Mai
11
2024

Camilo anuncia R$ 347 milhões para Educação: embora muito aquém do necessário, é conquista da greve

Ministro da Educação anunciou a recomposição parcial no dia seguinte às manifestações no Rio, Brasília e outros estados, que reuniram as greves de estudantes, docentes e técnicos

 

 

Na semana em que a defesa da recomposição dos orçamentos das instituições federais de ensino ganhou mais peso nas greves nacionais da Educação Federal, o ministro Camilo Santana anunciou nas redes sociais a liberação de R$ 347 milhões para as despesas de custeio do setor. 

É um patamar muito aquém do reivindicado pelo movimento grevista e avaliado como necessário pelas próprias instituições para se manterem funcionando até o fim do ano - a Andifes, a associação nacional dos reitores, calcula serem necessários R$ 2,5 bilhões para isso.

Porém, o anúncio foi recebido como uma conquista das greves em curso e uma demonstração de que é possível avançar e conquistar mais com o fortalecimento da paralisação e das atividades conjuntas de rua. "É um valor [muito pequeno], porém é sem dúvida uma conquista da greve da Educação Federal", disse a professora Eblin Farage, ex-presidente da Aduff e do Andes-Sindicato Nacional, durante a reunião dos Comandos das greves da UFF, organizados em suas respectivas entidades representativas (Aduff, Sintuff e DCE). A greve docente, no âmbito da base sindical do Andes-Sindicato Nacional, atinge hoje 50 instituições federais de ensino superior. 

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Orçamento na pauta das manifestações

A divulgação por parte do ministro desta recomposição ocorreu na sexta-feira, 10 de maio de 2024, manhã seguinte ao Dia Nacional de Luta da Educação, que teve a recomposição salarial e dos orçamentos nas redes públicas de ensino como uma das três pautas centrais de reivindicação - as outras duas foram a revogação do Novo Ensino Médio e o fim do desmonte das políticas de assistência estudantil.

Foram atos expressivos no Rio de Janeiro, em diversas outras capitais e em Brasília. As manifestações reuniram estudantes, técnicos e docentes - no Rio, assim como em outros locais, foi realizada em conjunto com as entidades sindicais e estudantis das redes estadual e municipais de ensino.

No ato no Rio, iniciado no Largo do Machado e concluído em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual, a professora Maria Cecília Castro, presidente da Aduff-SSind, destacou ser inaceitável que, enquanto as universidades vivem essa crise orçamentária, mais de R$ 40 bilhões de reais estejam sendo destinados a emendas parlamentares. Dinheiro, disse, que majoritariamente beneficiará parlamentares do 'Centrão', em ano de campanha eleitoral municipal. 

"Disse que isso, esse destino dado a mais de R$ 40 bilhões, afeta a Educação, afeta a Saúde, afeta aquilo que é direito fundamental da Constituição. E a gente não vai abrir mão disso, a gente está na rua para dialogar com a sociedade e para lutar e para dizer a este governo, que muitos de nós ajudou a eleger, que é preciso [reverter] os cortes orçamentários e essa precarização da Educação", afirmou.

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Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

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