Uma propositiva reunião do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Aduff aconteceu na tarde desta terça-feira (12), em modalidade híbrida – tanto na sede quanto por videoconferência.
A preparação para o encontro do GTPCEGDS do Andes-SN, que acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro, em Brasília, foi uma das pautas da reunião, assim como a proposição de atividades que possam ser incorporadas às comemorações dos 45 anos da Aduff.
Para Susana Maia, diretora da seção sindical e docente da UFF em Rio das Ostras, a retomada das reuniões no Grupo de Trabalho, tanto no âmbito nacional quanto nas universidades, é importante por integrar a luta da categoria e direcionar o planejamento de ações locais.
“O GT é um espaço de formação e de articulação importante, que unifica as temáticas. A pauta das opressões é uma pauta que o Andes-SN tem acolhido de forma mais intensa nos últimos anos”, considerou a dirigente da Aduff, defendendo a participação da seção sindical dos e das docentes da UFF na reunião nacional do GTPCEGDS.
No evento de setembro, a Aduff será representada pelas docentes do Colégio Universitário Geraldo Reis – Coluni/UFF Maria Cecilia Castro, diretora da seção sindical e coordenadora do GTPCEGDS, e Kate Lane de Paiva, ex-presidente da Aduff.
Na programação do encontro nacional do GTPCEDGS estão um painel com o tema "Luta por Justiça Reprodutiva e a defesa da legalização do aborto no Brasil”; a organização do III Seminário Integrado do GTPCEGDS; o I Seminário Nacional sobre abolicionismos penais e a atualização da cartilha de combate ao racismo do Andes-SN. Outro tema importante no evento nacional é a construção de metodologia para pesquisa sobre a constituição da base do Andes-SN.
De acordo com Maria Cecilia Castro, a pauta do encontro nacional do referido grupo de trabalho é bonita e desafiadora. O debate se faz importante também no momento em que o Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do Andes-SN é rearticulado, após a última eleição para a diretoria do sindicato nacional.
Para Kate Lane, o GTPCEGDS é um grupo de trabalho muito importante por refletir o perfil da classe trabalhadora e sobre os espaços que ela precisa ocupar. A professora também defendeu que as diferentes opressões no contexto do capitalismo sejam compreendidas por uma abordagem teórica marxista. “O GT é também um momento para reafirmar o projeto que temos de Universidade e Sociedade, de forma que não haja espaço para as opressões estruturais”, afirma.
Vinte anos da Lei 10.639
Na reunião do GT, os participantes propuseram a realização de uma atividade pública, seguida de atividade cultural, para discutir as duas décadas da implementação da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira na educação brasileira.
O objetivo do evento, previsto para a segunda semana de outubro, é também pensar os desafios da dita legislação que não é devidamente aplicada nas instituições de ensino, inclusive nos cursos de licenciatura – o que forma os futuros professores.
Uma comissão organizadora foi constituída, no âmbito do GT, para pensar a atividade que deve abordar ainda, além da disputa do currículo escolar, o legado da cultura afro-brasileira no cotidiano.
“A dificuldade [de aplicação da lei] não vai ser superada enquanto não houver um currículo, especialmente nas licenciaturas, que abordem as questões etnicorraciais”, disse Kate Lane. “O sindicato, a universidade, a escola precisam estar nas ruas”, considerou a professora.
Garantir direitos para LGBTQIAPN+
Os participantes do GTPCEGDS aprovaram ainda a realização de atividades, em conjunto com o movimento social LGBTQIAPN+ e a comunidade acadêmica, relacionada ao assunto. A intenção é debater as pautas que envolvam os direitos da população LGBTQIA+, vulnerabilizada em um país violento e conservador, e combater a lgbtfobia.
Recentemente, um projeto de lei que pretende proibir o casamento homoafetivo no Brasil entrou em debate na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados – o que, para os participantes do GTPCEGDS, é um retrocesso e uma ameaça aos direitos conquistados com muita luta e resistência.
Durante a reunião do GTPCEGDS, também foi lembrada a realização da Parada LGBTQIAPN+, que acontecerá em novembro deste ano, compreendendo a importância da pauta em defesa de direitos da população lésbica, gay, bissexual, transexual, travesti, transgênero, queer, intersexo ou agênero e assexuais.
Da Redação da Aduff
Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco