Ago
21
2014

Novo laudo diz que prédio do Instituto de Biologia não corre risco de desabar

Reunião de Colegiado na sexta-feira, 22, vai debater destino dos laboratórios do curso

De acordo com novo parecer da Superintendência de Arquitetura e Engenharia da UFF, “não há risco iminente de colapso estrutural da edificação” que abriga os 15 laboratórios do Instituto de Biologia (IB), além da secretaria acadêmica de graduação e pós-graduação do curso. O prédio do IB, no campus do Valonguinho, foi interditado pela direção do Instituto na segunda-feira, 18, justamente porque a Superintendência de Arquitetura e Engenharia da UFF emitiu parecer recomendando o isolamento do edifício de três andares e alertando para o comprometimento de sua estrutura.

O novo laudo, emitido nesta quinta-feira, libera parcialmente a utilização do prédio e orienta pela retirada de equipamentos e arquivos dos corredores e de alguns laboratórios, que representavam sobrecarga nas lajes da edificação. O diretor do Instituto de Biologia, Saulo Cabral Bourguignon classificou o prédio como “um paciente que está com sintomas de doença e que precisa de cuidados antes que o quadro se agrave”. A suspensão de todas as aulas está mantida até sexta-feira, quando acontece uma reunião do Colegiado do curso para debater a reorganização da estrutura do curso. Logo depois, os estudantes realizarão uma reunião unificada dos alunos de graduação e da pós.

Para Alan Bonner, integrante do Diretório Acadêmico de Biologia, os professores e estudantes vivem uma situação de incerteza e insegurança. “Desde sexta-feira passada saíram três pareceres. O primeiro dizendo que o prédio deveria ser interditado, o segundo avaliando que apenas o segundo e o terceiro andar deveriam ser interditados – e retirado o sobrepeso que lá existia – e o terceiro liberando mais espaços para circulação. Não sabemos direito qual é a verdadeira condição do edifício, mas o prédio está, certamente, condenado”, diz.

O Instituto de Biologia sofre com infiltrações e rachaduras em todo o prédio, além de sua estrutura ser antiga demais para comportar os modernos e pesados equipamentos do curso. O parecer de comprometimento da estrutura data o ano de 2009, mais antigo, inclusive, que o projeto de construção de um novo prédio do IB, no campus do Gragoatá, que deveria ter ficado pronto em 2011. A obra faz parte do Reuni, projeto do Governo Federal de expansão da Universidade. Em 2010, o reitor chegou a proibir a entrada de mais equipamentos, que começaram a ser armazenados em contêineres, para tentar evitar o sobrepeso.

Entretanto, depois três anos de atrasos para a conclusão do novo prédio, a estrutura antiga dá sinais claros de esgotamento, piorando as condições de trabalho e estudo dentro do Instituto e comprometendo o tripé da Universidade. Afinal, uma coisa é afirmar que o prédio não corre risco iminente de desabamento. Outra coisa muito diferente é afirmar que ele tem as condições necessárias para a realização do tripé ensino, pesquisa e extensão.

Na melhor das hipóteses, prédio novo só fica pronto no final do ano

Durante a reunião do Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) realizada na tarde de ontem, 20, o reitor Roberto Salles afirmou que as obras do novo prédio do IB estavam previstas para ficarem prontas em janeiro de 2015. Entretanto, de acordo com ele, a equipe técnica está fazendo um esforço para finalizar as obras um mês antes, em dezembro deste ano.

“A biologia foi um curso que cresceu muito e nunca teve um prédio decente só para ela. Vai ter um agora, com esse que está em construção. Mas diante do quadro que está aí, nós estamos tentando fazer o seguinte: procurar locais para serem montados laboratórios provisórios e a obra que ia ser entregue em janeiro de 2015, tenta entregar em dezembro de 2014”, afirmou o reitor.

Além da descrença nos prazos para o fim da obra, a proposta dos laboratórios provisórios preocupa os estudantes, que têm medo da pulverização do IB. “O Instituto de Biologia só faz sentido quanto está todo mundo em conjunto. Existem pesquisas que acontecem nos laboratórios que necessitam que os professores estejam pertos um dos outros. Não dá para uma pessoa passar de um lado para o outro com um material que pode se contaminar facilmente. Nosso posicionamento como entidade representativa dos estudantes é essa: não permitir que o Instituto se pulverize”, declarou Alan.