Jun
09
2016

Docentes da UFF indicam paralisação de 24h no dia 16 de junho

Assembleia também aprovou participar dos atos desta sexta (10); Nova assembleia acontece nesta terça (14), às 15h, no Gragoatá

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Reunidos em assembleia geral da categoria na tarde da quarta-feira (8), docentes aprovaram a participação em dois atos que acontecem na próxima sexta (10), no Centro do Rio de Janeiro. Também deliberaram a favor do indicativo de paralisação para a quinta-feira (16), quando serão realizadas ações nos estados e uma marcha na capital federal, que faz parte do “Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação” pública, gratuita, socialmente referenciada, classista e democrática, que conta com o Andes-SN e outras entidades na organização.

Essas atividades visam marcar posição contrária à retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais, representadas por projetos de lei como o PLP 257, apresentados pelo Executivo e levados adiante, com celeridade, por setores ainda mais conservadores do governo federal. O PLP 257, por exemplo, faz parte da política de ‘ajuste fiscal’, em curso desde o final de 2014, prevendo o congelamento de salários, a realização de concursos públicos, cortes em direitos sociais, revisão dos regimes jurídicos do funcionalismo, atingindo principalmente o setor público.

Para se posicionar contra essas e outras medidas que ameaçam os trabalhadores, a assembleia referendou a participação nas duas manifestações que acontecem dia 10. A primeira delas reunirá os servidores públicos federais e estaduais, no período das 10h às 16h, na Carioca, com atividades culturais, panfletagens e ações para expressar o descontentamento do funcionalismo com o desrespeito dos governos à categoria e denunciar o descaso com a Saúde e a Educação públicas.

A partir das 17h, haverá um ato, com concentração na Candelária, organizado pela “Frente Brasil Popular” e “Povo Sem Medo”, com o mote “Fora Temer. Por Nenhum Direito a Menos”, contando com a participação de diferentes movimentos sociais e sindicais.

Indicativo de Paralisação

Também foi aprovado o indicativo de paralisação para o dia 16 de junho, com envio de participantes a Brasília para integrarem a Marcha Nacional, que reunirá diferentes categorias do funcionalismo público e representantes de diversos movimentos sindicais e populares na capital federal, contra retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. Na próxima assembleia geral, que será realizada na terça (14), às 15h, no auditório da Economia (bloco F/ no campus do Gragoatá), os professores irão deliberar sobre a paralisação do dia 16.

A CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular) e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) também compõem a organização do ato nacional em Brasília, que antecede a abertura do II Encontro Nacional de Educação. O II ENE ocorre entre os dias 16 e 18 de junho, na Universidade de Brasília, com o lema: “Por um Projeto Classista e Democrático de Educação”.

O evento é organizado pelas entidades que compõem o Comitê Nacional "em Defesa 10% do PIB para a Educação Pública, já!”, entre elas o Andes-SN. A Aduff estará representada no II ENE, que tem por objetivo discutir propostas para o setor a partir das indicações apresentadas pelos encontros preparatórios realizados, recentemente, nos estados.

A delegação da seção sindical estará reunida, na sexta (10), às 16h, na sede do sindicato, para debater a participação nesse fórum nacional de debates.

61º Conad: plano de lutas e posse do Andes-SN

A assembleia geral aprovou que Gustavo Gomes, professor do Serviço Social e presidente da Aduff-SSind, seja o delegado da seção sindical no 61º Conselho do Andes – Conad, que será realizado no período de 30 de junho a 3 de julho, em Boa Vista (RR). Também aprovou o envio de observadores para o encontro, compondo a delegação da UFF. Todos devem participar de um seminário interno preparatório, na sede do sindicato, no sábado (25), no período das 9h às 19h, para apreciar as propostas do Caderno de Textos, já divulgado na página eletrônica do Andes-SN.

O 61º Conad, cujo tema central é “Defesa dos Direitos Sociais, da Educação e Serviços Públicos”, atualizará o plano de luta da categoria, debatendo a conjuntura política brasileira. Durante o evento, será dada posse aos representantes da chapa “Unidade na Luta”, eleita em maio desse ano para assumir a direção do Andes-SN.

Eblin Farage, professora da Escola de Serviço Social da UFF, presidirá o Sindicato Nacional no biênio 2016-2018. As professoras Lorene Figueiredo de Oliveira (do Instituto do Noroeste Fluminense – Campus da UFF em Santo Antônio de Pádua) e Elza Dely Veloso Macedo (Faculdade de Educação – UFF, atualmente aposentada) assumem as funções de 1ª e de 2ª secretárias, respectivamente, na Regional Rio de Janeiro do Andes-SN.

Outras deliberações

Os docentes explicitaram diferentes percepções sobre a conjuntura política atual, refletindo a polarização social aguçada com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em meio às interpretações heterogêneas sobre os últimos acontecimentos nacionais, consideraram importante intensificar o debate sobre o tema, com o aprofundamento de análises que deem conta das ameaças postas à categoria, principalmente pelos projetos de lei, em trâmite no Legislativo, que afetam diretamente o funcionalismo. Foi nesse contexto que também aprovaram repudiar a extinção do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação, transformado em uma subárea do Ministério de Comunicações pelo governo interino de Michel Temer.

Deliberaram, assim, pela realização de um Seminário Itinerante, visando dialogar com os colegas que estão em outros campi da UFF, sobre as dificuldades postas pelo avanço de propostas conservadoras em curso, mesmo antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A atividade será organizada pelos integrantes dos Grupos de Trabalho de Política Educacional (GTPE) e de Política de Formação Sindical (GTPFS da Aduff) e posteriormente divulgada pela seção sindical.

Moções

A assembleia geral dos docentes da UFF aprovou moção de apoio à luta dos servidores públicos e dos usuários do Sistema Único de Saúde, que ocuparam a representação do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, na manhã dessa quarta (8), em defesa do SUS. Eles sem mobilizam contra o PLP 257, pelo fim da precarização do setor, contra a privatização pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e pelo fim da terceirização por meio de organizações sociais. Também repudiam a nomeação de Jair Veiga para o Departamento de Gestão Hospitalar – que coordena uma rede de seis hospitais federais e 3 institutos especializados no Estado.

Os docentes aprovaram ainda moção de apoio aos trabalhadores dos Correios, vítimas de perseguição, inclusive com ameaça de demissão por justa causa, por denunciarem a falta de condições de trabalhos na empresa.