Mar
03
2016

Uerj vai à greve para enfrentar ‘ajuste fiscal’ que paralisa universidade e HU

Funcionalismo estadual faz manifestação conjunta nesta quarta-feira (2), a partir das 15h na Alerj

DA REDAÇÃO DA ADUFF

É cada vez mais difícil o cotidiano de estudantes e de servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A instituição, que resiste às inúmeras tentativas de desmonte do serviço público ao longo das últimas décadas, enfrenta uma crise que se torna cada vez mais aguda durante a gestão de Luiz Fernando Pezão (PMDB). Alegando dificuldades financeiras, o governador cortou verbas da universidade – o que acarretou atraso no pagamento das bolsas (cotistas, professor visitante, pesquisador visitante e prociência), dos salários dos trabalhadores terceirizados e dos fornecedores de telefonia e de internet. Também negou reajuste salarial a docentes e técnico-administrativos, que reivindicam a reposição das perdas inflacionárias.

Além dos cortes orçamentários, o governador Pezão atrasou salários e parcelou o 13º dos servidores, que, desde janeiro, somente recebem no sétimo dia útil de cada mês. "É mais um absurdo. E, além disso, nosso pagamento só é creditado praticamente no final da tarde", explica uma docente do campus Maracanã. "A situação está insustentável", avalia.

Em duas assembleias concorridas, professores e técnicos-administrativos decidiram parar por tempo indeterminado a partir do dia 7 de março, próxima segunda-feira. Antes disso, participam da manifestação unificada do funcionalismo estadual prevista para esta quarta-feira (2), com concentração a partir das 15 horas em frente à Assembleia Legislativa (Alerj). Também nesta quarta (2), entram em greve os educadores da rede estadual de ensino e da Faetec.

Outra vertente cruel da crise na instituição diz respeito ao Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), que existe desde 1950, tendo se tornado hospital escola em 1963. Atualmente, dos 500 leitos disponíveis, apenas um terço está ocupado - graças aos esforços do corpo técnico e científico da unidade. O centro cirúrgico está fechado, com as cirurgias e as internações suspensas. O centro radiológico está praticamente inativado; faltam insumos médico-hospitalares e medicamentos. Trabalhadores terceirizados lotados no hospital, que atuam em áreas importantes como limpeza, manutenção, segurança e alimentação, estão praticamente paralisados porque não receberam seus salários.

Circula na rede um abaixo assinado elaborado pela comunidade do Hupe que apela ao governo do Estado, exigindo que Pezão garanta o funcionamento integral dessa unidade que presta assistência à população e desempenha importante missão de formar profissionais de saúde (o endereço da petição online éhttps://www.change.org/p/governador-do-rio-de-janeiro-n%C3%…).

A direção da Aduff-SSind apoia a luta dos servidores e estudantes da Uerj e do conjunto do funcionalismo público estadual e convida a comunidade universitária da UFF a apoiar e participar da manifestação desta quarta-feira (2).

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira

foto: Docentes da Uerj aprovaram greve, na assembleia realizada na terça-feira (1) – foto: arquivo pessoal