Ago
31
2016

Contra Temer e ataque a direitos, marcha de servidores vai a Brasília

Assembleia, na quinta-feira (8), debaterá participação em primeiro ato nacional após o contestado governo Temer ser efetivado sem votos; semana de mobilizações vai defender direitos, serviços públicos e combater projetos como a PEC 241 e o PLP 257

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind - Detalhe da manifestação realizada no início de agosto, na praia de Copacabana / RJ
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"O impeachment que aconteceu hoje é mais uma página infeliz da nossa história. O governo ilegítimo de Michel Temer pretende implementar um programa de ajuste fiscal e retirada de direitos sem o respaldo do voto popular. Os docentes se juntarão aos demais movimentos populares para defender a democracia, os direitos sociais e os serviços públicos de ataques como a PLP 257 e a PEC 241. Estaremos juntos na caravana que seguirá em protesto ate Brasília nos próximos dias ..... Fora Temer!", disse Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind e professor da Escola de Serviço Social da UFF, após a decisão tomada pelos senadores na tarde dessa quarta-feira (31). Com 61 votos favoráveis e vinte contrários, o Senado aprovou o impeachment de Dilma Rousseff (PT), afastada da presidência desde maio desse ano, sob o argumento de ter cometido crime de responsabilidade fiscal. Contudo, a ex-presidente, eleita com aproximadamente 54 milhões de votos em 2015, não perderá seus direitos políticos.
Para que se concretizasse o processo de impeachment, eram necessários os votos de 54 dos 81 senadores. Em segunda votação, Dilma manteve os direitos políticos por 42 votos favoráveis à cassação, sendo 36 contrários e três abstenções. Ela também precisava de mais de 2/3 dos votos dos senadores para se tornar inelegível pelos próximos oito anos.
No último dia de agosto, Dilma cede oficialmente o cargo ao então vice-presidente na chapa PT-PMDB, Michel Temer, que, nas próximas horas, deve tomar posse como presidente efetivo até 2018. Como já anunciado, Temer pretende recrudescer a política fiscal de contingenciamento de verbas, iniciada ainda no governo petista, e que promete engessar os serviços públicos no país – especialmente nas áreas de Educação e de Saúde. Não à toa, tramitam com celeridade no Legislativo dois projetos de lei que vão retirar ainda mais direitos sociais.
A primeira é a proposta de emenda constitucional, conhecida como PEC 241, que fixa teto para despesas primárias da União, o que implica em cortes no orçamento de áreas como saúde e educação, inclusive sobre receitas de previsão constitucional, mantendo livre destinação de recursos para o pagamento das dívidas públicas. O outro é o Projeto de Lei Complementar – PLP 257, que redefine a forma de pagamento das dívidas dos estados com a União, atingindo diretamente os serviços públicos federais, estaduais e municipais, ao prever corte de benefícios, congelamento de salários, suspensão de concursos públicos e até demissões de servidores. O PLP já foi aprovado em votação na Câmara dos Deputados e, agora, segue para apreciação no Senado.
#ForaTemer: Caravana a Brasília será ponto de pauta de assembleia dos docentes

Os servidores públicos federais preparam uma série de manifestações em Brasília para os dias 12, 13 e 14 de setembro. Será a primeira mobilização conjunta da categoria, para a qual outros setores dos movimentos sociais e sindicais estão sendo convidados a participar, após a definição do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia é envolver, ainda, servidores estaduais e municipais em todo o país.
A mobilização foi definida na reunião do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Federais (Fonasefe), realizada no dia 23 de agosto. O calendário de mobilizações prevê caravanas a Brasília de 12 a 14 de setembro, com realização de uma marcha na Esplanada dos Ministérios no dia 13.
A conjuntura política e a participação na Caravana em Brasília serão pontos de pauta da Assembleia Geral dos Docentes da UFF, que acontece na quinta-feira (8), às 15h, no auditório da Faculdade de Economia - Bloco F, no Campus do Gragoatá.