Jul
06
2023

Professora Alejandra Estevez 'Participação coletiva é essencial para reverter os retrocessos na universidade'

Alejandra Estevez, eleita ao CR da Aduff no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda), disse à reportagem que o Conselho de Representantes "é um multiplicador da presença do sindicato, capaz de construir uma relação de confiança e um senso de coletividade"

 

A professora Alejandra Estevez, da UFF em Volta Redonda, candidata ao CR A professora Alejandra Estevez, da UFF em Volta Redonda, candidata ao CR / Arquivo Pessoal

"A participação coletiva é essencial", afirma a professora Alejandra Estevez, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFF em Volta Redonda e candidata ao Conselho de Representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense - seção sindical do Andes-SN. A chapa única elegeu ainda o professor Bruno Chapadeiro Ribeiro como suplente. 

A eleição ocorreu nos dias 5 e 6 de julho de 2023, também elegendo representantes na Faculdade de Educação e no Instituto de História, ambas no Gragoatá, em Niterói.

Alejandra falou à reportagem da Aduff sobre a importância do Conselho de Representantes, da organização sindical de base da categoria e os desafios para a luta docente nas universidades do país.

— A organização sindical é fundamental para que tenhamos força e unidade para negociar não apenas reajustes nos salários, há muito defasados. Mas também para lutar pela valorização da carreira docente, através da garantia de condições dignas de trabalho, com salas de aula funcionais e equipadas, profissionais estimulados e não cansados e desprestigiados perante a sociedade. Há também a preocupação com a saúde do professor — disse. 

Para ela, não é momento de ficar parado: e sim de incidir sobre a conjuntura política atual para reverter o quadro de retrocesso "que vem se perpetuando nas últimas décadas, em especial nos quatro anos de governo Bolsonaro".

— O sindicato tem o papel de defender nossos direitos, que vêm sendo paulatinamente retirados, e lutar por dias melhores. Por isso, a participação coletiva é essencial: contribuindo com ideias, partilhando experiências, dando senso de unidade à categoria, resistindo aos ataques e combatendo as perdas, contribuindo com ideias, partilhando experiências, dando senso de unidade à categoria, resistindo aos ataques e combatendo as perdas. 

Alejandra ressalta a importância do Conselho de Representantes, porque "garante a relação do sindicato com os professores no próprio local de trabalho, permitindo com que demandas e pautas locais possam chegar ao conhecimento da diretoria, para que ela possa ter uma visão ampla e diversa da categoria que representa". O Conselho, diz, é um "multiplicador da presença do sindicato, capaz de construir uma relação de confiança e um senso de coletividade". 

Prioridades

Sobre os desafios deste momento na atuação sindical na universidade, diz que a superação do rebaixamento orçamentário e garantir recursos para infraestrutura, assistência estudantil e valorização docente segue sendo uma pauta prioritária. E critica a recente portaria da Reitoria que fixou normas sob o argumento da falta de recursos financeiros. "Fomos surpreendidos no fim de junho com uma portaria da Reitoria que afeta diretamente os trabalhos de campo para uma melhor formação dos estudantes, a organização e participação em eventos", observa.

A professora ressalta ainda a luta para garantir as condições necessárias para permanência do estudante e redução da evasão, defendendo medidas que garantam a alimentação estudantil, como o restaurante universitário, e a construção e ampliação de vagas nos alojamentos. Em relação a docentes, menciona os desvios nas funções do magistério. 

— Nos últimos anos temos sido obrigados a acumular uma série de atividades administrativas, que antes eram executadas pelos técnico-administrativos, o que onera o tempo que o professor antes podia dedicar à prática docente, planejamento e estudo, atividades de extensão e pesquisa. Hoje o professor trabalha comumente mais de 40 horas semanais. O nível de estresse e sobrecarga laboral é uma realidade, fruto justamente desse quadro de sucateamento das universidades públicas" — diz.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

A professora Alejandra Estevez, da UFF em Volta Redonda, candidata ao CR A professora Alejandra Estevez, da UFF em Volta Redonda, candidata ao CR / Arquivo Pessoal

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