Considerando as resoluções aprovadas no 42º Congresso referentes ao fortalecimento da luta antirracista, o Ande-SN lançará na noite de quinta-feira, dia 25 de julho, a Campanha Antirracista do Sindicato Nacional, com foco no combate ao racismo no ensino superior e em ações de incidência pela efetiva implantação das Lei 10.639/2003 e 12.711/2012.

A cerimônia acontecerá no Armazém do Campo de Belo Horizonte (MG), às vésperas do 67º CONAD, realizado na cidade entre os dias 26 e 28 de julho. Marcada para o 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela, a cerimônia de lançamento ainda contará com a exposição “A luta por políticas de reparação, ações afirmativas e o papel do Sindicato”.

A delegação da Aduff-SSind estará presente.

A urgência da luta antirracista nas Universidades, Institutos Federais e Cefets também será o tema da próxima edição da revista Universidade e Sociedade. O número 74 será lançado no 67º Conad. A publicação semestral, editada pelo Sindicato Nacional, tem o propósito de estimular a investigação e o debate de temas relacionados tanto às experiências no campo da pesquisa acadêmica, quanto às experiências sindicais e sociais acerca de questões de relevância para as lutas empreendidas por docentes em busca de uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

“O ANDES-SN reconhece a luta antirracista como pauta prioritária. Lutamos todos os dias contra o racismo porque o compreendemos como elemento de dominação ideológica profundamente enraizado na formação social brasileira e que oprime as pessoas negras em todos os espaços e relações da vida social”, afirma Gisvaldo Oliveira, 3º tesoureiro do ANDES-SN e membro da coordenação do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Étnicorracias, Gênero e Diversidade Sexual (GTPECGDS).

Para o docente, a campanha representa mais uma ação do Sindicato Nacional para denunciar a permanência da marginalização do povo negro. “Será uma linda e potente campanha para reafirmar nosso compromisso histórico com a luta antirracista”, reforça Gilvado, que destaca que o ANDES-SN tem avançado nas últimas décadas em defesa dos direitos das mulheres negras e no combate ao racismo nas instituições públicas de ensino.

O debate sobre o enfrentamento ao racismo estrutural na sociedade e nos espaços de aprendizagem já deu origem a “Cartilha de Combate ao Racismo”, que aborda temas como a construção do racismo na sociedade brasileira, a centralidade do feminismo negro na luta antirracista, a lei de cotas e as comissões de heteroidentificação. 

Integrante da delegação da Aduff-SSind ao 67° Conad, Susana Maia concorda com Gisvaldo. Professora da UFF de Rio da Ostras e secretária-geral da seção sindical do ANDES-SN na UFF, ela reitera a importância do trabalho estruturado a partir do GTPCEGDS.

“Para nós, professoras e professores negras e negros, esses passos são fundamentais para o combate às opressões e preconceitos ainda tão presentes na sociedade, mas, em especial, nas universidades e no próprio movimento sindical. Não há como construir uma universidade socialmente referenciada que não passe pela ação antirracista concreta, cotidiana. Para além dos discursos, a luta antirracista precisa avançar para ações concretas e a campanha será um importante instrumento. Desde já, fica a convocação para que todas as seções sindicais encampem essa luta, construída no âmbito do GTCEGDS, em articulação com o conjunto dos GTs e da categoria. É o que esperamos construir no âmbito da Aduff!”, convida.

 Da Redação da Aduff | por Lara Abib