Jan
26
2016

35° Congresso: Aduff-SSind lança caderno sobre resistência de professores da UFF à ditadura

Sindicato também realizará lançamento local; datas serão divulgadas em breve

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Lara Abib - enviada à Curitiba
Foto: Fritz Nunes - SEDUSFM

"Construir a memória do movimento docente nada mais é do que a preservação da luta atual", resumiu o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Wanderson Melo, durante o lançamento do caderno "Ditadura e Resistências - A Rebeldia dos professores da UFF: do golpe de Estado à Formação da Aduff-SSind", na plenária de abertura do 35° Congresso do ANDES-SN, realizada nesta segunda (25). A publicação é fruto do projeto "Memórias da Ditadura na UFF", formado em outubro de 2013 como parte integrante do Grupo de Trabalho de História do Movimento Docente (GTHMD) da seção sindical, sob coordenação de Wanderson Melo e contribuição de Rafael Vieira.
O trabalho que resgata a história de resistência dos professores da UFF traz uma pesquisa com documentação extensa, incluindo a lista dos professores cassados durante a ditadura civil-militar no Brasil. De acordo com Wanderson, promover a discussão sobre a história do movimento docente e resistência na ditadura também significa engajar-se numa luta pela memória, resgatando temas e reivindicações importantes como a liberdade de ensinar, a defesa e consolidação do espaço democrático na universidade, a luta contra a privatização e outras pautas, que nasceram como resposta dos docentes a esse período tão obscuro da história do país.
"A luta para garantir a memória é para garantir o presente e o futuro. Porque a certeza da impunidade faz com que os agentes do estado continuem a cometer crimes. Exemplo disso é o que aconteceu na ocupação das escolas em São Paulo pelo movimento estudantil secundarista, com o surgimento de grupos paramilitares - formados por militares e funcionários do Estado  -, para agredir estudantes e destruir sua organização", ressaltou o professor da UFF de Rio das Ostras e diretor da Aduff-SSind.
Wanderson Melo explicou ainda que a iniciativa para a realização do trabalho se deu a partir das orientanções dos congressos do ANDES-SN, de buscar a experiência e a realização dos professores independente do capital privado e do governo. "O governo Dilma chamou a Comissão Nacional da Verdade, mas a sua composição foi alheia a militância histórica dos movimentos sociais e dos movimentos de vítimas de tortura, além de ter adotado uma linha de conciliação nacional,  num contexto em que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que não tem nenhum torturador preso. Por isso, nós buscamos um outro caminho", finalizou.
35° Congresso do ANDES-SN
Com o tema, "Em defesa da Educação Pública e Gratuita e do Direito dos Trabalhadores", o 35° Congresso do ANDES-SN - instância máxima de deliberação do Sindicato Nacional - começou nesta segunda (25) e vai até o dia 30 de janeiro, em Curitiba-PR. Durante o evento, docentes de todo o país definirão a centralidade da luta e os planos de lutas da entidade para 2016. O congresso deste ano conta com a participação de 74 seções sindicais, 358 delegados  e um total de 471 participantes.