Noticias 2016
Que venha 2017! Boas festas!
As atividades da ADUFF retornam normalmente no dia 2 de janeiro.
Com pão e água, servidores do Rio exigem salários e recebem apoio da população
Agora prevendo até redução salarial, PLP 257 volta ao Plenário da Câmara
Rio terá novo protesto de servidores estaduais nesta terça (20) contra projetos que atacam serviços públicos e Previdência
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Foto: Luiz Fernando Nabuco - Aduff-SSind/ Registro de ato contra a PEC 55, em 2016, no Centro do RJ
O governo de Michel Temer (PMDB) tentará aprovar no Plenário da Câmara dos Deputados, nestas segunda (19) e terça-feira (20), o projeto de lei que renegocia a dívida dos estados com a União e, como condição para isso, impõe uma série de medidas que prejudicam os serviços públicos, os servidores e a população.
O PLP 257 havia sido aprovado na Câmara com a exclusão de boa parte das contrapartidas previstas inicialmente no texto. Mas sofreu alterações no Senado e retornou para nova análise dos deputados.
As modificações não apenas reintroduziram parte do que havia sido excluído, como aprofundaram o chamado ‘ajuste fiscal’. Entre os itens reincluídos, está o que proíbe reajustes, aumentos salariais e reestruturações de carreiras durante a vigência da ‘recuperação fiscal’. Isso afetaria inclusive projetos já aprovados mas não implementados na esfera estadual.
As novidades que aprofundam a política de austeridade incluem a previsão de que as leis a serem enviadas ao Legislativo pelos governadores possam conter a diminuição do valor das remunerações de servidores de forma proporcional à redução da carga horária.
Protestos
Governadores de alguns estados – principalmente do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais – vêm tentando aprovar projetos que de certa forma antecipam a aplicação do PLP 257. Em Belo Horizonte, policiais militares foram às ruas nesta segunda-feira (19) protestar contra o projeto que pode ser votado na Câmara Federal – e à noite o governo do estado anunciou que não vai aderir à renegociação das dívidas caso o projeto seja aprovado como está.
Em Porto Alegre (RS), também aconteceram protestos contra a votação de propostas enviadas pelo governador José Ivo Sartori. No Rio, manifestação está convocada para esta terça-feira (20), a partir das 10 horas, quando a Assembleia Legislativa poderá apreciar o projeto que eleva a contribuição previdenciária de 11% para 14%.
MP do Ensino Médio é inconstitucional, segundo Procuradoria-Geral da República
DA REDAÇÃO DO ANDES-SN
O procurador-geral da República Rodrigo Janot enviou, na segunda-feira (19), ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela inconstitucionalidade da Medida Provisória (MP) 746/2016, que instaura a contrarreforma do Ensino Médio e compromete todo o sistema educacional brasileiro. A manifestação foi dada na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5599, apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) perante o STF, diante do envio da MP 746, pelo presidente Michel Temer, no dia 22 de setembro deste ano.
Segundo a ADI, a MP viola os pressupostos exigidos pela Constituição Federal de 1988 para edição de medidas provisórias, desrespeita o acesso amplo à educação e dificulta a redução de desigualdades, ao promover verdadeiro retrocesso social. O procurador-geral corrobora com os argumentos apresentados pela ADI e afirma que a Medida Provisória 746/16, por seu próprio rito abreviado, não é instrumento adequado para reformas estruturais em políticas públicas, menos ainda em esfera crucial para o desenvolvimento do país, como é a educação. E que a proposta "não apresenta os requisitos de relevância e urgência", destacando que o próprio Ministério da Educação (MEC) reconhece a complexidade do projeto e a necessidade de participação democrática e amadurecimento.
Rodrigo Janot também aponta que a MP não atende ao requisito da provisoriedade. Ele explica que “o desfazimento dos efeitos da concretização da reforma do ensino médio desenhada pela MP 746/2016 conduziria a grave situação de insegurança jurídica e a severos prejuízos pedagógicos e pessoais para toda a comunidade”. Ele ainda destaca que “as mudanças a serem implantadas em um sistema que envolve 28 redes públicas de ensino (União, estados e Distrito Federal) e ampla rede privada precisam de amadurecimento, estabilidade e segurança jurídica, que o instrumento da medida provisória não pode conferir, por estar sujeito a alterações em curto espaço de tempo pelo Congresso Nacional”, pontua.
Entre as irregularidades apontadas no parecer está a supressão indevida das disciplinas Filosofia, Sociologia, Educação Física e Artes, que são dimensões fundamentais para o pleno desenvolvimento humano, na medida em que aprimoram capacidades importantes como empatia, crítica, pensamento criativo e sensibilidade. “Desse modo, a facultatividade prevista para o ensino da Arte viola, frontalmente, o artigo 206, II, pois, para largas porções de alunos, impedirá o exercício da liberdade de aprender 'o pensamento, a arte e o saber'”, sustenta. O parecer ainda aborda outras irregularidades na proposta como a flexibilização na admissão de profissionais de educação, a supressão do ensino noturno e os itinerários formativos específicos.
Por fim, o procurador comenta que, sem debate nem amadurecimento, bons propósitos podem comprometer seriamente todo o arcabouço legislativo relativo a educação. “Esse prazo é inibidor de debates sérios, consistentes e aprofundados como os que o tema exige, impede que se convoquem os atores relevantes para apresentar suas perspectivas, experiências e objetivos. Compromete-se inevitavelmente a própria tomada de decisão em assunto absolutamente fundamental para o futuro do pais”, conclui.
Análise
A análise da Corte leva em conta informações requisitadas à Presidência da República, ao Congresso Nacional, por meio de suas duas Casas, bem como à Comissão Mista de Deputados e Senadores acerca da Medida Provisória. Após esse período, tanto o advogado-geral da União, que já se manifestou em defesa da contrarreforma do Ensino Médio, quanto o procurador-geral da República precisam se manifestar sobre a proposta, o que já foi feito. Diante do recesso do final do ano, os prazos processuais no Supremo Tribunal Federal ficarão suspensos a partir desta terça-feira até o dia 31 de janeiro de 2017.
Medida Provisória 746
No dia 13 de dezembro, deputados concluíram a votação da Medida Provisória 746/16 - chamado de Projeto de Lei Convertido (PLV) 34/16. Na matéria, enviada ao Senado, continua a não obrigatoriedade do ensino de algumas disciplinas, deixa a cargo do estudante a escolha das disciplinas a cursar, e, ainda, possibilita que profissionais sem licenciatura ou formação específica sejam contratados para ministrar aulas.
O PLV ainda estabelece que 60% da carga horária seja destinada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no currículo dos estudantes e o demais 40% seriam preenchidos por conteúdo a ser escolhido pelo aluno, entre cinco áreas disponíveis: Linguagens, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais, Matemática e Ensino Profissional. Disciplinas como Filosofia, Sociologia, Educação Física e Artes foram excluídas das disciplinas obrigatórias e foram encaixadas em “conteúdos e práticas”.
Com informações de STF e imagem de EBC
Docentes federais e estaduais encerram greve e apontam manutenção da mobilização
DA REDAÇÃO DO ANDES-SN
O Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN divulgou em seu último comunicado (n°10), publicado no sábado (17), uma avaliação sobre a saída unificada da greve dos docentes das universidade e institutos federais, e universidades estaduais, que ocorre nesta segunda-feira (19). O CNG aponta no comunicado, como próximos passos da luta, a manutenção dos espaços de mobilização da comunidade acadêmica, a transformação dos atuais Comandos Locais de Greve em Comandos Locais de Mobilização e a defesa da construção da greve geral nos espaços de organização da classe trabalhadora. A greve nacional dos docentes foi deflagrada no dia 24 de novembro, por tempo indeterminado, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 e contra a Medida Provisória (MP) 746/2016.
De acordo com o comunicado, a greve foi impulsionada pelas centenas de ocupações estudantis, que tiveram início nas escolas e se expandiram para os institutos federais e universidades, demonstrando resistência e resposta política da categoria docente diante dos ataques, impostos pelo governo federal, a população brasileira. "Diante do processo de intensificação dos ataques que lesam profundamente os direitos conquistados, esta greve nos possibilitou avançar na perspectiva de construção do projeto político defendido pelo ANDES-SN, que, neste momento, nos faz refletir sobre a necessidade de intensificar a organização da classe trabalhadora. Nosso grande e exaustivo combate é resistir ao projeto neoliberal; todavia, entendemos que derrotar tal modelo requer empenho e participação de centrais sindicais, movimento social, sindical e estudantil, fortalecendo uma intensa jornada de lutas”, diz o texto.
Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, reforça a importância da unidade da greve e como o movimento foi necessário diante da conjuntura posta aos direitos dos trabalhadores. “A greve reuniu os docentes das instituições federais e estaduais de ensino superior e das de ensino técnico e tecnológico, com uma pauta que não era corporativa, mas uma pauta ampla que dialogava com todos os segmentos da classe trabalhadora. Por ser uma greve que ocorreu no final do ano, ela demonstrou a disposição da nossa categoria em defender os seus direitos. Mesmo com o fim desta greve, apontamos para a continuidade da mobilização em 2017, na luta contra as reformas da Previdência e Trabalhista e pela reversão dos processos legislativos, como a Emenda Constitucional 95 (antiga PEC 55/2016) e a MP 746 (PLV 34/2016)”, disse.
#OcupaBrasília! e #OcupaTudoBrasil!
O CNG, composto por representantes de todas as seções sindicais e comandos locais de greve, ainda avaliou a importância da unidade dos docentes, técnicos, e estudantes, entre outras categorias do serviço público, nos atos realizados nos dias 29 de novembro e 13 de dezembro em diversos estados brasileiros e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), contra a PEC 55/16. Os atos foram marcados também pela forte repressão das polícias a mando dos governos federal e estaduais.
“Essa greve, que mobilizou milhares de pessoas contra a PEC 55, nos fez experimentar também o autoritarismo de governos e do judiciário, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em cortar o ponto dos servidores públicos em greve, que tentaram nos intimidar de todas as formas. Temos que voltar às ruas em 2017 em unidade, demonstrando que a nossa disposição em permanecer na luta e mais preparados para enfrentar a violência policial e o autoritarismo dos poderes”, afirma a presidente do Sindicato Nacional.
Confira a íntegra do Comunicado 10 do CNG.
Em última AG do ano, docentes defenderam mobilização pós-recesso contra reforma da previdência
Percorrer os departamentos e unidades da UFF com a assessoria jurídica do sindicato para debater a Reforma da Previdência e dirimir dúvidas sobre a PEC 287/16. Essa foi a principal deliberação da assembleia docente do dia 15 de dezembro, última assembleia do ano de 2016. A reunião contou com a participação do advogado Julio Canello, que presta assessoria jurídica para a Aduff-SSind e fez uma exposição sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287/16) da Reforma da Previdência, que começou a ser analisada pela Câmara e pelo Senado em dezembro. O último plantão jurídico do ano acontece nesta sexta-feira, dia 23. A partir desta data, a sede da Aduff-SSind entra em recesso e retorna no dia 2 de janeiro.
Os docentes presentes na assembleia frisaram a importância de iniciar o ano de 2017 mobilizados contra todos os projetos de retiradas de direitos e de sucateamento e privatização dos serviços públicos, denunciando a gravidade da aprovação da PEC 55 e lutando contra a PEC 287. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da reforma da Previdência, passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na madrugada do dia 15.
Se aprovada como está, a nova regra geral para a aposentadoria passaria a exigir idade mínima de 65 anos e 25 anos de contribuição, sendo aplicada a homens e mulheres que, na data de promulgação da nova emenda à Constituição, tiverem, respectivamente, menos de 50 anos e menos 45 anos. A PEC também passa prevê que a idade mínima poderá ser reajustada conforme a expectativa de sobrevida dos brasileiros após os 65 anos medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na assembleia, os professores ressaltaram que a reforma não está dada, que há espaço para disputa e resistência; por isso, realizar o debate na categoria e com o conjunto da sociedade é fundamental.
Foto: Luiz Fernando Nabuco
CCJ vai admitir PEC da Previdência, mas tema só volta à pauta em fevereiro
Protestos comparam PEC 55 a ‘AI-5 da educação e saúde’
Assembleia docente acontece na quinta-feira (15), às 15h, na Quadra da Educação Física
- Haverá recreação para crianças; pais e responsáveis interessados devem enviar dados até quarta-feira (14) para a Aduff-SSind -
Luta para impedir aplicação da PEC 55 sobre direitos sociais vai continuar, diz docente
Aprovação da PEC 55 é o atestado de óbito contra serviço público, alerta professor da UFF; acusados de receber propina, senadores não tiveram pudor, afirma outro docente
Da Redação da ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind - professores puderam acompanhar votação da PEC 55 no Senado em tempo real, em tenda montada para vigília nos jardins da reitoria
Docentes da Universidade Federal Fluminense reagiram à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição – PEC 55, em sua última votação no Senado, nesta terça-feira (13).Dos setenta senadores presentes, 53 referendaram a medida e dezesseis se posicionaram de forma contrária à iniciativa do governo Temer. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) se absteve. A PEC 55 deverá ser promulgada em sessão do Congresso Nacional ainda na quinta-feira (15), passando a ter força de lei – o que aguçou ainda mais as críticas dos professores da UFF às ações do Executivo e do Legislativo.
De acordo com o presidente da Aduff-SSind, Gustavo Gomes, a aprovação dessa medida representa um retrocesso sem precedentes para o Brasil. “Um governo ilegítimo, corrupto e impopular como o de Temer alterou a Constituição para retirar, nos próximos vinte anos, os recursos necessários para garantir os direitos sociais”, afirmou Gustavo, que é professor da Escola de Serviço Social da UFF em Niterói. “A Constituição de 1988, na prática, deixou de ser Cidadã”, considerou.
Para o professor Leonardo Soares, do curso de História da UFF em Campos dos Goytacazes, a Carta de 1988 foi alterada para servir aos interesses privados.“A raspa do tacho irá para direitos sociais e o restante para pagar banqueiros e grandes empresas, como empreiteiras, faculdades privadas, planos de saúde, agências de turismo e afins”, disse o docente, criticando o fato de não haver mais lei que garanta a aplicação de ao menos 13,2% e de 18% dos recursos da União, respectivamente, em Saúde e Educação.
“Com essa proposta, ao privilegiar a iniciativa privada, o governo deixa claro que quer mais dinheiro para pistolagem, propinas e caixa dois. Delações da ‘Operação Lava Jato’ já evidenciam que a maioria desses políticos são “garotos de recado” das grandes empresas, que ocupam seus cargos pensando em agradá-las”, problematizou Leonardo, para quem a votação dessa terça-feira (13) representa um duro golpe contra a sociedade e para o serviço publico.“Com a PEC 55, o governo assinou o atestado de óbito do serviço público, em suas diferentes áreas. É a morte por asfixia”, disse oLeonardo.
A professora Bianca Imbiriba, da Economia da UFF, afirmou ser necessário desconstruir os argumentos falaciosos do governo federal, que alega existência de crise fiscal para justificar sua politica de austeridade fiscal. Para a ela, não há desequilíbrio nas contas do setor público que explique estabelecer, por 20 anos, um teto para os gastos primários do governo, que serão reajustados somente de acordo com a inflação do ano anterior. Durante atividade recente em vigília contra a PEC 55, com estrutura montada pela Aduff-SSind nos jardins da reitoria da Universidade para debater o impacto dessa medida para a sociedade, Bianca Imbiriba lembrou que a experiência de outros países em relação à política uma econômica austera comprova que o Brasil segue em contramão.
“Diante da crise de 2008, esses países tiveram que rever o pacote de austeridade. Não existe paralelo a essa política proposta pelo governo brasileiro e, muito menos, com alterações na Constituição”, considerou a docente, que alertou que está na berlinda o último foco de resistência à política neoliberal: o mercado de trabalho, com a proposta de Reforma da Previdência.
Carlos Augusto Aguilar, diretor da Aduff e professor de Matemática no Colégio de Aplicação da UFF, alerta também que o próprio Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já afirmou que a PEC 55 é apenas uma parte da política de austeridade fiscal do governo. “Ela prepara a Reforma da Previdência, que é um ataque muito feroz a todos os trabalhadores do país”, ressaltou.
De acordo com Carlos, as ações do governo no plano econômico sinalizam a disputa pelos recursos públicos, já que haverá corte de investimentos em áreas como saúde, educação e até mesmo previdência pública para garantir o pagamento dos juros dívida – esse último, como indica o docente, não encontra “teto” na PEC 55.
“Mesmo com todas as denúncias de corrupção e com tamanha impopularidade do atual governo, eles não tiveram pudor para aprovar a PEC 55”, disse Carlos, lembrando que lideranças como Romero Jucá e Renan Calheiros são citadas várias vezes em esquemas de corrupção. “Sabíamos que Michel Temer no poder haveria um aprofundamento dos ataques à previdência, aos direitos trabalhistas e sociais. Por mais que essas medidas tenham sido gestadas em governos anteriores, a correlação de forças impediu que elas avançassem do jeito que ocorrem hoje”, falou.
Segundo Marinalva Oliveira, esse projeto representa o fim dos mínimos direitos sociais, garantidos por lutas históricas. Mas, ressalta a docente, essa luta não termina agora. “A PEC para ser implementada na sua totalidade, como deseja o capital, necessitara de outras medidas como a aprovação da [contrarreforma da Previdência] e demais medidas econômicas como já anunciadas pelo Temer”, observa Marinalva, professora do curso de Psicologia da UFF (Volta Redonda) e ex-presidente do Andes-SN. “Temos muita luta pela frente; é hora de fortalecermos nossas trincheiras em defesa dos direitos sociais, dos direitos dos trabalhadores e do serviço público”, disse.
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DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind
Desde o último dia 7, a Aduff-SSind realiza vigília, em tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF, para protestar contra a aprovação da PEC 55 e da PEC 287 (Reforma da Previdência). De acordo com a direção da seção sindical do Andes-SN, o momento exige reação às políticas do governo federal que aprofundam a desigualdade no país e esvaziam o papel social do Estado, mercantilizando Saúde e Educação.
Essas questões foram abordadas, em roda de conversa, após a exibição de “Torre de Marfim” (2014), documentário de Andrew Rossi, que problematiza a crise no sistema universitário norte-americano e o crescente endividamento de estudantes – cerca de U$1 trilhão de dólares - devido ao alto custo das mensalidades. De acordo com o presidente da Aduff-SSind, Gustavo Gomes, a temática é pertinente porque projeta a realidade que se apresenta para o Brasil.
Segundo o presidente da Aduff, “Torre de Marfim” indica a necessidade de se repensar o modelo de ensino que trata os estudantes como clientes e a defesa da gratuidade da Educação – discussões que estão na ordem do dia para a sociedade brasileira, sobretudo após as propostas de reduzir, por duas décadas, os investimentos da União em setores públicos, como determina a PEC 55. “Com a Proposta de Emenda Constitucional, a Universidade irá à mingua e, sem recursos, reduzirá vagas e oportunidades”, comentou Gustavo Gomes, que leciona no Curso de Serviço Social da UFF.
Como lembrou o docente, ao mesmo tempo em que o governo anunciou a necessidade de cortar gastos públicos, recentemente liberou mais R$2,5 bilhões de recursos ao Fies – Fundo de Financiamento Estudantil, favorecendo as empresas privadas com o dinheiro da União. Além disso, reportagens da mídia comercial indicam que cerca de 50% dos estudantes que cursaram o ensino superior em instituições particulares, contratando empréstimo pelo Fies, hoje não conseguem arcar com o pagamento da dívida.
A docente Kátia Maria, do curso de Química, observou que, assim como o governo brasileiro pretende fazer com a PEC 55, ao alterar justamente o artigo (212) da Carta de 1988 que garante o repasse de, no mínimo, 18% dos recursos para a Educação, a experiência norte-americana indica a falta de proteção constitucional ao estudante. “Não vi menção, no vídeo, menção à Constituição dos Estados Unidos, resguardando o direito do aluno à Educação”, comentou.
- Resistência -
Para Gelta Xavier, vice-presidente da Aduff e professora da Faculdade de Educação, o filme apresenta, sobre diversos ângulos, o debate que atinge a luta pela gratuidade do ensino e o significado das ocupações estudantis. Ela se referiu não apenas à primavera secundarista que, recentemente, mobilizou o Rio de Janeiro e outros estados do país em defesa da Educação Pública, ou ainda às ocupações dos universitários, à exemplo do que ocorre na UFF, contra a Pec 55 e a Medida Provisória 746.
A docente mencionou a vitória de um grupo de estudantes da “Cooper Union For The Advancement of Science and Art”, em Nova Iorque – instituição secular; uma das poucas a ofertar ensino superior gratuito nos EUA – que, por 65 dias – a mais longa ocupação realizada no país – conseguiram reverter à privatização. Por meio da mobilização e da resistência estudantil, a Reitoria retrocedeu quanto à cobrança de anuidade escolar. “É necessário alimentar a luta em relação aos valores e aos princípios; é revolucionário manter os cursos gratuitos no Brasil”, considerou a docente.
- Vigília contra a PEC 55 segue até dia 13 -
A montagem da tenda no jardim da reitoria da UFF deu início à vigília organizada pelos professores na luta contra a retirada de direitos e o desmonte da educação e dos serviços públicos. A estrutura permanecerá montada até o dia 13, data em que está prevista a votação da PEC 55, em segundo turno, no Senado Federal. Haverá transmissão ao vivo da sessão legislativa que definirá os rumos da sociedade brasileira.
Nessa segunda-feira (12), às 19h, ocorre o debate com o professor de Física da UFF Rodrigo Negreiros: “Ondas Gravitacionais e a Nova Era da Astronomia".
'Jamais vi reforma tão desastrosa para os trabalhadores', diz Sara Granemann
Debate ocorreu na tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF, durante vigília contra a PEC 55
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind
A 'reforma da Previdência' do governo Temer é uma "isonomia às avessas", pois rebaixa os direitos previdenciários de todos os trabalhadores - nivelando por baixo servidores públicos e trabalhadores do setor privado. É o que afirmou a professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da UFRJ, durante debate que acontece na tarde e início da noite deste sábado (10), na Vigília Contra a PEC do Fim do Mundo (PEC 55), na tenda armada nos jardins da Reitoria da UFF.
A professora também disse que estuda a Previdência Social há muitos anos e jamais viu algo "tão desastroso para a classe trabalhadora" quanto a proposta encaminhada esta semana pelo presidente Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional. Sara disse ainda que a proposta é "machista", ao tentar igualar as condições de aposentadoria de homens e mulheres.
As relações entre a reforma da Previdência e a PEC 55 também foram abordadas por Sara. A professora observou que se a chamada 'PEC do Fm do Mundo' fixa tetos para saúde e educação, também o faz para a Previdência Social - o que a reforma agora apresentada tentará adequar.
A docente da UFRJ disse, porém, que acredita que as mobilizações dos trabalhadores tem capacidade para deter essas medidas. O debate ocorreu nos jardins da Reitoria e reuniu cerca de 30 pessoas.
Assembleia docente acontece na quinta (15); interessados em recreação devem contatar Aduff até dia 14
- Haverá recreação para crianças; pais e responsáveis interessados devem enviar dados até quarta-feira (14) para a Aduff-SSind -
Veja a programação das atividades da Vigília Contra a PEC do Fim do Mundo (PEC 55), na Reitoria da UFF
Docentes propõem agenda de atividades na UFF para intensificar mobilização contra pacote de austeridade de Temer
Nova assembleia acontece na próxima quinta (15), às 15h, em local a definir
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Reunidos na tarde desta quinta-feira (08), em assembleia geral da categoria, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) deliberaram pela manutenção das atividades de mobilização e da vigília contra a PEC 55, as reformas do Ensino Médio e da Previdência e demais medidas que compõem o pacote de austeridade do governo Temer.
Os docentes também aprovaram a participação em ato unificado no Rio de Janeiro, no dia 13, caso esta seja a deliberação da reunião do fórum de servidores públicos federais, que acontece na noite de hoje, no Rio. Votaram também pela realização de debates sobre a reforma da previdência e pela elaboração de materiais e vídeos didáticos sobre o tema.
A montagem da tenda no jardim da reitoria, na manhã de quarta (07), deu início à vigília organizada pelos professores na luta contra a retirada de direitos e o desmonte da educação e dos serviços públicos. A estrutura permanecerá montada até o dia 13, data em que está prevista a votação da PEC 55, em segundo turno, no Senado Federal. Uma agenda de atividades está sendo montada de maneira colaborativa entre os docentes para ocupar o local; a programação permanece aberta para incorporações de propostas de atividades. O encerramento da vigília acontece no dia 13 com a exibição da votação da proposta de emenda constitucional, no Senado.
Congresso do ANDES-SN
Entre os dias 23 e 28 de janeiro, acontece em Cuiabá (MT) o 36° Congresso do ANDES-SN, congresso anual do sindicato nacional e instância máxima de deliberação do movimento docente do país. A direção da Aduff-SSind passou uma lista na assembleia para mapear o número de professores interessados em participar do evento. No início de janeiro, em data ainda a definir, a entidade realizará um seminário para debater o Caderno de Texto do Congresso. A participação no seminário é condição necessária para a ida ao evento.
Confira a programação da vigília organizada pelos docentes, na tenda montada na Reitoria da UFF
STF se contradiz para manter Renan, que poderá presidir votação da ‘PEC do fim do mundo’
Por maioria, ministros decidem que Renan pode presidir o Senado, mas não pode presidir o país. ‘Foi acordo vergonhoso para votar PEC 55’, diz servidor
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Foto: Agência Senado
Ministros do Supremo Tribunal Federal contrariaram decisões anteriores para manter Renan Calheiros na presidência do Senado. Com isso, um réu acusado de peculato nesta corte e investigado em 11 inquéritos terá papel preponderante na votação de uma emenda constitucional que, se aprovada, terá impactos profundos no país pelas próximas décadas. Por seis votos a três, os ministros decidiram que Renan está apto a presidir o Senado, mas não pode presidir o país.
Para chegar ao resultado que manteve o senador alagoano no cargo, o STF contradisse processo similar que afastou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Também se chocou com julgamento em curso no qual seis ministros já se posicionaram a favor do entendimento de que réus em ações penais não podem ocupar cargos que se encontrem na linha sucessória do presidente da República. A ação está parada devido a um pedido de vista do ministro Dias Tofolli, que nesta quarta (7) votou a favor da permanência de Renan no cargo.
Por trás da decisão, há o reconhecimento praticamente explícito de ministros favoráveis a Renan de que a decisão tem relações políticas e econômicas e não legais. Isso ficou nítido já no primeiro voto, do decano Celso de Mello, também favorável a Renan. Ele disse que “não se justifica o afastamento cautelar", uma "medida extraordinária com grande impacto na agenda legislativa" em meio "à gravíssima crise que atinge e assola o país".
Votaram ainda para manter Renan no cargo Teori Zavascki, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. Defenderam o afastamento Marco Aurélio Mello, relator do processo, Edson Fachin e Rosa Weber. Não participaram Gilmar Mendes, que está no exterior, e Luís Roberto Barroso, que se declarou impedido de julgar o caso.
Réu
Na véspera, Renan havia se negado a cumprir a decisão liminar do ministro Marco Aurélio de Mello, que determinou o imediato afastamento do senador do cargo que ocupava, em ação movida pela Rede Sustentabilidade. Em nota assinada por toda a Mesa Diretora, o parlamentar usou o calendário de votação da PEC 55 (241) entre os argumentos para não acatar a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal que o destitui do cargo.
O parlamentar pemedebista tornou-se réu em ação do STF que analisa denúncia de que contas particulares dele teriam sido pagas por empreiteira – o caso é antigo e já levou Renan a renunciar ao cargo e à Presidência do Senado no passado para fugir da cassação por quebra de decoro. “É um acordo vergonhoso para garantir a PEC 55, uma gambiarra jurídica. Tira da linha sucessória, mas fica para atacar os trabalhadores”, critica o servidor do Ministério Público da União Saulo Arcangeli, da coordenação da CSP-Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).
‘Deboche institucional’
Ao votar na tarde desta quarta (7), Marco Aurélio afirmou que não afastar Renan seria um “deboche institucional”. A contundência dos discursos do relator e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também favorável ao afastamento, fez o jornalista Jorge Bastos Moreno, colunista de “O Globo”, divulgar nota na qual via como possível a derrota de Renan, considerada improvável no início da sessão, já que a presidente Cármen Lúcia teria articulado um acordo no qual ele seria mantido no cargo, mas excluído da linha sucessória da Presidência da República – o que contraria o que está previsto na Constituição Federal.
Como se viu, a aposta do colunista de “O Globo” não se confirmou. O que se confirmou foi a desconfiança de que os ministros da mais alta corte do país se sentem à vontade para definir seus votos de acordo com as circunstâncias e interesses que não estão, ou não deveriam estar, nos autos. Por outro lado, é inegável que o episódio expôs o Supremo – e provavelmente reflete um receio de que a impopular ‘PEC do fim do mundo’, como a apelidaram os movimentos que a contestam, e a mais impopular ainda reforma da Previdência, enviada ao Congresso Nacional no mesmo dia do afastamento de Renan, corram o risco de patinar caso não sejam votadas às pressas.
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PEC 55 não vem só; abre as portas para a Reforma da Previdência, dizem docentes da UFF
Docentes realizam vigília nos jardins da reitoria, em Icaraí, até o próximo dia 13. Em roda de conversa, afirmam que PEC e Reforma da Previdência são duas vertentes da política de austeridade fiscal do governo
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind.
"A PEC 55 não está sozinha; integra a política de austeridade do governo", disse Bianca Imbiriba, professora da Faculdade de Economia da UFF, em roda de conversa realizada na tarde dessa quarta-feira (7) - Dia de Paralisação Docente. Ela e Marinalva Oliveira, docente do curso de Psicologia da UFF em Volta Redonda e ex-presidente do Andes-SN, estiveram nos jardins da reitoria da Universidade Federal Fluminense, em Icaraí, para discutir a conjuntura política nacional. Para as debatedoras, a PEC 55 é apenas parte de um projeto muito maior de readequação do papel do Estado – cada vez mais subserviente ao capital internacional, favorecendo a iniciativa privada – e de desmonte da Saúde e da Educação Pública.
Segundo Bianca, é preciso desconstruir os argumentos falaciosos do governo federal, que afirma haver uma crise fiscal para levar adiante a Proposta de Emenda Constitucional – PEC 55, prestes a ser apreciada em segunda votação no Senado. Para a docente, não há desequilíbrio fiscal nas contas do setor público que justifique estabelecer, por 20 anos, um teto para os gastos primários do governo, que serão reajustados somente de acordo com a inflação do ano anterior.
“A dívida não aumenta por conta do gasto primário; e nem toda dívida resulta de aumento de gastos – muitas vezes, está associada à política monetária”, problematizou. Para a docente, é injusta a afirmação de que nos últimos anos houve gastança; mas sim, queda na arrecadação (receita) e estímulo à política de desonerações fiscais.
De acordo com Bianca, a experiência de outros países em relação à política uma econômica austera comprova que o Brasil segue em contramão. “Diante da crise de 2008, esses países tiveram que rever o pacote de austeridade. Não existe paralelo a essa política proposta pelo governo brasileiro e, muito menos, com alterações na Constituição”, considerou a docente, que alertou que está na berlinda o último foco de resistência à política neoliberal: o mercado de trabalho, com a proposta de Reforma da Previdência.
“Setor público vai pagar crise criada por empresários”, diz ex-presidente do Andes-SN
Assim como Bianca Imbiriba, Marinalva Oliveira também criticou os argumentos governistas para a aprovação da PEC 55. “Quem criou a crise foi o setor privado. Quem vai pagar a conta é o público”, disse.
De acordo com a ex-presidente do Andes-SN, tal proposta não congela investimentos; corta gastos, principalmente de programas sociais, saúde e educação. É uma emenda à Constituição porque tem como objetivo alterar um único artigo da Carta de 1988, o de número 212, que assegura que a “União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino”.
Para Marinalva Oliveira, a PEC 55 tem que ser pensada a partir da disputa política sobre a coisa pública, tendo em mente as diretrizes de documentos do Banco Mundial, especialmente dos anos de 1995 e 2000. Segundo a docente, há muito essa instituição internacional sinalizou que a educação superior é o gargalo da crise econômica brasileira; o que está por trás dessa afirmativa é, na verdade, a disputa pelo fundo público. Citou como exemplo o Programa Universidade Para Todos – ProUni que possibilitou o enriquecimento de empresas privadas com o dinheiro público, não sem antes mencionar as tentativas de interferência dessas diretrizes neoliberais na Educação Superior brasileira por meio de iniciativas como a Reforma Universitária (2004).
A docente também indicou que a PEC 55 abre espaço para a privatização da Universidade, que deverá funcionar a partir da lógica gerencial e empresarial, já que, com a suspensão dos concursos públicos, vai lançar mão dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb para fomentar a contratação de Organizações Sociais. Avalia ainda que haverá uma disputa fratricida entre os professores, em busca por recursos para tocar seus projetos de pesquisa, já que não contarão com financiamento público, cada vez mais escasso.
“Importante frisar que nossa luta não termina com a PEC 55; mas é maior do que isso, pois essa proposta está diretamente relacionada à Reforma Trabalhista e Previdenciária; ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que regulamenta a terceirização; e ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 204/16 – esquema semelhante ao que quebrou a Grécia”, segundo denunciou a fundadora do coletivo Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli”, afirmou Marinalva Oliveira.
O PLS 204 que dispõe sobre a cessão de direitos creditórios originados de créditos tributários e não tributários dos entes da Federação, mas para isso, a lei autoriza a criação de empresas denominadas Sociedades de Propósito Específico (SPE), que são empresas estatais não dependentes (não estão sujeitas aos órgãos de controle do estado, como TCU, CGU) cujos sócios majoritários são os estados e municípios. O principal negócio dessas empresas não dependentes é a emissão de debêntures (papéis financeiros), sobre os quais incidem juros estratosféricos. Recursos públicos que deixarão de ir para saúde e educação irão alimentar esse esquema.
Segundo Marinalva, a sociedade deve reivindicar a auditoria da dívida pública porque assim será evidenciado que não existe o cenário de crise econômica que o governo federal fomenta para legitimar projetos que desmontam políticas sociais, investimento em Saúde e Educação Públicas e retiram direitos duramente conquistados pelos trabalhadores.
ATENÇÃO: local da assembleia dessa quinta-feira (8) foi alterado!
ATENÇÃO: o local da assembleia foi alterado!
A próxima assembleia geral dos professores da UFF acontece na quinta-feira, dia 8 de dezembro (quinta-feira), às 15h, no auditório da Faculdade de Educação (Bloco D, campus do Gragoatá) - e não na quadra da Educação Física, como divulgado anteriormente.
Não é necessário ser sindicalizado à Aduff-SSind para ter direito à voz e ao voto nas assembleias da categoria. O docente só precisa apresentar documento de identificação com foto e a comprovação de vínculo profissional com a UFF.
Temer envia PEC que faz mulher trabalhar até 21 anos mais para se aposentar
Tempo a mais de contribuição poderia chegar a 16 anos no caso de homens. Novas regras valeriam para todos os trabalhadores civis. Militares são poupados
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Trabalhadoras com menos de 45 anos e que tenham ingressado no mercado aos 18 anos de idade e contribuído para a Previdência vão ter que trabalhar 17 anos a mais para se aposentar, caso a proposta de 'reforma' do governo Michel Temer seja aprovada. No caso mais extremo, a mulher nessas condições que tenha iniciado a vida laboral aos 14 anos terá que contribuir por 21 anos além dos hoje exigidos para fazer jus à aposentadoria por contribuição. Com isso, trabalharia ao longo de 51 anos da vida.
Tais situações seriam decorrentes da definição da idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores dos setores públicos e privados, proposta na emenda constitucional enviada pelo presidente Temer ao Congresso Nacional e que terá que tramitar na Câmara e no Senado. A nova regra, caso aprovada, valeria para segurados do Regime Geral da Previdência, vinculado ao INSS, e para os regimes próprios de servidores públicos das três esferas de governo. Estariam livres dela apenas mulheres com 45 anos ou mais e homens com 50 anos ou mais, que seriam incluídos numa regra de transição (na qual haveria um pedágio de 50% a mais no tempo que falta para constituir as exigências necessárias para requerer o benefício).
O tempo a mais exigido para a aposentadoria, para quem não se enquadra na regra de transição, dependerá da idade e do período de contribuição de cada um. Não devem ser poucos, porém, os casos de trabalhadores que possam se enquadrar nas situações extremas. Ao menos é o que se deduz da recente revelação de estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), que mostra que 44% dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros começam a trabalhar antes dos 14 anos de idade, mesmo que em relações informais.
A modificação viria acompanhada da fixação da idade mínima de 25 anos de contribuição para que se possa usufruir o benefício, como critérios para todos os trabalhadores – com exceção dos militares das Forças Armadas, que não foram atingidos pela proposta de 'reforma'.
Hoje o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria por idade é de 15 anos. Para aposentadoria por tempo de contribuição, é de 30 anos para mulheres e 35 para homens.
Movimentos sindicais e sociais se opõem ao ‘pacote da Previdência apresentado pelo governo nesta terça e devem convocar mobilizações para contestá-las. O anúncio foi feito por meio do secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, em entrevista coletiva.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Renan ‘usa’ PEC 55 para não deixar presidência do Senado e não acata STF
Réu e investigado em 11 inquéritos, presidente do Senado não acata decisão de ministro do STF e cita proposta que congela despesas não financeiras por 20 anos para justificar atitude
DA REDAÇÃO DA ADUFF
O presidente afastado do Senado, Renan Calheiros, usou o calendário de votação da PEC 55 (241) entre os argumentos para não acatar a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal que o destitui do cargo. Isso consta no documento da Mesa Diretora apresentado pelo senador, que teria sido assinada por todos os integrantes, inclusive Jorge Vianna (PT-AC), vice-presidente da Casa que assume com a eventual saída do presidente. Na versão inicial do texto, segundo divulgado por jornalistas, os senadores alegam que vão aguardar a decisão do Pleno, composto pelos 11 ministros, para definir o que será feito. Esse trecho teria sido excluído.
Não há previsão legal, nestes termos, para não cumprir uma decisão, mesmo que monocrática, do STF, instância máxima do Judiciário no Brasil. Em tese, Renan pode ser preso por descumprir uma determinação judicial. Também poderia ser alvo de denúncia por quebra de decoro, o que lhe custaria o mandato. Nada indica, porém, que isso vá ocorrer agora.
Renan foi afastado da Presidência do Senado por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, com base no entendimento de que ninguém que seja réu pode ocupar cargo que esteja na linha sucessória do presidente da República. Renan é o terceiro a ocupar o posto caso Temer seja afastado ou se licencie provisoriamente do cargo. O documento elaborado pela Mesa Diretoria, da qual Renan faz parte, também cita como razões para não cumprir a decisão o fato dela ser monocrática – foi tomada apenas pelo ministro Marco Aurélio, que já havia solicitado que o Pleno do STF julgue a questão. Isso deve ocorrer nesta quarta-feira (7).
O senador alagoano tornou-se réu em ação do STF que analisa denúncia de que contas particulares dele seriam pagas por empreiteira – o caso é antigo e já levou Renan renunciar ao cargo e à Presidência do Senado no passado para fugir da cassação por quebra de decoro. Ele também é investigado em outros 11 inquéritos. O Supremo já possui maioria de votos favoráveis à tese de que ninguém que responda a processo judicial pode assumir cargos que estejam na linha sucessória da Presidência da República.
Seis ministros se posicionaram favoravelmente a esse entendimento, no julgamento que está suspenso porque o ministro Dias Tofolli pediu vistas ao processo. O relator é o próprio Marco Aurélio e foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello. No provável julgamento desta quarta (7), não vão participar os ministros Gilmar Mendes e Luiz Barroso. O primeiro, está viajando; e o segundo, se declarou impedido por já ter advogado para o escritório de advocacia que moveu a ação a pedido da Rede Solidariedade.
Segundo turno
A apreciação da PEC 55 está prevista para 13 de dezembro, penúltimo dia de sessão marcada para esse ano no Senado. A proposta de emenda constitucional ‘congela’ as despesas dos orçamentos federais em termos reais por 20 anos e pode levar a perdas de recursos de áreas como saúde e educação.
A PEC foi votada em primeiro turno no Plenário do Senado no dia 29 de novembro, em meio a protestos que reuniram cerca de 30 mil pessoas em Brasília. O ato foi duramente reprimido pela Polícia Militar. Com o impasse criado, não se sabe o que ocorrerá com relação ao segundo turno.
O senador Jorge Vianna não se pronunciou em público sobre o que pretende fazer caso assuma a Presidência efetivamente. Em uma breve entrevista a jornalistas, na tarde desta terça (6), Renan deu a entender que o calendário será mantido – mas não chegou nem a ser direto nem enfático nessa previsão.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Renan em breve entrevista a jornalistas na manhã desta terça (6) - Jane Araujo Ag, Senado