Mai
14
2013

Na UFRJ, ato pressiona pela rejeição à Ebserh, mas reitor encerra Conselho de forma arbitrária

Na UFRJ, ato pressiona pela rejeição à Ebserh, mas reitor encerra Conselho de forma arbitrária
Centenas de estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes realizaram um ato público na reunião do Conselho Universitário da UFRJ, realizado nesta quinta-feira, dia 9, pela rejeição à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Porém, diante da possibilidade de levar à votação e ver rejeitada a contratualização com a empresa, o reitor Carlos Levi encerrou a sessão de forma arbitrária, sem dar qualquer encaminhamento à questão.
“Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, hoje, 90% dos recursos destinados às pesquisas em saúde são direcionados a 10% dos problemas de saúde. Precisamos que os hospitais universitários federais funcionem numa lógica contrária à do mercado, comprometidos com os interesses da sociedade”, afirmou o professor Roberto Leher.
"A autonomia universitária surgiu para defender a universidade de interesses externos, tanto de governos, quanto do mercado. Mas o Conselho Universitário não tem o direito de ser autônomo em relação aos anseios da comunidade universitária. A reitoria tem feito chantagens e tentado impor a adesão à Ebserh, mas a comunidade acadêmica rechaça”, afirmou André Augustin, representante dos estudantes da pós-graduação.
Centenas de manifestantes carregavam faixas e cartazes contrários à privatização dos hospitais universitários. Nos intervalos, gritavam palavras de ordem como: “Da autonomia não abro mão; Ebserh é privatização!” e “À Ebserh, eu digo não; privatizar não é a solução”.
Ao longo da sessão, diversos manifestantes posicionavam-se contrários à adesão à Ebserh, principalmente em função do ataque à autonomia universitária. Vários conselheiros defenderam a proposta de rejeição à Ebserh, ligada à criação de uma comissão própria para diagnosticar os problemas e as necessidades do complexo hospitalar da UFRJ.
Com o debate se alongando, chegou-se às 14 horas. Segundo o reitor Carlos Levi, a duração do Conselho é de três horas, prorrogável por mais uma hora. Como a sessão estava prevista para começar às 10 horas, ele argumentava que tinha que encerrar a sessão. Porém, o conselheiro André Augustin leu o regimento, que diz que a duração da sessão começa a ser contada após a instalação da reunião. O secretário do Conselho confirmou que a sessão foi instalada às 11 horas, portanto poderia se estender até às 15 horas.
Porém, Levi desrespeitou o regimento e simplesmente encerrou a sessão sem qualquer encaminhamento, gerando mais protestos. A próxima reunião do Conselho Universitário da UFRJ deve acontecer no dia 23 de maio.