Set
01
2016

Cansados de esperar por obra, estudantes ocupam ‘novo’ Iacs na UFF

Estudantes do Instituto de Arte e Comunicação Social ocupam prédio inacabado cujas obras estão paralisadas; anuncia de mais cortes na educação contribuiu para decisão dos alunos

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Estudantes do Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF (Iacs) ocuparam o prédio inacabado no campus do Gragoatá, em Niterói, previsto para ser a sua futura sede. O início da ocupação ocorreu na tarde da quarta-feira (31), data em que o Senado Federal confirmou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a efetivação do vice, Michel Temer (PMDB), na Presidência.

Os estudantes afirmam que cansaram de esperar. “Começamos a ocupação do novo Iacs porque ele já está em obra há muitos anos, o primeiro prazo de entrega era em 2011, e agora as obras estão paradas”, explicou a estudante de Cinema Clara Rey.
A ocupação coincidiu com o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado Federal e a posse definitiva do vice Michel Temer.

O cenário político, avalia Clara, dá ainda mais responsabilidades ao movimento. “Estamos vendo o corte de 45% no orçamento do ano que vem, o que torna mais importante ainda essa ocupação. A gente está aqui para dizer que isso aqui é nosso, que a gente quer isso para gente e que a gente não vai deixar escapar”, disse. A obra inacabada e paralisada do Iacs integra o Reuni, o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais.

O movimento, que já tem perfil no Facebook (Ocupe Novo IACS), é por tempo indeterminado. “Decidimos ocupar e fazer dele o nosso Iacs, a nossa universidade. [A entrega da obra] já foi prometida há muito tempo, não para de ser prometida, mas a obra nunca é feita e ninguém se importa. Dá para ver que na universidade eles só se importam com certos cursos, cursos de investimento privado conseguem ter as prédios prontos, mas tudo que é humanas e está nessa área que é renegada pela iniciativa privada acaba sem condições nenhuma”, disse a graduanda.

foto: Primeira noite da ocupação no Iacs, no Gragoatá - Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind