiro e em São Paulo, já houve protestos no início desta semana (5), reunindo centenas de manifestantes que defendem o passe livre.

Os diretores e funcionários da ADUFF desejam a todos boas festas e um feliz 2015!

Que o período de recesso propicie o merecido descanso e revigore as energias para enfrentarmos as muitas lutas que estão por vir!

Expediente

Na sede do sindicato, não haverá expediente entre os dias  22 de dezembro e 4 de janeiro. A partir do dia 5 de janeiro, as atividades da ADUFF retornam normalmente.


A comunidade acadêmica da UFF realiza nesta quarta-feira, dia 17, ato no Conselho Universitário contra  a adesão do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O movimento será realizado às 9h, no auditório da Geociências (campus Praia Vermelha), mesmo local em que acontecerá a sessão do CUV.

Às 18h desta terça-feira, o Conselho de Entidades da Base convoca para reunião do Comitê da UFF contra a Ebserh. O evento será realizado no DCE.

DA REDAÇÃO DO ANDES-SN

O Seminário dos SPF e a reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular, ocorridos no mês de novembro, definiram ações para os servidores públicos em 2015. Na avaliação dos participantes, o próximo ano promete ser de intensas mobilizações.

Nos dias 31 de janeiro e 1° de fevereiro de 2015 será realizada a Plenária dos SPF, data definida no Fórum das Entidades, para definir os eixos da campanha salarial, as pautas das lutas gerais do Fórum e a agenda de mobilização para o ano de 2015.  “A realização do Seminário em novembro foi uma vitória, e conseguimos rearticular o Fórum através das entidades, buscando fazer uma campanha salarial mais forte em 2015, com muito mais expressão do que em 2014. A ideia é realizar a Plenária no final de janeiro e fechar os sete pontos de acordo entre os servidores públicos federais e os que estão em divergência, consensuar agora na Plenária”, explica Amauri Fragoso, 1° tesoureiro do ANDES-SN e Encarregado de Relações Sindicais. O Fórum das Entidades dos SPF está organizando a estrutura do evento.

Na Plenária será discutida e consensuada a pauta para a Campanha Salarial dos SPF de 2015 e a data para o seu lançamento com uma Marcha Nacional à Brasília. “Sabendo que as perspectivas são muito duras para este ano, o governo vai engrossar e vai fazer com que os servidores paguem a conta, o Joaquim Levy [novo ministro da Fazenda] já declarou que não terá gastos com os servidores públicos federais”, disse Amauri, que ressalta que é preciso fortalecer a unidade dos servidores.

Construir uma atividade unificada dos SPF em Brasília, também foi tema da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular, realizada entre os dias 28 a 30 no Rio de Janeiro (RJ), que contou com a presença de entidades, oposições sindicais e movimentos sociais, e apontou os principais embates a se travar em 2015.

“Foi uma reunião muito boa, com mais de 250 pessoas, fizemos um balanço do ano de 2014, identificando os principais problemas. O diagnóstico foi de que o ano que vem será de muita dureza, pelas perspectivas da redução do Programa de Integração Social (PIS), do auxílio desemprego e saúde, a da redução da jornada de trabalho com redução de salário”, ressalta Fragoso.

A reunião da CSP-Conlutas, em acordo com as ações do Seminário dos SPF, ressaltou a importância de organizar ações no Congresso Nacional contra a aprovação dos projetos que atentam contra os interesses dos trabalhadores do serviço público, como o PL 327/14, projeto de ataque ao direito de greve; a criação das fundações estatais de direito privado no âmbito do serviço público, PLP 92/07; e a perda de cargo público por insuficiência de desempenho, PLP 248/98; entre outros projetos.

O Setorial dos SPF da CSP-Conlutas apontou a necessidade de fortalecer a participação de todos os setores do serviço público federal na Plenária Nacional, convocada pelo Fórum de Entidades dos SPF. Para fortalecer esta unidade, propôs a realização de Seminários Estaduais, reproduzindo o Seminário Nacional, dos SPF discutindo as propostas que foram encaminhadas no Seminário. (Circular 227/2014).

Reunião do Setor das IFES

Antecedendo a Plenária dos SPF, o ANDES-SN convocou reunião do Setor dos Docentes das Ifes, para o dia 30 de janeiro, com o objetivo de discutir o eixo, a pauta e a agenda da campanha salarial dos SPF a ser levada pelo Sindicato Nacional à Plenária. (Circular nº 240/2014)

Segundo André Rodrigues Guimarães, 1º vice-presidente da Regional Norte II e um dos coordenadores do Setor das Ifes, neste momento é preciso dar continuidade ao que foi feito no Seminário e pautar a Campanha Salarial dos SPF nos estados. “É importante que as nossas seções sindicais e as secretarias regionais do ANDES-SN se articulem e repliquem nos estados e com as demais entidades dos SPF, nos moldes do Seminário Nacional, os Seminários Estaduais. Esta movimentação será importante para  mobilizar o conjunto de outras categorias - independente das suas vinculações com centrais sindicais - para construir a campanha salarial pela base unificada e que represente os interesses do conjunto dos servidores públicos federais. Fortalecer a unidade dos SPF, em cada estado e nacionalmente, é fundamental para barrarmos em 2015 os ataques ao serviço público e aos direitos dos trabalhadores".

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