A reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Andes-SN rejeitou a proposta que prevê o congelamento dos salários neste ano e o reajuste salarial de 9%, em duas parcelas iguais de 4,5%, em maio de 2025 e maio de 2026.
A proposta de reajuste zero para 2024 foi apresentada pelo governo Lula (PT) no final de 2023 e sinaliza apenas com o aumento dos auxílio-alimentação para R$ 1.000; auxílio-saúde para R$215,00 por beneficiário (é, atualmente, de R$ 144) e auxílio-creche para R$ 484,90.
As representações das seções sindicais presentes avaliaram que a proposta do governo contém índices salariais rebaixados, exclui aposentadas, aposentados e pensionistas, e não reconhece as perdas salariais desde 2010.
A presidente da Aduff-SSind, Maria Cecília de Castro, participou do espaço e levou o posicionamento de rejeição da proposta do governo, definido em assembleia geral das e dos docentes da UFF.
Contraproposta
A reunião do Setor das IFEs definiu pela continuação das negociações com o governo, apresentando a contraproposta elaborada em unidade pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e as centrais sindicais. A saber: reajuste salarial de 22,71%, com pagamento anual de 7,06% em 2024, 2025 e 2026.
“Acho importante pontuar que levamos à reunião do setor as críticas da nossa assembleia à contraproposta da Fonasefe e da bancada sindical, pois avaliamos que o parcelamento do reajuste salarial é algo muito ruim. Porém, pesou na tomada de decisão a defesa da diretoria do Andes-SN da importância de garantir a unidade da luta dos servidores públicos federais, o que a gente também debateu e reforçou muito em nossa assembleia. Na conjuntura atual, é importante que não exista um isolamento da categoria para que a gente tenha mais força para garantir os diretores dos SPF’s”, explica a presidente da Aduff e representante da seção sindical na reunião do setor das Federais.
As representações das 25 seções sindicais também apontaram a importância de não abdicar das perdas salariais do período de 2010 a 2016 e de dar continuidade à luta pela reestruturação da carreira, lutando pela equiparação dos benefícios com os demais poderes, legislativo e judiciário, além de não aceitar qualquer proposta que exclua as e os aposentados e pensionistas.
Na reunião, ainda propuseram a inclusão de outros itens como prioritários na pauta, que compõe o “Revogaço”, como a revogação da contrarreforma da Previdência, o fim da contribuição de aposentadas, aposentados e pensionistas, a revogação da portaria que inibe o acesso ao adicional de insalubridade, a Instrução Normativa 15/2022; entre outros.
Também foi debatida e reafirmada a continuidade da divulgação e envio de materiais sobre a Campanha Salarial 2024 e sobre as perdas salariais das aposentadas e dos aposentados, considerando a possibilidade de construção de um acampamento na capital federal em conjunto com as demais entidades.
22 de fevereiro - Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Carreira e da Educação Pública
A reunião do Setor também apontou para a construção do dia 22 de fevereiro, data da próxima reunião para negociação da carreira, como o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Carreira e da Educação Pública.
No espaço, as representações das seções sindicais definiram pelo fortalecendo de atos conjuntos, na data, com as demais entidades da Educação, tendo como horizonte a construção de um dia de mobilizações e paralisações.
Apontaram ainda a ampliação na mobilização nas universidades, que possibilitaria um debate para pensar a construção da greve no serviço público.
“A realização da reunião do setor das Ifes e os encaminhamentos tirados fortalecem a unidade na luta com os servidores (as) públicos federais, enquanto se acatou a resposta à contraproposta do governo, construída conjuntamente pelo Fonasefe, Fonacate e centrais sindicais, a qual rejeita reajuste zero em 2024; não aceita a exclusão de aposentados(as); não abre mão das perdas salariais desde 2010 e eleva os percentuais de recomposição salarial para 2024, 2025 e 2025. Além disso, os encaminhamentos chamam a categoria para a luta em defesa destas reivindicações e da valorização da carreira docente, fortalecendo o dia 22/02, quando haverá reunião com o governo sobre carreira, como um dia de mobilização do setor da educação!”, disse Lucia Lopes, 3ª vice-presidenta do ANDES-SN e da coordenação do Setor das Ifes.