Mai
20
2013

Periferia ativa em Itaboraí: famílias do MTST ocupam prefeitura

Na última quinta-feira, dia 16 de maio, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) participou da ocupação do saguão da prefeitura de Itaboraí, motivada por mais uma paralisação das obras do PAC no distrito de Porto das Caixas e pelas sucessivas tentativas frustradas de diálogo da Comunidade da Vila Portuense com a prefeitura municipal.

Por causa da atividade, a comunidade conseguiu realizar uma reunião com o Secretário Municipal de Habitação, e saiu de lá com a promessa de que as obras seriam retomadas, impreterivelmente, na segunda, dia 20 de maio, além da garantia de que outras reivindicações, há tempos apresentadas e ignoradas, seriam, efetivamente, observadas e cumpridas. A atividade contou também com representantes da comunidade do Areal, que iniciou uma luta por regularização fundiária.

O município de Itaboraí, localizado na porção Leste da região metropolitana do Rio de Janeiro, abrange uma área que teve relevância para o funcionamento do escravismo colonial no estado, sobretudo por causa da navegação fluvial que transportava grandes quantidades de açúcar produzidas nos muitos engenhos da região.

Depois dessa funcionalidade escravocrata, Itaboraí manteve-se em situação periférica e lateral, pouco lembrado por quem não habita a região. Mas, esse município (outrora pouco lembrado), virou um “território em movimento”, e um movimento frenético. Itaboraí sediará o COMPERJ (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro), o maior complexo petroquímico da América Latina e o mai or megaempreendimento industrial do país, até então.

Dentre os vários impactos, podemos destacar a explosão dos preços dos terrenos, imóveis e aluguéis (e, por consequência, da especulação imobiliária e fundiária). Em dois anos e meio, de janeiro de 2010 a setembro de 2012, o preço do metro quadrado inflacionou-se em 322%!

Fonte: MTST