Jun
27
2016

Protesto no Rio diz que SUS tem que ser do tamanho do povo brasileiro

Manifestantes decidem manter ato 'Ocupa SUS’ em frente ao Núcleo do Ministério da Saúde após liminar da Justiça.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
O SUS tem que ser do “tamanho do povo brasileiro”. Foi o que afirmaram manifestantes que protestam desde as 15 horas da tarde em frente à coordenação do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj), na rua México 128, no Centro da cidade, no ato ‘Ocupa SUS’.
A afirmação é uma referência direta ao ministro Ricardo Barros, que ao assumir a pasta há pouco mais de um mês, nomeado pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), disse que o Sistema Único de Saúde não cabia no PIB brasileiro e deveria ser redimensionado.
O serviço de assistência na área de saúde para todos os brasileiros está previsto na Constituição Federal de 1988. Durante o ato, alguns oradores criticaram a declaração do ministro com relação ao SUS e o Produto Interno Bruto.
No dia seguinte à declaração, Barros disse que fora mal interpretado e que o governo não pretende reduzir o tamanho dos serviços de saúde cobertos pelo estado brasileiro. Faz poucos dias, porém, Temer enviou ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional (PEC 241) que fixa teto para despesas da União que, se aprovada, significará cortes no orçamento de áreas como saúde e educação, inclusive sobre receitas de previsão constitucional.
Liminar
A programação inicial da manifestação desta sexta-feira foi modificada em função da liminar da 29ª Vara da Justiça Federal do Rio que determina que a ocupação seja encerrada para que o prédio volte à normalidade. Inicialmente, o ato político-cultural iria se deslocar, à noite, para a Cinelândia, a menos de 300 metros dali. Mas, diante da liminar, os manifestantes preferiram permanecer no local para reforçar a ocupação. A ação foi movida pela Advocacia-Geral da União (AGU).
O Ocupa SUS é um movimento que se contrapõe às políticas de privatização e de sucateamento, que reduzem o tamanho da saúde pública e da assistência médica no país. O movimento considera o governo provisório ilegítimo e defende a bandeira ‘Fora Temer’.
Trabalhadores da educação participam do ato na rua México. A direção da Aduff-SSind esteve representada pela professora Gelta Xavier, vice-presidente, e pelo professor Gustavo Gomes, presidente da seção sindical.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Loureço Filho
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind