Com mote “Vencer o Machismo e o Conservadorismo”, o movimento se concentrou na Rodoviária Urbana (Estação Livre), no final da tarde da sexta (08), Dia Internacional de Luta das Mulheres. Nas ruas, defenderam a data como um dia de celebrar conquistas, forças e avanços, mas de luta permanente por uma sociedade mais humanizada, mais inclusiva, onde a diversidade racial, de gênero, de idade e de território seja acolhida com direitos iguais.
“Vivemos num mundo onde os valores masculinos ditam as regras, onde o racismo mostra suas garras cotidianamente, onde o machismo provoca inúmeras formas de violências contra as mulheres e meninas e a negociata das armas sustentam as guerras. O que nós mulheres temos a comemorar em meio ao caos em que vivem mergulhadas tantas de nossas semelhantes?”, perguntavam no panfleto, distribuído durante a manifestação.
Uma das organizadores do 8M na cidade, Nicole Rodrigues destaca que "Nova Friburgo é o terceiro município do Estado mais seguro para se viver, porém, simultaneamente, é o terceiro município mais violento para as mulheres". Esses dados são alarmantes, ela destaca. "As múltiplas violências vividas pelas mulheres em nossa cidade foram denunciadas em praça pública no último dia 8, tais como a violência doméstica, psicológica, ambiental, institucional, profissional e outras tantas", diz.
Em diálogo com a população que passava pela Rodoviária Urbana de Nova Friburgo, as mulheres defenderam o fim dos feminicídios, lesbocídios, racismo, capacitismos e transfeminicídios, gritaram pelo fim do genocídio na Palestina, da juventude negra e o povo indígena no Brasil, defenderam o direito ao aborto e ao trabalho digno com proteção social e comida no prato, além de educação e saúde pública e de qualidade com acesso para todas, todos e todes.
Professora da UFF-Campos, Bárbara Breder participou do ato em Nova Friburgo e destacou a importância da realização da atividade e da cobertura e da divulgação das ações que acontecem nas cidades do interior.
“Diferente do Rio, em que a mobilização é ‘quente’, em cidades como Friburgo e Campos, nós mulheres também estamos mobilizadas, associadas e em resistência, mas não de maneira tão ampliada quanto nas capitais. No interior, o desafio é maior para construir o movimento, para levar gente para a rua, para mobilizar, mas a gente está e segue na luta. Por isso é tão importante veicular e reafirmar que aqui também tem resistência, que tem movimento. Acho que o fato de a UFF interiorizar também tem a ver com isso e com esse objetivo, de produzir impacto social”, ressalta a docente.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib
Foto: Arquivo Pessoal de Bárbara Breder