Jun
02
2016

“Fizemos relato bem honesto de como era o clima no país, naquela época”, diz diretor do filme

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Aline Pereira
Foto: Luiz Fernando Nabuco/ Aduff-SSind.

Mais uma sessão do Cine-Debate aconteceu na noite de terça-feira (31), na Praça da Cantareira, em São Domingos. Dessa vez, foi exibido o documentário “Viagem à Venezuela”, produzido de forma independente, há uma década, pelos historiadores Danilo Spinola Caruso (IFRJ/UFF) e João Braga Arêas (Colégio Pedro II/UFF).

O filme, de janeiro de 2006, marca posição e aborda as transformações protagonizadas pelo país, após a ascensão de Hugo Chávez ao poder, em 1999, eleito com quase 60% dos votos. Enfatiza entre as mudanças que aponta como centrais na Venezuela a erradicação do analfabetismo, com a ampliação do acesso à educação por meio das “Missões”, e a democratização do acesso à saúde pública.

Explicita as diferentes percepções de setores populares e dos mais abastados da população acerca do governo chavista, evidenciando a polarização. Destaca o discurso produzido pelas empresas privadas de comunicação, com a anuência dos Estados Unidos, para difundir mundialmente a percepção de Chavez como um ditador, sem omitir o violento conflito entre oposicionistas e governo em 2002.

“Deixando um pouco a modéstia de lado, acho que fizemos um relato bem honesto de como era o clima no país, naquela época. Digo bem honesto porque era um projeto pessoal; não recebemos financiamento de qualquer instituição ou organização política, não conhecíamos ninguém na Venezuela. Nosso plano era procurar uma universidade e ver se tinha alguém disposto a conversar conosco para que entendêssemos o que era aquele processo bolivariano”, disse Danilo Caruso, por depoimento gravado em vídeo especificamente para o Cine-Debate. Ele não pode participar da atividade, mas apresentou breve análise sobre o filme que coproduziu com João Arêas.