A reportagem da Aduff conversou com o professor Paulo Cruz Terra, eleito suplente pela chapa única do Instituto de História, junto com a professora Renata Vereza (suplente), sobre a relevância do CR para a categoria e ainda os desafios postos ao sindicalismo na atual conjuntura política.
De acordo com ele, o Conselho de Representantes é importante interlocutor entre o sindicato e a base de docentes da UFF. "Não à toa, no caso da Aduff, ele é eleito a partir das unidades, que são os institutos. E tem importância fundamental para que as questões debatidas no sindicato cheguem à base e para que as questões da base cheguem ao sindicato. O CR tem uma relevância fundamental nesse diálogo e nessa relação entre sindicato e os e as professoras", comentou Paulo Terra.
Para o docente do curso de História, apesar da derrota de Jair Bolsonaro nas últimas eleições ter trazido certo à alívio à categoria [porque o ex-presidente elegeu como o inimigo dele o funcionalismo público], o cenário de contigenciamento de verbas permanece.
"Na própria UFF não houve uma recuperação total das verbas. E acho que um dos desafios atuais é tentar, de certa forma, recompor minimamente o orçamento anterior aos amplos ataques à Universidade", disse.
Para ele, é o momento de pressionar pela recomposição do orçamento, mas principalmente para que haja, de fato, um cenário futuro de maior investimento nas universidades.
"Precisamos pensar na contratação de professores, mas também de outros elementos fundamentais, como a questão da infraestrutura das universidades e o auxílio aos discentes. Não é só [o/a estudante] entrar, mas conseguir permanecer com dignidade. O cenário atual é de bastante luta, justamente pra que a gente consiga reverter esse momento totalmente devastador, que foram os, no mínimo, quatro anos anteriores, mas que a gente sabe que a precariedade é anterior", afirmou.
De acordo com Paulo Terra, o sindicato é o espaço de organização da categoria, já que todas as conquistas obtidas resultam de lutas históricas. Entre elas, como lembra o docente, estão a possibilidade de aumento salarial, a recomposição de verbas, a luta por concursos.
"Sem o sindicato, quais seriam as nossas possibilidades, por exemplo, de aumento? E a força que o sindicato teve e tem quando continua lutando por mais concursos, pela recomposição das verbas, pelo, o que é a sua bandeira: o ensino público de qualidade e voltado pra sociedade? Esses já são elementos importantíssimos, mas o sindicato também se junta à luta da classe trabalhadora pois todos os ataques não são dirigidos somente aos professores e às professoras das universidades públicas. Então, o sindicato também tem um papel fundamental na organização, por exemplo, dos trabalhadores e das trabalhadoras do setor público. É uma peça fundamental nesse processo", defende Paulo Terra.
Segundo o docente, é preciso ainda lembrar a importância do Andes-Sindicato Nacional, ao qual a Aduff é filiada, na reivindicação de direitos trabalhistas e sociais. "O sindicato apoia e está presente na luta também de outras categorias justamente para reforçar o papel e a força da classe trabalhadora num cenário atual, que é de total ataque aos direitos. Por um lado, temos as próprias questões corporativas, a luta dentro e pela categoria; e, por outro temos o papel fundamental que o Andes-SN cumpre na organização e na luta trabalhadora brasileira", considera Paulo Terra.
Foram eleitos as seguintes professoras e professores:
Pelo Instituto de História: Renata Vereza (Titular) e Paulo Cruz Terra (Suplente) – Chapa Única
Pela Faculdade de Educação: Adriana Barbosa da Silva (Titular) e Amelia Cristina Alves (Suplente) – Chapa Única
Pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda): Alejandra Luisa Magalhães Estevez (Titular) e Bruno Chapadeiro Ribeiro (Suplente) – Chapa Única
*Da Redação da Aduff*
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho
