Juntas na luta por direito e pela vida de todas elas, as mulheres do Rio de Janeiro “sextaram” na rua neste 8 de março para afirmar que de lá não sairão enquanto perdurar o machismo, as inúmeras violências e a tentativa de controle sobre os seus corpos.
Reafirmaram o direito ao aborto, por uma vida digna, segura e sem qualquer tipo de desigualdade ou discriminação para todas as mulheres, no Brasil e mundo afora.
O ato unificado desta sexta-feira, 8 de março de 2024, saiu da Candelária e foi até a Cinelândia, no Centro do Rio, num cortejo multicolor, verde, lilás, branco, preto e vermelho que chamava atenção para as pautas desta data histórica, fruto das lutas internacionais pelo direito das mulheres.
Fotos do ato no Rio, na página da Aduff no Facebook - acessar aqui
Foram esses os eixos que o 8M-RJ levou para as ruas em 2024: “Nas ruas pela vida de todas as mulheres e pela legalização do aborto. Chega de feminicídio, lesbocídio, racismo, capacitismo e transfeminicídio. Pelo fim do genocídio negro, indígena e palestino. Nenhuma anistia para os golpistas de ontem e hoje. Democracia com justiça social e ambiental. Por emprego sem privatização, saúde e comida no prato. Por mais mulheres na política!”.
O tema robusto, que por um lado evidencia os desafios do movimento, também reforça o protagonismo e o compromisso das mulheres com a permanência na luta por uma sociedade livre de opressões, exploração de classe e contra toda forma de violência e desigualdade.
Presente no ato desta sexta (08), a professora de História da UFF e integrante da diretoria da Aduff, Renata Schittino, destaca que mesmo com tantos obstáculos e violências a força das mulheres atravessa a história e é responsável por revoluções e conquistas, mas ainda há muito o que avançar.
"Ainda tem uma série de reivindicações que precisam ser alcançadas e muita luta pela frente. No Brasil, por exemplo, ainda estamos engatinhando na questão do aborto. Enquanto a França inclui o direito ao aborto em sua Constituição, aqui a gente sequer consegue garantir o aborto legal. Sem falar nas disparidades no mercado de trabalho, nos inúmeros casos de violência contra as mulheres. Fundamental falar também em solidariedade às mulheres e crianças palestinas e contra o genocídio em Gaza, da [nossa] juventude negra e do povo indígena", disse.
Da Redação da Aduff
Por Lara Abib e Luiz Fernando Nabuco (fotos)