Fev
06
2014

Docentes repudiam condução de processo eleitoral para escolha de novo reitor na UFF

A eleição para novo reitor da Universidade Federal Fluminense também foi um dos pontos debatidos na assembleia geral dos docentes da UFF realizada nesta segunda-feira, dia 3. Os professores presentes na instância máxima de deliberação da categoria criticaram a forma como a Administração Central da Universidade vem conduzindo a eleição, implementando um calendário apertado e antidemocrático.

Divulgado no período de recesso da UFF, no final de janeiro, o cronograma eleitoral defendido pela administração propõe que as inscrições de chapas sejam realizadas já nos dias 11 e 12 de fevereiro. Além de esse período ainda ser de recesso para docentes e estudantes, que só retornam à Universidade no dia 17 de fevereiro, o curto espaço de tempo entre a divulgação do calendário e o início de sua vigência indignou os professores, que enxergam na pressa da Reitoria uma forma de dificultar e desencorajar a participação da comunidade universitária no processo.

Deliberações

Entendendo que a eleição direta para reitor é uma conquista histórica dos movimentos estudantil, docente e de técnico-administrativos em prol de uma universidade autônoma e radicalmente democrática, a categoria aprovou em assembleia as seguintes deliberações: construção de uma carta conjunta com movimento estudantil e Sintuff reivindicando adiamento das inscrições e propondo um novo calendário à comissão eleitoral. Elaboração de uma nota de repúdio dos docentes à Administração Central da UFF aprovada em assembleia geral da categoria, no dia 3 de fevereiro de 2014. A nota pode ser lida abaixo.

Nota de Repúdio à condução antidemocrática dada pela Administração Central da UFF ao processo eleitoral para escolha de reitor

Reunidos em assembleia geral no dia 3 de fevereiro de 2014, os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) vêm a público manifestar seu repúdio pela forma antidemocrática com que a Administração Central da UFF vem conduzindo o processo eleitoral para escolha de reitor na Universidade.

Embora a eleição direta para reitor seja uma conquista histórica dos movimentos estudantil, docente e de técnico-administrativos em prol de uma universidade autônoma e radicalmente democrática, a escolha da Administração Central da UFF por um calendário divulgado às pressas, em período de recesso de estudantes e docentes, opta pela desmobilização e cerceamento da participação ampla da comunidade universitária nessa importante decisão e no que tange à disputa política por um outro modelo de Universidade. Vale ressaltar que não há qualquer justificativa para um calendário eleitoral tão apertado: a posse do novo reitor só acontece no segundo semestre de 2014.

É inadmissível que a reitoria da Universidade Federal Fluminense aprove um cronograma que desconsidera que desde o período de publicação do calendário eleitoral até a sua vigência efetiva (data de inscrição de chapas) não tenha se passado sequer um dia letivo. O primeiro edital lançado pela Comissão Eleitoral foi divulgado no dia 13 de janeiro e publicado no site da UFF no dia 23, data que docentes e estudantes já estavam em recesso. Nele, é estabelecido que o início do processo se dará nos dias 11 e 12 de fevereiro, com a inscrição das chapas. Vale ressaltar, contudo, que a data ainda compreende o período de recesso estabelecido pela própria administração da Universidade. As aulas só recomeçam no dia 17.

Entretanto, mais do que o repúdio ao fato em si, os docentes da UFF reunidos em assembleia geral lamentam também que atitudes como essas sejam cada vez mais recorrentes na Universidade. A recusa ao diálogo e as medidas antidemocráticas que cerceam a pluralidade de vozes existentes na UFF demonstram que a eleição direta para reitor ainda é um passo muito pequeno diante de nossos anseios.

Por uma Universidade pública, gratuita de qualidade e radicalmente democrática,

Docentes da Universidade Federal Fluminense

03/02/2014