Jul
24
2013

Neste sábado (27), a Marcha das Vadias ocupa as ruas de Copacabana, no Rio

À primeira vista, o nome choca. Mas também desperta a curiosidade de quem o vê. E é justamente esse o intuito da Marcha das Vadias, que acontece no Rio de Janeiro, neste sábado, a partir das 13h, na Avenida Atlântica, em frente ao Posto 5, na orla de Copabacana. Conhecida internacionalmente como “Slutwalk”, a Marcha foi criada no Canadá após um representante da polícia ter declarado, em uma palestra sobre segurança pública numa universidade do país, que as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias (“slut”, em inglês) para não serem vítimas de estupro. Diante da declaração machista, as estudantes decidiram protestar, criando um movimento que começou em Toronto e se espalhou por várias cidades do mundo, como Los Angeles, Chicago, Estocolmo, Amsterdã e, finalmente, no Brasil.

O nome é uma tentativa direta de desconstrução do rótulo ‘vadia’ e de que as mulheres devem se reprimir na forma como se vestem ou se comportam para serem aceitas na sociedade e não serem vítimas de violência. O nome da marcha dá visibilidade a essa contradição - a descontração e a ironia do nome são exatamente a expressão de conceitos preconceituosos e machistas que responsabilizam a vítima feminina pela agressão que sofre.

Além do Rio de Janeiro, a Marcha já foi realizada em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Curitiba, Aracajú, Salvador, Belém, Vitória e em outras capitais, num esforço de organizar as mulheres brasileiras na luta pela igualdade entre os sexos, em especial a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos, e pelo fim da violência de gênero e da culpabilização das vítimas de violência sexual.

Vale ressaltar que neste ano, a Marcha das Vadias do Rio, que já está em sua 3° edição, coincide com a estada do Papa na cidade, em Razão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Diante dos dados, vamos às ruas:

-  O Brasil é o 7º país no ranking da violência contra a mulher (OMS 2012)
-  A cada hora 10 mulheres registram serem vítimas violência. Em 89% dos casos o agressor é parceiro ou ex-parceiro da vítima. (Central de Atendimento a Mulher / 2012)
-  1 mulher é assassinada a cada duas horas. (Mapa da Violência 2012)
- No estado do Rio de Janeiro, 16 mulheres sofrem estupro por dia. (Instituto de Segurança Pública - 2012)
- A cada 5 horas 1 mulher é estuprada na Baixada Fluminense (ISP)