Com tema “Reforma Agrária Popular: em defesa da natureza e alimentos saudáveis”, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular (JURA) completa dez anos de experiências coletivas, que unem movimentos sociais, estudantes, docentes e instituições de ensino na luta pela reforma agrária no país. Ela integra a Jornada Nacional de Luta pela Terra, construída pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros movimentos sociais do campo, realizada todo mês de abril, no Brasil, em memória do Massacre em Eldorado do Carajás.
No Estado do Rio de Janeiro, a abertura da JURA acontecerá na próxima terça-feira, 25 de abril, no Armazém do Campo, na Lapa, a partir das 15h. Participam da mesa de debate Juliana Casemiro (UERJ e Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional); Fran Paula (Associação Brasileira de Agroecologia e Articulação Nacional de Agroecologia) e Eró Silva (direção estadual do MST).
De acordo com Amanda Matheus, do Setor de Educação do MST e da coordenação da JURA, a jornada se constituiu, ao longo desta década, como espaço de formação, resistência e troca de experiências entre campo e cidade. “A JURA fortalece o intercâmbio campo e cidade, fortalece as universidades, o debate da Reforma Agrária Popular no Rio de Janeiro e, principalmente, as famílias sem-terra que estão no dia a dia plantando e cultivado a terra e alimentos saudáveis”, afirma.
Ela destaca que a JURA no Rio de Janeiro é construída “por muitas mãos e parcerias”, com atividades em diversas instituições de ensino de todo o Estado: UERJ, UFF, UFRJ, Unirio, UFRRJ, Ensp-Fiocruz, PUC e Institutos Federais. “As atividades serão mesas de debates, oficinas, feira da Reforma Agrária e visitas de intercâmbio nas áreas de assentamentos do Rio de Janeiro”, antecipa.
Professor do curso de Serviço Social da UFF de Rio das Ostras, Ramiro Dulcich, reafirma a importância do evento, que se realiza em um cenário de reconstrução política e social “depois de 6 anos de destruição do campo popular e de políticas neofacistas e depois de uma pandemia. Estamos voltando e reconstruindo esse espaço de articulação de debate, de rede e de intercâmbio que é a JURA. Agora nesta terça, 25 de abril, estaremos no Armazém do Campo para socializar o que tem sido esses últimos anos duríssimos para a construção e o avanço da reforma agrária popular”, reforça.
O docente friza ainda que a luta pela terra e pela reforma agrária popular é uma luta por garantia de direitos, dentro dos parâmetros da legalidade e da constitucionalidade. “Às vezes se passa a ideia de que há algo ilegal nisso e é sempre importante, especialmente num país dominado pelas grandes empresas econômicas da comunicação como é o Brasil, demarcar que essa luta é uma luta dentro dos parâmetros constitucionais e, portanto, faz todo o sentido que a universidade pública participe e colabore com essa luta, que é uma luta por direitos sociais para melhorar as condições de vida do conjunto da sociedade brasileira”, reitera.
Da Redação da Aduff, por Lara Abib