Jun
20
2018

Sessão do STF termina sem julgar data-base, que volta à pauta nesta quinta (21)

Servidores e advogados das entidades sindicais devem retornar ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (21) para acompanhar a sessão

 

Sessão plenária do STF na tarde desta quarta-feira (20) Sessão plenária do STF na tarde desta quarta-feira (20) / Carlos Moura SCO-STF

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O Supremo Tribunal Federal não chegou a retomar o julgamento da ação referente à data-base dos servidores públicos. A sessão plenária desta quarta-feira (20) foi finalizada, por volta das 18h15min, sem entrar no Recurso Extraordinário 565.089/SP. Servidores e advogados das entidades sindicais nacionais representativas do funcionalismo prometem retornar ao STF a partir das 14 horas desta quinta (21).

Ao finalizar a sessão, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, disse que a do dia seguinte seria iniciada do ponto em que a de quarta parou: a análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4451, na qual a  Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) contesta dispositivos legais que impedem as emissoras de veicular programas que degradem candidatos nos três meses que antecedem as eleições

Superado esse ponto, caso não haja alteração na ordem da pauta, entram dois recursos relacionados à própria ação da data-base e, em seguida, o RE  565089, movido por servidores estaduais de São Paulo, que cobra o pagamento de indenização por danos causados pelo desrespeito à revisão anual dos salários prevista na Constituição Federal. 

Ato com vigília

Servidores públicos acompanharam, dentro e nas imediações do Supremo Tribunal Federal, a sessão plenária desta quarta (20). Alguns servidores conseguiram fazer contato com ministros no intervalo e ao final da sessão. Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux ouviram pedido de especial esforço para garantir o voto e a conclusão do julgamento. Lewandowski, que ainda votará na ação, disse estar sensibilizado com a importância da questão. Marco Aurélio e Fux, que já votaram favoravelmente aos servidores, disseram saber da relevância da ação para o funcionalismo e reafirmaram o posicionamento já expressado nos respectivos votos. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, também foi abordada por uma servidora, mas não se manifestou.

Em frente ao prédio do STF, cerca de 250 trabalhadores realizaram vigília ao longo da tarde. Na véspera, manifestações com representações nacionais do funcionalismo aconteceram no Ministério do Planejamento e no próprio Supremo, onde os trabalhadores defenderam o direito à data-base. A Aduff-SSind participou. A mobilização pela revisão anual de salários está colada à outra: a defesa da revogação da Emenda Constitucional 95, que determina o congelamento do orçamento da União para praticamente todas as despesas, fora o pagamento de juros e amortizações das dívidas públicas, até 2036. 

O processo

O processo estava paralisado por conta de pedido de vista do ministro Dias Tóffoli. Os ministros Marco Aurélio (relator), Cármen Lúcia e Luiz Fux já haviam votado favoravelmente aos trabalhadores, na ação movida por servidores estaduais de São Paulo, mas que terá repercussão sobre todo o serviço público. Gilmar Mendes, Rosa Weber, Roberto Barroso e Teori Zavascki, posteriormente substituído por Alexandre Morais, que não votará na ação, foram contrários aos servidores. A decisão está nos votos dos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Edson Fachin. Com a possibilidade de retomada do julgamento adiada, os servidores de outros estados que permanecem em Brasília e os do Distrito federal estão sendo convocados pelas entidades sindicais a retornar ao STF na tarde desta quinta- feira (21).

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho

Sessão plenária do STF na tarde desta quarta-feira (20) Sessão plenária do STF na tarde desta quarta-feira (20) / Carlos Moura SCO-STF