Ago
15
2016

No Boulevard Olímpico, ato defende educação pública e 'Fora Temer'

Manifestação na Praça Mauá marcou no Rio o 'Dia Nacional em Defesa da Educação Pública'
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foi um grito de alerta no meio da praça. Dezenas de profissionais da educação e estudantes foram ao Boulevard Olímpico da Praça Mauá, ao final da tarde e início da noite desta quinta-feira (11), para denunciar as ameaças que pairam sobre a educação pública, o conjunto dos serviços públicos e sobre direitos históricos dos trabalhadores no Brasil.
Quem passava pelo centro da praça em direção à área de entretenimento da Olimpíada, recebia uma carta, em versões em português e inglês, que retratada outro aspecto da realidade do país. Não havia também como não observar as faixas expostas pelos manifestantes, que anunciavam o "luto" na educação, a "calamidade olímpica" que vive a parcela pobre da sociedade e defendiam o fim do governo Temer e a manutenção de todos os direitos trabalhistas e sociais. "Foi um bom ato, com faixas e panfletagem na Praça Mauá, distribuímos todo o material e tivemos uma boa aceitação", resume a professora aposentada Elza Dely Macedo, da direção da Regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).
A manifestação aconteceu menos de 48 horas após o governo interino de Michel Temer (PMDB) aprovar, no Plenário da Câmara dos Deputados, o texto básico do PLP 257, o projeto de lei complementar que 'congela' o orçamento dos estados e que levará à redução dos recursos da educação. Assim como a PEC 241, proposta de emenda constitucional que teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e que, na prática, propõe o remanejamento de recursos de áreas sociais como educação e saúde para o pagamento de juros a credores das dívidas públicas brasileiras, em boa parte formados por bancos.
A carta distribuída às pessoas que se dirigiam ao Boulevard Olímpico alertava para o desastre que representará para o país a possível aprovação de projetos como o PLP 257 e a PEC 241: "Tudo isso [está sendo proposto] para permitir a oferta privada destes direitos, aumentando o lucro daqueles que já ganham cada vez mais, inclusive com o sistema da dívida pública que destina metade de nosso orçamento para o pagamento de juros aos bancos!", diz trecho da carta.
A certa altura do ato, cerca de 40 policiais militares, vestidos com capacetes e escudos, se alinharam a cerca de 20 metros do ato. Fora o posicionamento ostensivo das forças policiais, não houve ao longo de toda a manifestação nenhuma ação destas contra os manifestantes.
Professores e estudantes da UFF, entre eles dirigentes da Aduff-SSind, participaram do protesto, que marca o Dia Nacional em Defesa da Educação Pública e Gratuita no Rio de Janeiro. Também estiveram representadas entidades como a Adunirio, Asduerj, Sepe-RJ, Adufrj, Adur, Adopead e o Sindscope. A realização da manifestação foi definida no II Encontro Nacional da Educação (ENE), que reuniu cerca de duas mil pessoas este ano em Brasília.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
fotos: Ato na Praça Mauá, no Dia Nacional em defesa da Educação Pública no Rio - Zulmair Rocha