Em greve há mais de um mês, professores da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro realizam na tarde desta segunda-feira (16), nova assembleia para decidir os rumos da paralisação. No domingo (15), representantes da categoria permaneceram acampados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e participaram de atividades como saraus e confecções de cartazes.
“Ficaremos aqui até que o vice-governador [Luiz Fernando] Pezão nos receba para apresentar uma proposta de negociação realmente significativa, pois, sempre que queremos levantar negociações mais efetivas para solucionar o problema, a Secretaria de Educação se diz impossibilitada de discutir temas relacionados ao Executivo”, disse o professor de sociologia Augusto Rosa, integrante do comando de greve.
Além do reajuste salarial de 28%, uma das principais demandas da categoria é que os professores tenham uma matrícula em apenas uma escola, para que não precisem dar aulas em colégios diferentes. “Havíamos conseguido aprovar essa lei na Alerj, mas o governo vetou. Tem professor desistindo da carreira do magistério, pois precisa trabalhar em cinco ou seis escolas, sem dinheiro de passagem adicional para isso”, contou Augusto Rosa.
A categoria também exige o fim da chamada meritocracia que, segundo o professor, estabelece cotas e metas que estimulam “a aprovação automática disfarçada do aluno”. “O professor ganha bônus por aprovação. Você deixou de ter a lógica de qualidade do ensino para aprovar o aluno, para bater índices, estatísticas de aprovação”, afirmou o professor.
Os profissionais em greve também querem o cumprimento da lei federal que determina que um terço da carga horária do professor seja para planejamento e atividades extracurriculares. “O professor não trabalha só em sala de aula, precisa planejar suas aulas, corrigir provas, fazer conselho de classe, reunião pedagógica. Isso é qualidade de ensino para os alunos. Mas o profissional que tem 16 horas de carga horária, dá 12 horas de aula, em vez de 10”, argumentou Augusto Rosa.
* Com edição do ANDES-SN
* Foto: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil