Jan
31
2024

Setor das Federais rejeita proposta do governo e continua negociações da campanha salarial com contraproposta unificada da bancada sindical

No sábado (27), docentes de 25 seções sindicais do ANDES se reuniram na sede do Sindicato Nacional, em Brasília, para discutir a proposta de reajuste para servidoras e servidores federais, apresentada pelo governo federal no final de dezembro de 2023, e a contraproposta da bancada sindical, referente à campanha salarial

Setor das Federais rejeita proposta do governo e continua negociações da campanha salarial com contraproposta unificada da bancada sindical / Andes-SN

A reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Andes-SN rejeitou a proposta que prevê o congelamento dos salários neste ano e o reajuste salarial de 9%, em duas parcelas iguais de 4,5%, em maio de 2025 e maio de 2026.

A proposta de reajuste zero para 2024 foi apresentada pelo governo Lula (PT) no final de 2023 e sinaliza apenas com o aumento dos auxílio-alimentação para R$ 1.000; auxílio-saúde para R$215,00 por beneficiário (é, atualmente, de R$ 144) e auxílio-creche para R$ 484,90.

As representações das seções sindicais presentes avaliaram que a proposta do governo contém índices salariais rebaixados, exclui aposentadas, aposentados e pensionistas, e não reconhece as perdas salariais desde 2010.

A presidente da Aduff-SSind, Maria Cecília de Castro, participou do espaço e levou o posicionamento de rejeição da proposta do governo, definido em assembleia geral das e dos docentes da UFF.

Contraproposta

A reunião do Setor das IFEs definiu pela continuação das negociações com o governo, apresentando a contraproposta elaborada em unidade pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e as centrais sindicais. A saber: reajuste salarial de 22,71%, com pagamento anual de 7,06% em 2024, 2025 e 2026.

“Acho importante pontuar que levamos à reunião do setor as críticas da nossa assembleia à contraproposta da Fonasefe e da bancada sindical, pois avaliamos que o parcelamento do reajuste salarial é algo muito ruim. Porém, pesou na tomada de decisão a defesa da diretoria do Andes-SN da importância de garantir a unidade da luta dos servidores públicos federais, o que a gente também debateu e reforçou muito em nossa assembleia. Na conjuntura atual, é importante que não exista um isolamento da categoria para que a gente tenha mais força para garantir os diretores dos SPF’s”, explica a presidente da Aduff e representante da seção sindical na reunião do setor das Federais.

As representações das 25 seções sindicais também apontaram a importância de não abdicar das perdas salariais do período de 2010 a 2016 e de dar continuidade à luta pela reestruturação da carreira, lutando pela equiparação dos benefícios com os demais poderes, legislativo e judiciário, além de não aceitar qualquer proposta que exclua as e os aposentados e pensionistas.

Na reunião, ainda propuseram a inclusão de outros itens como prioritários na pauta, que compõe o “Revogaço”, como a revogação da contrarreforma da Previdência, o fim da contribuição de aposentadas, aposentados e pensionistas, a revogação da portaria que inibe o acesso ao adicional de insalubridade, a Instrução Normativa 15/2022; entre outros.

Também foi debatida e reafirmada a continuidade da divulgação e envio de materiais sobre a Campanha Salarial 2024 e sobre as perdas salariais das aposentadas e dos aposentados, considerando a possibilidade de construção de um acampamento na capital federal em conjunto com as demais entidades.

22 de fevereiro - Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Carreira e da Educação Pública

A reunião do Setor também apontou para a construção do dia 22 de fevereiro, data da próxima reunião para negociação da carreira, como o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Carreira e da Educação Pública.

No espaço, as representações das seções sindicais definiram pelo fortalecendo de atos conjuntos, na data, com as demais entidades da Educação, tendo como horizonte a construção de um dia de mobilizações e paralisações.

Apontaram ainda a ampliação na mobilização nas universidades, que possibilitaria um debate para pensar a construção da greve no serviço público.

“A realização da reunião do setor das Ifes e os encaminhamentos tirados fortalecem a unidade na luta com os servidores (as) públicos federais, enquanto se acatou a resposta  à contraproposta do governo, construída conjuntamente pelo Fonasefe, Fonacate e centrais sindicais, a qual rejeita reajuste zero em 2024; não aceita a exclusão de aposentados(as); não abre mão das perdas salariais desde 2010 e eleva os percentuais de recomposição salarial para 2024, 2025 e 2025. Além disso, os encaminhamentos chamam a categoria para a luta em defesa destas reivindicações e da valorização da carreira docente, fortalecendo o dia 22/02, quando haverá reunião com o governo sobre carreira, como um dia de mobilização do setor da educação!”, disse Lucia Lopes, 3ª vice-presidenta do ANDES-SN e da coordenação do Setor das Ifes.

Setor das Federais rejeita proposta do governo e continua negociações da campanha salarial com contraproposta unificada da bancada sindical / Andes-SN

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