Fev
01
2024

Num ato que aposta na unidade, sindicatos de servidores entregam juntos contraproposta ao governo

Contraproposta com reivindicações dos servidores federais foi entregue em conjunto pelo Fonasefe, do qual o Andes-Sindicato Nacional e a Aduff participam, Fonacate e centrais sindicais. Ato tem forte simbolismo em torno da unidade do funcionalismo para construir uma pressão conjunta sobre o governo federal e tentar reverter o reajuste zero previsto para 2024 e cobrar uma proposta que considere as perdas passadas. 

 

Representantes dos sindicatos e federações, entre eles o Andes-SN, na reunião no Ministério da Gestão, com o secretário de Relações de Trabalho Representantes dos sindicatos e federações, entre eles o Andes-SN, na reunião no Ministério da Gestão, com o secretário de Relações de Trabalho / Andes-SN

Entidades sindicais que representam o funcionalismo público federal, em conjunto com as centrais sindicais, entregaram uma contraproposta unitária de reivindicações da campanha salarial ao Ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos. O ato teve um forte simbolismo, de abrangência poucas vezes vista, em torno da unidade dos sindicatos do funcionalismo na luta salarial em curso.

Ao mesmo tempo que expressa a rejeição conjunta ao que foi apresentado pelo governo federal em dezembro passado, a contraproposta busca balizar a luta coletiva da categoria para derrubar o anunciado 'reajuste zero' em 2024. Também pretende-se arrancar do governo um projeto que expresse uma política que reponha as perdas salariais passadas.

A contraproposta foi entregue pela chamada Bancada Sindical, na quarta-feira, dia 31 de janeiro de 2024, ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação (SRT/MGI), José Lopez Feijóo. Ele recebeu representantes do Fonasefe (Fórum das Entidades Sindicais Nacionais dos Servidores Públicos Federais), Fonacate (o fórum das chamadas carreiras típicas de Estado) e de centrais sindicais para uma breve conversa. O Andes-Sindicato Nacional, que integra o Fonasefe, participou da atividade.

A bancada Sindical é como é denominado esse grupo de entidades sindicais que participam da Mesa Nacional de Negociação Permanente com o governo representando os servidores. A resposta do governo dada às entidades sindicais em dezembro passado e a busca de uma contraproposta unitária foram pontos debatidos na mais recente assembleia geral realizada pela Aduff-SSind. 

Também foi tema de pauta da reunião setorial das instituições federais de ensino superior realizada pelo Andes-Sindicato Nacional há poucos dias, na qual a Associação dos Docentes da UFF foi representada pela professora Maria Cecília Castro, que preside a seção sindical.

Em ambos os casos, houve críticas ao conteúdo da proposta articulada pelo Fonasefe - principalmente por já se posicionar pelo parcelamento do reajuste reivindicado -, porém prevaleceu na reunião setorial a avaliação de que, neste momento, apostar na unidade e numa campanha conjunta do funcionalismo sobre o governo é fundamental para que haja perspectivas de uma luta vitoriosa.

 A contraproposta

O ofício protocolado responde à proposta do governo comunicada aos servidores no dia 18 de dezembro de 2023. A contraproposta reivindica o reajuste incidindo sobre dois blocos, com base nas perdas acumuladas a partir do governo Temer (desde setembro de 2016) até dezembro de 2023, acrescidas de projeções inflacionárias para 2024 e 2025:

O Bloco I, no qual estão incluídos, por exemplo, os técnicos administrativos das universidades, cobra reajuste de 34,32% dividido em três parcelas iguais de 10,34% em 2024, 2025 e 2026.

O Bloco II, no qual está incluída a categoria docente, pleiteia reajuste de 22,71%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% nos meses de maio de 2024, 2025 e 2026.

Também reivindica do governo um compromisso formal em torno da abertura das negociações das perdas salariais históricas a partir de julho de 2010. 

Os índices propostos foram calculados considerando-se a inflação acumulada entre o governo Temer (1º de setembro de 2016) e o final do governo Bolsonaro, período no qual não houve reajuste salarial, mais o ano de 2023, quando foi aplicado, a partir de maio, a reposição de 9%. Também é projetada a inflação estimada para 2024 e 2025. Essa conta soma 53,72%, do qual são abatidos os reajustes que cada bloco de carreiras teve ao longo desses anos.

Benefícios 

O documento entregue ao governo também defende a total equiparação com os servidores do Legislativo e do Judiciário, ainda em 2024, dos valores dos benefícios - alimentação, saúde e pré-escolar. A mensagem lembra que não há impedimento na Lei de Diretrizes Orçamentárias para que isso seja adotado já este ano.

Outros pontos da resposta das servidoras e dos servidores

O ofício entregue ao secretário aborda ainda pontos do “revogaço”. a lista de medidas infralegais que as entidades reivindicam que seja revogadas, não atendidos pelo governo. Reafirma ainda a defesa de que a reforma da Previdência  seja revogada (EC 103/2019), assim como o fim da contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas (EC nº 41/2003.

A íntegra do documento protocolado junto ao MGI pode ser acessada clicando AQUI.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho
(Com dados da Redação do Andes-SN)

Representantes dos sindicatos e federações, entre eles o Andes-SN, na reunião no Ministério da Gestão, com o secretário de Relações de Trabalho Representantes dos sindicatos e federações, entre eles o Andes-SN, na reunião no Ministério da Gestão, com o secretário de Relações de Trabalho / Andes-SN