Abr
09
2024

Docentes da UFF aprovam parar 24h em 15 de abril, seguem construindo a greve e fazem nova assembleia na quinta (18)

A decisão de parar por 24 horas no dia 15 de abril sinaliza que a construção do movimento grevista vai continuar na UFF, após o resultado da assembleia, que teve uma das maiores participações da história do movimento docente na universidade e rejeitou o indicativo nacional de início da greve numa votação disputada. 

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Assembleia vota favoravelmente à paralisação por 24h no dia 15 de abril, no Gragoatá, em Niterói; ao findo, o telão com os locais da assembleia nos campi fora da sede Assembleia vota favoravelmente à paralisação por 24h no dia 15 de abril, no Gragoatá, em Niterói; ao findo, o telão com os locais da assembleia nos campi fora da sede / Luz Fernando Nabuco/Aduff

Assembleia de professoras e professores da UFF aprovou parar por 24 horas no dia 15 de abril; manteve o indicativo de greve no primeiro semestre; deliberou pela entrada em 'estado de assembleia permanente' e marcou nova assembleia para quinta-feira, dia 18 de abril de 2024, às 14h30 - em locais a definir.

Já na principal e mais disputada votação a categoria rejeitou o indicativo nacional de início da greve por tempo indeterminado a partir de 15 de abril. Nesta votação, foram 194 votos pela entrada em greve no dia 15, a favor, portanto, do indicativo da setorial das instituições federais de ensino superior do Andes-Sindicato Nacional, e 238 votos contrários à proposta.

Foi uma das maiores assembleias docentes já realizadas na UFF: descentralizada, simultânea e com forte representatividade multicampi,, com sete pontos de participação presencial interligados e coordenados pela mesa central em Niterói, no Gragoatrá. 

A paralisação por 24 horas no dia 15 de abril, próxima segunda-feira, foi aprovada por ampla maioria dos votos. E, como observaram alguns docentes, busca sinalizar que, apesar da não aprovação da greve agora, as professoras e professores da UFF vão manter a mobilização e seguem na construção da greve.

A definição do 'estado permanente de assembleia' tem como objetivo, por um lado, trabalhar uma mobilização permanente, com mais atividades e assembleias. Por outro, permitir que, neste momento mais dinâmico, no qual parte da categoria docente já estará em greve no Estado do Rio e nacionalmente, a Aduff possa convocar assembleias com mais agilidade e prazos menores. 

A assembleia desta terça-feira (9) transcorreu simultaneamente, a partir das 15h20min, em sete campi e cidades: Niterói (mesa central), Rio das Ostras, Campos, Friburgo, Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua e Volta Redonda.

Outra Notícia
Governo marca negociações sob pressão de movimentos grevistas - acessar aqui

Negociações 

Essa preocupação ganha mais importância num momento em que, sob a pressão do movimento grevista - já iniciado, em alguns setores da Educação federal, e em construção, em outros, o governo Lula antecipou e marcou reuniões de negociação.

Em uma semana, o Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos marcou duas reuniões de negociação: a primeira da mesa setorial da Educação federal e a oitava da mesa geral permanente.

Tanto a direção da Aduff-SSind quanto do Andes-Sindicato Nacional viram nesta movimentação do governo um reflexo da mobilização das categorias. "Não podemos perder de vista que foi a partir dessa anunciação de uma iminente greve que o governo reconsidera e vem novamente marcar audiência, marcar uma possibilidade de negociação", havia pontuado, antes da assembleia, a professora Maria Cecília Castro, presidenta da Associação dos Docentes da UFF - seção sindical do Andes-SN.

A próxima reunião da mesa geral de negociação com o conjunto das entidades sindicais nacionais do funcionalismo federal - entre elas o Andes-SN - foi antecipada pelo Ministério da Gestão de junho para esta semana.  

Está marcada para esta quarta-feira, dia 10 de abril, a partir das 14h30min. Já a reunião setorial deverá ocorrer no dia seguinte, 11 de abril.

Pressão

A direção do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino também associa a antecipação da reunião geral e a marcação da primeira setorial, o que vinha sendo cobrado formalmente pelas entidades sindicais, ao indicativo nacional de início da greve da categoria

Na assembleia se destacou a importância dessa movimentação, sob pressão, do governo. E se debateu a possibilidade de marcar paralisações - enquanto não se deflagra a greve - em dias nos quais acontecem rodadas de negociação com o governo federal. 

Ao final, preferiu-se aguardar o resultado da reunião setorial do Andes-Sindicato Nacional, marcada para esta quarta-feira (10), para, a partir do que se defina nacionalmente, levar às assembleias propostas de datas para novas paralisações e dias consistentes de mobilização.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

Assembleia vota favoravelmente à paralisação por 24h no dia 15 de abril, no Gragoatá, em Niterói; ao findo, o telão com os locais da assembleia nos campi fora da sede Assembleia vota favoravelmente à paralisação por 24h no dia 15 de abril, no Gragoatá, em Niterói; ao findo, o telão com os locais da assembleia nos campi fora da sede / Luz Fernando Nabuco/Aduff

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