Jul
04
2016

"Despejo do Sintuff é questão política”, afirma dirigente sindical

Ato em solidariedade aos técnico-administrativos acontece às 14h dessa terça (5), nos jardins da reitoria;
nova plenária unificada dos três segmentos será na terça (12), às 17h, no Bandejão

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind
.
“Somos trabalhadores e não bandidos. O reitor quer nos calar para que não nos defendamos. Ele não dialoga e, quando contrariado, chama a polícia armada”, disse José Antonio Rocha de Siqueira Júnior, técnico-administrativo, sobre a ação de despejo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF – Sintuff da sede que ocupava há mais de 30 anos no campus do Valonguinho (Centro). No sábado (2), oficiais de Justiça e policiais federais impediram que os dirigentes sindicais entrassem no prédio desocupado a força. O reitor Sidney Mello acionou a Polícia Federal e contratou dois caminhões de mudança para retirar os móveis e objetos pertencentes ao sindicato do local.
.
Esse fato foi bastante debatido na tarde dessa segunda (4), durante a plenária dos três segmentos, que contou com a representação dos servidores e com alguns estudantes da instituição. Eles deliberaram participar de um ato de solidariedade aos técnico-administrativos nessa terça (5), às 14h, nos Jardins da Reitoria (Rua Miguel de Frias). O ato, organizado e convocado pelo Sintuff, acontece no mesmo dia em que será dada posse à gestão do Sindicato dos Técnicos, eleita recentemente. Também foi aprovada a construção de um documento coletivo, assinado pela Aduff-SSind, pelo Sintuff e pelos estudantes, repudiando essa ação impetrada pela reitoria da UFF. Os participantes ainda apontaram a convocação de uma plenária unitária, dos três segmentos, para a terça (12), às 17h, no Bandejão (Gragoatá).
.
“Despejo é político”

Os participantes consideraram que a ação de despejo levada adiante pela reitoria da UFF tem conotação política, visando perseguir e desqualificar o sindicato. “Somos combativos, nos posicionamos de forma contrária a essa política privatista”, disse Pedro Rosa, dirigente do Sintuff. Ele chamou atenção para o fato de o reitor contar com o apoio da justiça e com o uso de força policial para levar adiante seus anseios, sem estabelecer diálogo efetivo com a categoria. Mencionou o emblemático caso da aprovação da Ebserh na instituição e, mais recentemente, o despejo do sindicato. Também criticou a instalação do ponto eletrônico na Universidade e a portaria que acaba com as 30 horas na UFF, direito historicamente adquirido pelos trabalhadores em Educação. “A ação de despejo do Sintuff é uma questão política; não diz respeito à sede ou ao espaço físico”, complementou Pedro Rosa.
.
Aduff-SSind manifesta apoio ao Sintuff

A Aduff-SSind esteve representada na plenária dos três segmentos pelas diretoras Gelta Xavier e Adriana Penna. As professoras Claudia March e Tatiana Poggi, que integram o Conselho de Representantes da Seção Sindical, também estiveram presentes.
.
Adriana Penna disse ter ficado indignada e com a ação da reitoria. Questionou o fato de o cumprimento da ordem de despejo ter se dado na manhã de sábado, quando a Universidade estava esvaziada, sem estudantes, técnicos e professores suficientes para se posicionarem contra essa medida. “Isso que aconteceu com o Sintuff é expressão da truculência com a classe trabalhadora. Foi um ataque contra todos nós”, afirmou.
.
Para docente Claudia March, é necessário ampliar a discussão por democracia e denunciar a criminalização dos movimentos sindical e estudantil na UFF. “Fico me perguntando se, algum dia, vamos ser proibidos de fazer uma assembleia de professores, técnicos e de estudantes no campus universitário”, argumentou.