Jul
11
2016

Escola de Serviço Social questiona abordagem de conselheiro tutelar sobre crianças na UFF

Colegiado quer que Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente se pronuncie sobre o que ocorreu

Docentes e estudantes da Escola de Serviço Social da UFF (ESS), reunidos em Colegiado de Unidade Ampliado, decidiram solicitar do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Niterói um posicionamento com relação ao modo como crianças foram abordadas por um conselheiro tutelar no campus da universidade, no Gragoatá, no início do mês. Formularam um documento, que foi entregue pelos docentes Ana Paula Mauriel, Rodrigo Lima, Ana Lívia Adriano, Sandra Vaz e Fábio Simas na última reunião do CMDCA da cidade, ocorrida na quinta passada. O pedido foi acatado pelo conselho, que encaminhará notificação ao Conselho Tutelar para que se pronuncie.
.
O documento da ESS torna público a "indignação" dos corpos docente e discente "na forma como crianças foram abordadas por um Conselheiro Tutelar de Niterói" e esclarece que há clareza por parte da Escola de Serviço Social "da função do Conselho Tutelar e de que as crianças estavam em situação de trabalho infantil". No entanto, ressalta que a abordagem do conselheiro e do motorista da Prefeitura não foi compatível com o caráter de "proteção integral à criança" que a função exige, o que levou um grupo de estudantes a contestar a ação do conselheiro durante o recolhimento dessas crianças.
.
"Imediatamente, a Polícia Militar foi chamada pelo chefe de segurança da UFF, o que tornou a situação ainda mais tensa", diz trecho da nota, que também menciona com estranheza o fato de o conselheiro se recusar a se identificar. "Solicitamos ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Niterói um posicionamento quanto a tal situação e colocamo-nos à disposição, enquanto Escola de Serviço Social, para colaborar com o processo de formação de Conselheiros e/ou em outras ações que fortaleçam os direitos de crianças e adolescentes", conclui o texto encaminhado pela ESS.
.
De acordo com a diretora da Escola de Serviço Social, Ana Paula Mauriel, "essas crianças estão em situação de desproteção, exercendo o trabalho infantil; mas somente chamar o conselho tutelar não resolve. Temos que pensar, como universidade, em estratégias para lidar com esse tipo de questão", disse à reportagem da Aduff-SSind.
.
A administração central da UFF ainda não se pronunciou sobre o que aconteceu no campus do Gragoatá.