Mar
17
2016

Estudantes da Medicina da UFF repudiam aprovação da Ebserh

Diretório Acadêmico se solidariza com estudantes feridos e reafirma oposição à entrada da Ebserh na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
DA REDAÇÃO DA ADUFF
O Diretório Acadêmico Barros Terra (Darbt), que representa os estudantes da Faculdade de Medicina da UFF,  divulgou moção de repúdio à aprovação da cessão do Hospital Universitário Antonio Pedro à Ebserh.
A moção critica a convocação da reunião do Conselho Deliberativo para um local externo à UFF, a Imprensa Oficial, o descumprimento da liminar obtida pela Aduff-SSind que determinava que a sessão deveria ser aberta. Também repudia a convocação da Polícia Militar para barrar o acesso da comunidade acadêmica. “Para legitimar essa decisão, a Reitoria da UFF recorre a um estatuto datado da época da Ditadura Militar, período mais sombrio na história do nosso país”, diz trecho do documento.
O texto se solidariza com os estudantes agredidos, reafirma a posição contrária à adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e assume o compromisso de seguir lutando por soluções que de fato atendam ás demandas dos usuários do Sistema Único de Saúde (abaixo, a íntegra do texto).
MOÇÃO DE REPÚDIO À APROVAÇÃO DA EBSERH NA UFF
“O Diretório Acadêmico Barros Terra, entidade representativa dos estudantes de medicina da UFF, vem por meio desta moção declarar seu total repúdio à aprovação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) na UFF.
No dia 16 de março de 2016, houve sessão extraordinária do Conselho Universitário (CUV), entidade deliberativa máxima da UFF, no Auditório da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro, no Centro de Niterói. A pauta convocada era única: “Sustentabilidade do HUAP – Contrato de Gestão Especial Gratuita do HUAP, entre a UFF e a EBSERH”.
Primeiramente, é com estranheza que nós, estudantes, vemos um CUV sendo realizado em espaço externo à Universidade. Para legitimar essa decisão, a Reitoria da UFF recorre a um estatuto datado da época da Ditadura Militar, período mais sombrio na história do nosso país. Ademais, ao fazer isso, a Reitoria mostra sua intenção de impedir a participação da comunidade universitária no debate sobre o tema. Intenção essa ratificada ao convocar a Polícia Militar para impedir a entrada de estudantes e trabalhadores da UFF, desrespeitando inclusive liminar judicial emitida no dia anterior. Infelizmente, isso não é surpresa para nós, já que essa tem sido a prática da Direção do HUAP e da Reitoria no que concerne a pauta da EBSERH, tendo inclusive tentando aprovar isso por e-mail.
Durante as manifestações que aconteceram contestando essa situação indefensável, diversos estudantes e trabalhadores da nossa Universidade foram agredidos pela Polícia Militar, alguns dos quais tiveram que ser conduzidos ao hospital. Essas pessoas, em nenhum momento, receberam suporte institucional necessário. Para completar, a UFF divulgou uma nota por seus veículos oficiais de comunicação comemorando a adesão à EBSERH como fortalecimento da democracia na Universidade. Enquanto estudantes, acreditamos ser inaceitável essa postura institucional. Vale a pena ressaltar que diversos conselheiros presentes votaram de forma contrária ao que foi deliberado por suas bases, como é o caso dos conselheiros da majoritária do DCE da UFF.
Nesse sentido, o DABT vem por meio desta moção demonstrar sua total solidariedade com os estudantes agredidos pela Polícia Militar durante o protesto contra a EBSERH, além de repudiar a postura da Reitoria e da Direção do HUAP, que vai contra princípios básicos de democracia e construção coletiva. Estamos em um ambiente universitário, onde a gestão da UFF deveria demonstrar mais compromisso e cuidado com seus estudantes e trabalhadores. Ratificamos ainda nossa posição contrária à EBSERH, por entender que a adesão à empresa não significa avanços na resolução dos problemas do HUAP, e colocamos nosso compromisso em seguir lutando para que tenhamos um hospital que realmente atenda às demandas dos usuários do Sistema Único de Saúde.”