Jun
23
2024

"Criança não é mãe e estuprador não é pai", dizem manifestantes em ato na Praia de Copacabana

Protesto contra o Projeto de Lei 1904/2024, conhecido como PL do estupro, ocorreu neste domingo (23) e reuniu especialmente mulheres, entre elas técnicas e professoras da Universidade Federal Fluminense, que foram às ruas lutar pelo arquivamento da medida que equipara o aborto a homicídio

A Aduff-SSind esteve presente na atividade que ocorreu no Rio, denunciando a crueldade da medida votada em regime de urgência, em poucos minutos, na Câmara dos Deputados A Aduff-SSind esteve presente na atividade que ocorreu no Rio, denunciando a crueldade da medida votada em regime de urgência, em poucos minutos, na Câmara dos Deputados

"É inadmissível que eles [Congresso] decidam sobre a vida das mulheres, tratando-as como criminosas, e que brinquem com tantas vidas para fazer barganha na política", disse a estudante Danielle Azevedo, ao participar da manifestação contra o Projeto de Lei 1904/2014, ocorrida neste domingo (23), na Praia de Copacabana.  

A concentração para a caminhada que percorreu a orla em direção ao Leme aconteceu no Posto 4, reunindo especialmente mulheres de todas as idades, entre elas técnicas e professoras da Universidade Federal Fluminense, que foram às ruas lutar pelo arquivamento do projeto apresentado pela bancada conservadora, tendo a frente o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL). 

O dito PL foi votado em regime de urgência, em menos de um minuto, no Congresso presidido por Arthur Lira. O projeto de lei equipara o aborto a homicídio, com possibilidade de condenação de até 20 anos a mulheres que fizerem aborto após 22 semanas de gestação, mesmo nos casos em que a interrupção da gravidez é considerada legal. A medida inclui meninas e mulheres que tenham sido vítimas de estupro - o que o torna, na visão das manifestantes, ainda mais perverso.  

De acordo com o material distribuído durante o ato, dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, de cada quatro estupros cometidos no país, três envolveram pessoas incapazes de consentir - fosse pela idade, por deficiência ou enfermidade. 

Nas ruas, as mulheres empunharam cartazes e gritaram palavras de ordem contra a medida. Ao final, as manifestantes queimaram pequenos cartazes com o nome dos 33 deputados que votaram a urgência do dito PL. 

Elas exigiram o direito à saúde reprodutiva, com garantia de aborto legal e seguro para meninas, mulheres e pessoas que gestam. Engrossaram a pressão que ocorre em todo o país, inclusive com atos em outras capitais, pelo 'Fora Lira e Sóstenes'.

As mulheres deixaram bem evidente para os setores reacionários da sociedade que "Criança não é mãe e estuprador não é pai".

"É inadmissível que a gente viva tamanho retrocesso. A escolha é nossa, nós somos donas do nosso corpo. Não é uma Câmara ou um Senado que vai dizer como nós devemos nos comportar. É cruel achar que uma criança tem que ser mãe", disse Elizabeth Carla Vasconcelos, professora da UFF em Rio das Ostras, ex dirigente da Aduff e do Andes-SN. 

"Temos que estar na rua mesmo, e esse ato de hoje é muito importante", complementou.

Acompanhe a cobertura da manifestação contra o PL 1904/2024 nos canais de comunicação da Aduff-SSind

Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira
Foto: Arquivo Pessoal

A Aduff-SSind esteve presente na atividade que ocorreu no Rio, denunciando a crueldade da medida votada em regime de urgência, em poucos minutos, na Câmara dos Deputados A Aduff-SSind esteve presente na atividade que ocorreu no Rio, denunciando a crueldade da medida votada em regime de urgência, em poucos minutos, na Câmara dos Deputados

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