Não há nenhuma possibilidade de enfrentar os projetos neoliberais e neofascistas, que atacam a universidade pública e os direitos da classe trabalhadora, sem uma atuação coletiva. É o que afirma a professora Renata Vereza, professora do Instituto de História da UFF, ex-presidente da Aduff-SSind e candidata ao Conselho de Representantes da seção sindical.
A chapa traz ainda o professor Paulo Terra, ex-diretor da Aduff, como candidato a suplente. A votação começou nesta quarta-feira, 5 de julho de 2023, e termina nesta quinta-feira (6). Também há votação para escolher os representantes na Faculdade de Educação (Gragoatá) e no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (Volta Redonda). Votam, em urnas instaladas nas respectivas unidades, professoras e professores sindicalizados.
Renata conversou com a reportagem da Aduff sobre a importância do Conselho de Representantes, da organização sindical de base da categoria e os desafios para a luta docente nas universidades do país.
– Não há nenhuma possibilidade de enfrentamento, tanto do projeto fascista, neofascista, quanto do projeto neoliberal, a partir de uma perspectiva individual. Só é possível enfrentamento a esses projetos, que são absolutamente deletérios não só pra universidade pública mas pro projeto de educação do país como um todo, a partir de um enfrentamento coletivo - disse.
Para a docente, o sindicato "continua sendo o espaço a partir do qual a gente consegue pautar reivindicações coletivas, a gente consegue ter o mínimo de força para poder gerar algum tipo de enfrentamento aos projetos que estão em pauta na sociedade".
– Então, não há enfrentamento individual possível. A gente precisa do sindicato. O sindicato é importante e quanto mais gente participar mais importante o sindicato se torna e mais capacidade o sindicato tem, não só de nos representar, mas como de dar combate nesse enfrentamento que é necessário na sociedade brasileira atual.
Para Renata, é importante fortalecer o Conselho de Representantes, votando nesta eleição e assegurando mais representantes de base nesta instância da seção sindical. No Instituto de História a eleição conta com chapa única - o que reforça a importância de votar e valorizar e fortalecer a representação no Conselho.
– É uma forma do sindicato ter mais capilaridade, estar mais presente no cotidiano das unidades e mais atento às demandas colocadas pelos professores e que podem ser levadas pelos representantes. Ele é fundamental para o funcionamento e para a organização e para a representatividade do Sindicato.
A professora Renata Vereza mencionou ainda a conjuntura política atual, após uma "suada e difícil" conquista, que foi a derrota de um projeto de Estado neofascista. Conjuntura que, avalia, leva a um risco real de "um certo imobilismo" ancorado na ideia de que não se pode reivindicar ou criticar porque há um inimigo à espreita.
– Eu acho que é importante que a gente entenda que só é possível vencer esse projeto não só neoliberal, mas esse projeto fascista de sociedade, que não está morto, que está presente, investindo e priorizando também a educação. A educação e a autonomia universitária, a universidade pública como um todo é fundamental nesse processo de enfrentamento. Então, acho que a gente tem que continuar na luta, pela valorização da profissão, a valorização da universidade, o que passa obrigatoriamente por investimentos - defendeu.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho