Out
18
2016

Manifestação contra a PEC 241 leva mais de 5 mil pessoas às ruas do Rio

Por sua gravidade, proposta de emenda constitucional tem sido chamada de 'PEC da morte' e 'PEC do fim do mundo'; forte repressão policial tenta acabar com ato em defesa dos serviços públicos, mas não consegue
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Na noite desta segunda-feira (17), trabalhadores e estudantes ocuparam mais uma vez as ruas do Rio de Janeiro para protestar contra a PEC 241/2016, proposta de emenda à Constituição que limita as despesas da União com investimentos em serviços públicos essenciais por 20 anos, corrigindo-os somente pela inflação do período. O objetivo do governo ilegítimo de Michel Temer é destinar recursos ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, enquanto setores como educação, saúde, assistência social e segurança pública ficarão à míngua.
A concentração para o ato teve início às 17h, na Cinelândia. Por volta das 19h, a passeata seguiu pela Avenida Rio Branco, em direção à Avenida Chile. Na altura da Petrobrás, a Polícia Militar aproveitou um princípio de confronto isolado entre policiais e jovens adeptos da tática 'Black Bloc' para atirar bombas de gás lacrimogêneo contra a manifestação pacífica, na tentativa de dispersar o ato. Os manifestantes mudaram o trajeto e se reagruparam mais uma vez, na Cinelândia, onde ocuparam as escadarias da Câmara Municipal e a praça. "Não adianta me reprimir, esse governo vai cair", cantavam.
Quando a manifestação já caminhava para o fim, sem mais incidentes, policiais militares voltaram a atacar violentamente a concentração na praça e chegaram a invadir bares e restaurantes, com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Uma mulher que não participava do ato foi detida no Amarelinho e jogada no camburão da PM, sendo conduzida até a 5a DP, na Lapa, junto com três manifestantes. Uma mídia-ativista também estava entre os presos. Há dezenas de relatos de pessoas feridas, atacadas aleatoriamente pela forte repressão policial.
Também houve manifestações em outras capitais. Em São Paulo, os participantes avaliaram que dez mil pessoas foram às ruas.
Por Lara Abib
Foto Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind