Ago
14
2017

11 de agosto: Dia dos estudantes no Rio é marcado por ato em defesa da educação pública

A data foi incluída novamente no calendário de lutas do ANDES-SN após deliberação no 62º Conad – realizado em julho, em Niterói

foto: Luiz Fernando Nabuco foto: Luiz Fernando Nabuco
foto: Luiz Fernando Nabuco

Nesta sexta (11), data em que se comemora o Dia do Estudante e o Dia Nacional de Lutas em Defesa da Educação Pública no Brasil, os estudantes do Rio de Janeiro foram às ruas denunciar a política de destruição das universidades e escolas públicas levada à frente pelos governos de Pezão e Temer. A manifestação que também contou com a participação de professores, técnicos-administrativos da educação e trabalhadores de outras categorias, começou no Largo da Carioca e foi até o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado.

"Educação na rua, Pezão a culpa é sua"

A Uerj, universidade mais popular do estado do Rio e a primeira a implementar o sistema de cotas no país, enfrenta o maior corte de verbas de sua história. A instituição recebeu em 2017 menos de um terço do seu orçamento anual. Na Uezo, a verba de custeio mal paga as despesas com limpeza e segurança. Isso porque a universidade não tem campus próprio e funciona dentro de um colégio estadual desde a sua criação, em 2005. Na Uenf, a verba para compra de material renovável não é repassada há 3 anos.

Sem recursos, não há previsão para a retomada do próximo semestre letivo em nenhuma das três universidades. Além da falta de orçamento para manutenção, os estudantes das estaduais estão sem bolsa e os professores e técnicos-administrativos sofrem com salários atrasados. No início do mês de agosto, os docentes das estaduais deliberaram por uma greve unificada, na luta contra o sucateamento das universidades e pelo pagamento imediato dos salários.

"Pezão, fecha minha escola que eu decreto sua queda!"

Mesmo devendo a cerca de 200 mil servidores estaduais ativos e aposentados três meses de salários atrasados em 2017 e o décimo-terceiro salário de 2016, o governo do Estado publicou na quinta (10) um edital para a contratação de um jatinho para Luiz Fernando Pezão. De acordo com matéria publicada em O Globo, o governo do Rio gastará mais de 2,5 milhões com o serviço de táxi aéreo.Na mesma semana, Pezão anunciou o fechamento de turmas e de escolas da rede Faetec e da rede estadual de ensino, sem qualquer diálogo com a comunidade escolar.

Na rua, os estudantes secundaristas cantaram contra o fechamento das escolas, a redução do passe livre estudantil e o desvio de verba da merenda escolar, alertando a população para a política de privatização que está por trás da destruição da educação pública. "Ah, que isso? Educação precarizada. Ah, que isso? Educação precarizada. Ele tira da pública e põe na privada: educação precarizada", cantaram.

As músicas foram o ponto alto da manifestação. Teve licença poética de funk, rap e samba. "Governador, ficar sem aula dá caô. Vê se me entende, por favor! Eu tô sem professor, a merenda acabou. Eu vim aqui cobrar, governador", entoaram, no ritmo da música do Nego do Borel. No caminho para o Palácio Guanabara, eles receberam aplausos da população e buzinaço dos carros. “É nosso papel: estar na rua e defender o Rafael”, cantaram também, pedindo liberdade para Rafael Braga.

“A esse governo e ao governo federal que não respeitam e atacam os direitos dos trabalhadores nós dizemos basta! Pezão soltou uma ordem para fechar sala de aula, cortou verbas das universidades estaduais e das escolas técnicas, está fechando hospitais. Ele e Temer querem que os trabalhadores ralem e sangrem até morrer e por isso nós estamos em luta, na rua com os estudantes, em defesa do direito à educação, ao trabalho, à aposentadoria e a uma vida digna com respeito”, disse no ato a professora da UFF de Santo Antônio de Pádua e diretoria do ANDES-SN, Lorene Figueiredo.

Da redação da Aduff-SSind | Por Lara Abib

foto: Luiz Fernando Nabuco foto: Luiz Fernando Nabuco

Additional Info

  • compartilhar: