Jan
25
2016

Presidente do ANDES-SN abre 35°Congresso e destaca "lugar do sindicato" diante de conjuntura adversa em 2016

"Em defesa da Educação Pública e Gratuita e do Direito dos Trabalhadores" é o tema do Congresso Nacional dos docentes que começou nesta segunda (25) e vai até o dia 30 de janeiro, em Curitiba-PR

Por Lara Abib - Enviada a Curitiba

"A agenda dos projetos aprovados no Congresso Nacional e a própria posição do governo que fez uma reforma ministerial que tira o Levy, mas anuncia que vai ter reforma da previdência, que vai ter reforma trabalhista, o veto de Dilma na auditoria cidadã da dívida: tudo isso nos leva a crer que o que se anuncia para 2016 é o agravamento da situação dos trabalhadores. Entretanto, também tivemos neste último período resposta dos movimentos, o que nos encoraja bastante", afirmou o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, na abertura do 35º Congresso do ANDES-SN, na manhã desta segunda-feira (25), em Curitiba-PR.

Rizzo citou como exemplo a luta dos estudantes secundaristas em São Paulo contra o fechamento de escolas, as jornadas das mulheres pelo "Fora Cunha" e contra o projeto de lei 5069/13 e a retomada do movimento das ruas contra o aumento das tarifas de transporte. "Os movimentos estão respondendo. Por isso, é essencial discutirmos aqui neste Congresso a necessidade de inserção nessas lutas e o lugar que este sindicato vai ter que ocupar neste próximo ano", destacou.

O presidente do ANDES-SN também ressaltou o esforço organizativo das seções sindicais para construir e participar do Congresso. Embora os números do credenciamento ainda não tenham sido divulgados, de acordo com Paulo Rizzo, o pré-credenciamento aponta para um dos maiores congressos da história do sindicato nacional.

"Mesmo com todos os ataques que este sindicato vem sofrendo - inclusive daqueles que lutam para destruir esse sindicato  e construir arremedos de um sindicato que nada mais é do que o próprio governo - o ANDES-SN permanece forte, com uma participação grande e efetiva (...).É muito importante destacar isso nesse momento porque os desafios dessa conjuntura exigem que o ANDES-SN se mantenha forte, unitário, democrático, autônomo. É importante sermos capazes de travar todas as nossas polêmicas, fazer discussões apaixonadas aqui dentro, mas aprovar resoluções que vão efetivamente nos armar para o próximo período. Declaro aberto o 35º Congresso. Viva os 35 anos do sindicato nacional, que venham mais 35 anos de luta", finalizou.

Já a vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, Maria Luiza Domingues lembrou da luta travada pelos professores paraenses e pelo funcionalismo do Paraná,  em abril de 2015, contra a mudança do regime de previdência do funcionalismo público proposto pelo governador do estado, Beto Richa (PSDB). A manifestação foi duramente reprimida por Richa, a quem o Ministério Público do Paraná responsabilizou pela operação policial que deixou mais de 200 manifestantes feridos no dia 29 de abril de 2015.

"Muito desses companheiros presentes nesse auditório entraram para a história com mais um episódio de desrespeito à educação e aos servidores públicos. Militantes que enfrentaram disparos de bala de borracha, spray de pimenta, bombas de gás, mordidas e ataques de cães de policiais militares, além dos ataques morais do governador Beto Richa. Nesse episódio de duras lutas juntamente com outros sevidores do estado, os professores tiveram perdas e salvaram alguns ganhos, mas o que prevaleceu foi a dignidade de defender os direitos  dos servidores públicos do estado do Paraná. A memória de nossas lutas é exemplo de resistência! Agora estamos em outro momento. O aqui e agora é o 35º Congresso do ANDES-SN,tempo que temos para trabalhar nossa organização e nosso plano de lutas para 2016", disse.

Convidada para compor a mesa de abertura do 35º Congresso do ANDES-SN, a estudante da UFPR e representante da ANEL, Amanda Coelho, destacou como o aprofundamento da crise econômica e política afeta a juventude brasileira. " Temos um  índice de 17% de juventude desempregada atualmete, muito maior que o  percentual do desemprego mundial na juventude. A gente sabe quem são os jovens que estão sofrendo com esse aprofundamento da crise. São os negros e as negras, as mulheres e a populaçao LGBT. O que está colocado para a juventude é a ameaça ao nosso futuro", disse.

Paulo Barela, que compunha a mesa representando a CSP-Conlutas, lembrou a greve de mais de quatro meses dos docentes de instituições federais de ensino em 2015. "Ela é a expressão política da vontade de luta dos trabalhadores para enfrentar essa crise e evitar os ataques profundos que esse governo impõe aos trabalhadores, como o ajuste fiscal que retira direito de nossa classe e ataca investimentos que deveriam ser aplicados em saúde e educação neste país", criticou.

A mesa de abertura também contou com representaçõe da ADUFPR, do SINTEST/PR, do Conselho Federal de Serviço Social, entre outros.

Atividades culturais

A Orquestra de Sete Cordas de Curitiba antecedeu a mesa de abertura do 35º Congresso. No arredores do auditório em que o encontro está sendo realizado, um varal exibe exposição fotográfica em homenagem aos 35 anos do ANDES-SN.

Lançamentos

Durante a plenária de abertura do 35º Congresso, a Aduff-SSind lançou a revista "Ditadura e Resistências - A rebeldia dos professores da UFF. Do golpe do Estado à formação da Aduff-SSind". A 57ª edição da revista Universidade e Sociedade também foi lançada, com a temática “As lutas sociais ante a agenda do capital”.