Abr
20
2023

Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular (JURA) comemora 10 anos em 2023

Ato de abertura da JURA no Rio de Janeiro acontecerá na próxima terça (25), a partir das 15h, no Armazém do Campo, na Lapa; programação nas universidades e institutos federais do Rio será divulgada em breve

Com tema “Reforma Agrária Popular: em defesa da natureza e alimentos saudáveis”, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular (JURA) completa dez anos de experiências coletivas, que unem movimentos sociais, estudantes, docentes e instituições de ensino na luta pela reforma agrária no país. Ela integra a Jornada Nacional de Luta pela Terra, construída pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros movimentos sociais do campo, realizada todo mês de abril, no Brasil, em memória do Massacre em Eldorado do Carajás.

No Estado do Rio de Janeiro, a abertura da JURA acontecerá na próxima terça-feira, 25 de abril, no Armazém do Campo, na Lapa, a partir das 15h. Participam da mesa de debate Juliana Casemiro (UERJ e Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional); Fran Paula (Associação Brasileira de Agroecologia e Articulação Nacional de Agroecologia) e Eró Silva (direção estadual do MST).

De acordo com Amanda Matheus, do Setor de Educação do MST e da coordenação da JURA, a jornada se constituiu, ao longo desta década, como espaço de formação, resistência e troca de experiências entre campo e cidade. “A JURA fortalece o intercâmbio campo e cidade, fortalece as universidades, o debate da Reforma Agrária Popular no Rio de Janeiro e, principalmente, as famílias sem-terra que estão no dia a dia plantando e cultivado a terra e alimentos saudáveis”, afirma.

Ela destaca que a JURA no Rio de Janeiro é construída “por muitas mãos e parcerias”, com atividades em diversas instituições de ensino de todo o Estado: UERJ, UFF, UFRJ, Unirio, UFRRJ, Ensp-Fiocruz, PUC e Institutos Federais. “As atividades serão mesas de debates, oficinas, feira da Reforma Agrária e visitas de intercâmbio nas áreas de assentamentos do Rio de Janeiro”, antecipa.

Professor do curso de Serviço Social da UFF de Rio das Ostras, Ramiro Dulcich, reafirma a importância do evento, que se realiza em um cenário de reconstrução política e social “depois de 6 anos de destruição do campo popular e de políticas neofacistas e depois de uma pandemia. Estamos voltando e reconstruindo esse espaço de articulação de debate, de rede e de intercâmbio que é a JURA. Agora nesta terça, 25 de abril, estaremos no Armazém do Campo para socializar o que tem sido esses últimos anos duríssimos para a construção e o avanço da reforma agrária popular”, reforça.

O docente friza ainda que a luta pela terra e pela reforma agrária popular é uma luta por garantia de direitos, dentro dos parâmetros da legalidade e da constitucionalidade. “Às vezes se passa a ideia de que há algo ilegal nisso e é sempre importante, especialmente num país dominado pelas grandes empresas econômicas da comunicação como é o Brasil, demarcar que essa luta é uma luta dentro dos parâmetros constitucionais e, portanto, faz todo o sentido que a universidade pública participe e colabore com essa luta, que é uma luta por direitos sociais para melhorar as condições de vida do conjunto da sociedade brasileira”, reitera.

Da Redação da Aduff, por Lara Abib

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