Abr
19
2022

Manter Bolsonaro é matar o futuro, diz professor da Rural

Dirigente do Andes-SN, Markos Klemz falou à reportagem conjunta da TV Aduff e do Sindscope durante o ato "Bolsonaro Nunca Mais"

 

DA REDAÇÃO DA ADUFF

IMPRENSA SINDSCOPE

“A gente não vai sobreviver com mais quatro anos de Bolsonaro”, disse o professor Markos Klemz Guerrero, da direção regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), durante a manifestação 'Bolsonaro Nunca Mais', ocorrida no dia 9 de abril no Centro do Rio de Janeiro. Markos assinalava as ameaças que pairam sobre a educação pública e a vida dos brasileiros sob o atual governo.

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O diretor da Andes-SN falou sobre a realidade que os brasileiros estão enfrentando, o crescimento assustador da miséria e da fome. “Sempre houve população de rua, mas agora você tem multidões catando lixo no horário de fechamento dos mercados… Isso não é uma fatalidade da vida, isso é uma causa direta da política nascida do Bolsonaro”, afirmou.

Mencionou ainda as dificuldades que enfrenta a categoria docente e o conjunto dos servidores federais, que estão com salários congelados: “Nos últimos cinco anos a gente perdeu 30% do salário e no caso da nossa carreira federal, as perdas são de até mais de 50%”, disse.

É preciso ir às ruas, disse

Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Markos lamentou o tamanho da manifestação: “A manifestação infelizmente está muito menor do que a gente precisa para derrotar o Bolsonaro. Ela cresceu desde a concentração, conseguiu aumentar, mas ainda é muito, muito menos do que a gente precisa para conseguir virar essa triste página da história do Brasil e tirar o Bolsonaro do poder para conseguir sobreviver”.

Cortes na educação e no futuro

Comentando o que dissera pouco antes o professor Jorge Ricardo, da Faculdade de Educação da UFRJ, também à TV Aduff e ao Sindscope, sobre as dificuldades geradas pelos cortes orçamentários, Marcos disse que ninguém está a salvo das dificuldades financeiras para a produção e circulação de conhecimento nas universidades. Falta verba até para limpar o chão ou botar um sabonete no banheiro, disse. 

Ele conta que há pouquíssimas bolsas de iniciação científica. E na pós-graduação que leciona neste ano não terá nenhuma bolsa de doutorado, apesar de ser um programa consolidado. E pergunta: “Qual é o estímulo que a juventude vai ter para se dedicar à produção de conhecimento, para se dedicar à profissão docente? Para ser um pesquisador não tem estímulo nenhum e o que a gente está fazendo hoje é matando o nosso futuro”.

“Como profissionais de educação, como trabalhadores da educação, a gente tem uma importância que é central para a construção dessas manifestações", observa Markos. “A gente tem que conseguir voltar a mobilizar a juventude dentro dos nossos espaços de trabalho, nas universidades, nas escolas, nos colégios de aplicação... nossa obrigação enquanto trabalhadores da educação é vir para a manifestação e conseguir encher isso aqui para finalmente conseguir derrotar o Bolsonaro!”, disse.

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