Jul
06
2016

Ataque do reitor ao Sintuff ‘é contra todos nós e a democracia’, diz Aduff

Aduff-SSind prestou apoio aos técnicos-administrativos e destacou que ataque de Sidney atinge a comunidade acadêmica

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind

O ataque do reitor da UFF, Sidney Mello, ao Sintuff, o sindicato dos técnicos-administrativos, é também uma investida contra os docentes, estudantes e a liberdade de expressão na universidade. A afirmação é do professor Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind – a seção do Sindicato Nacional da categoria (Andes-SN) na Universidade Federal Fluminense, que participou de ato na tarde dessa terça-feira (5), nos jardins da Reitoria, em Icaraí. A manifestação, convocada e organizada pelo Sintuff, criticava o fato de a entidade sindical ter sido desalojada no sábado (2), numa operação em que a Reitoria acionou a Polícia Federal e a Polícia Militar, esta última se posicionando durante certo período à porta da instituição no campus do Valonguinho (Centro).

Em meio à manifestação transcorrida no dia 5, Gustavo falou em nome do sindicato dos docentes e declarou apoio à campanha pelo retorno do Sintuff a sua antiga sede. “Aos colegas do Sintuff que foram despejados, que tiveram seus materiais, seus arquivos postos para fora de uma sede na qual estão lá há anos, [trazemos] aqui o nosso apoio. O ataque à sede do Sintuff não é apenas o ataque à sede do Sintuff, é um ataque a todos nós. É o ataque à liberdade de expressão, à liberdade de crítica, de apresentar proposições, de questionar o que a administração está fazendo de errado”, disse. A diretoria da Aduff-SSind esteve representada no ato pelos docentes Juarez Torres Duyaer, Douglas Ribeiro Barbosa, Renata Torres Schittino e Elza Dely Veloso Macedo - esta última também pela Regional RJ do Andes-SN.

O ato público começou na Reitoria e depois se deslocou para o Colégio São Vicente, na rua Miguel de Frias, onde o reitor participava de uma reunião com diretores de unidades e com o Grupo de Trabalho criado para tratar da estatuinte. A reunião ocorria na área alugada pela UFF para abrigar a Fundação Euclides da Cunha (FEC), a cerca de 200 metros da sede da administração central da UFF. Sidney, no entanto, se retirou do local antes que os manifestantes chegassem. Pouco depois, policiais militares entraram na escola e se dirigiram ao local onde estavam técnicos, estudantes e docentes.

O dirigente da Aduff-SSind também criticou a decisão do reitor de se retirar para não ouvir técnicos, docentes e estudantes. “Fomos lá pacificamente, para dialogar, e o reitor abandona a reunião e chama a polícia”, disse. “É irônico isso acontecer justamente na FEC, uma entidade privada dentro da UFF”, observou, ao criticar a alegação da administração central para despejar o Sintuff: o fato de o sindicato ser uma organização de direito privado. O docente citou ainda como parte dessa contradição a entrega do Hospital Universitário Antonio Pedro à Ebserh, empresa de direito privado que assumiu a gestão da unidade.

A professora Elza Dely Macedo, como dirigente da Regional do Andes-SN no Rio de Janeiro, levou o apoio do Sindicato Nacional dos Docentes e relatou que a notícia do despejo chegou às representações sindicais da categoria que se reuniam em Boa Vista (RR), no 61ª Conad – o Conselho do Andes-SN – e causou repúdio e revolta. “[Aprovamos] uma moção bastante contundente contra esse reitor que, primeira vez, tem a audácia de desalojar uma entidade sindical”, disse a docente.

O técnico-administrativo Pedro Rosa, coordenador do Sintuff, cobrou a investigação das denúncias de irregularidades nas obras contra a administração central da universidade e afirmou que o Sintuff não desistirá do Valonguinho. “A campanha pelo retorno à sede está começando agora”, falou. Ele revelou ainda que,  como parte da política de retaliação ao sindicato, o carro da entidade está sendo impedido de entrar naquele campus da UFF, o que cerceia a atuação sindical na universidade. “Somos perseguidos porque somos combativos, porque defendemos nossa categoria; mas não vamos nos intimidar”, concluiu.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho