Fev
25
2016

Manobra impede CUV de convocar audiências para debater Huap e Ebserh

Sessão esvaziada derruba quórum e Reitoria impede que proposta seja votada; Tarcísio, diretor do Huap, foi um dos conselheiros que se retirou

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A convocação ou não de audiências públicas para debater a crise do Hospital Universitário Antonio Pedro e a Ebserh foi motivo de polêmica, impasse e de uma manobra regimental que derrubou a sessão que transcorria no auditório da Geociências, na Praia Vermelha, em Niterói, e impediu que a proposta fosse levada a voto no Conselho Universitário (CUV) da UFF.

A sessão realizada na quarta-feira (24) foi suspensa pelo decano do CUV, professor Heitor, por volta das 11h20, após conferência de quórum solicitada pelo conselheiro Lenin Pires. Estava para ser votada a proposta apresentada pelo também conselheiro Pedro Rosa, dirigente do sindicato dos técnicos-administrativos (Sintuff) e defendida por outros integrantes do CUV, que se manifestaram favoráveis à convocação de audiências para que o debate pudesse ser aprofundado. A abertura de espaço para apresentação das diversas posições com relação ao tema também vem sendo defendida pela Aduff-SSind, pelos estudantes e por muitos setores da comunidade acadêmica.

Não havia nada em pauta que fosse além da realização e de incentivo ao debate em torno de soluções para a crise no Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap). Mas a proposta causou polêmica. O conselheiro Alberto Di Sabbato, que integra a equipe da Reitoria, foi duas vezes à tribuna para defender que a decisão sobre convocar ou não fosse remetida às Câmaras Setoriais.

O diretor-geral do Huap já havia se retirado do CUV, sem externar publicamente justificativa para isso. Pouco antes, Tarcísio Rivello havia afirmado que o hospital poderia fechar caso não houvesse uma solução para o risco de perda de profissionais cujos contratos não poderiam mais ser renovados. Já ausente, foi substituído por sua suplente, favorável à realização do debate, a professora Verônica Fernandez, que recorreu à tribuna para indagar se poderia ser credenciada após a saída do titular.

O pedido de conferência de quórum, que acabou sendo feito nominalmente, porém, derrubou a sessão. Estavam presentes 45 conselheiros, quatro a menos do quórum mínimo regimental. À reportagem, o professor Lenin Pires disse ser ‘favorável ao debate’, mas argumentou que não concordaria em votar nada que não estivesse dentro do que determina o regimento. “Quem tem que decidir as coisas no Conselho são os conselheiros, simples assim”, disse. Alegou, ainda, que o clima de ‘animosidade’ não contribui para que as discussões avancem. Pouco antes de pedir a conferência de quórum, ele fizera um discurso enérgico defendendo o amplo debate na comunidade acadêmica sobre a “particularização” da universidade.