Abr
25
2013

Mais de 20 mil pessoas participam de marcha em Brasília

Servidores públicos, trabalhadores da iniciativa privada, aposentados e estudantes tomaram as ruas de Brasília nesta quarta-feira, dia 24, para barrar os ataques aos direitos dos trabalhadores. Os manifestantes saíram do Estádio Mané Garrincha, percorreram um lado da Esplanada dos Ministérios e encerraram a caminhada em frente ao Congresso Nacional.

Em frente ao prédio do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), os ativistas pararam para fazer um enterro simbólico do Acordo Coletivo Especial (ACE), proposta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, que conta com o apoio do governo, e representa o predomínio das negociações sobre os direitos garantidos em lei. “Eu vim aqui fazer o quê? Parar o ACE e o direito defender!” era uma das palavras de ordem mais ouvidas durante toda a marcha.

“O ANDES-SN e suas Seções Sindicais por todo o país fizeram um grande esforço para promover a unidade dos trabalhadores, e a Marcha é resultado disso. A unidade é importante para defender a educação e saúde contra os ataques, como é o caso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que privatiza a saúde e retira direitos dos trabalhadores e da população usuária”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira.

O membro da Secretaria-Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágora Lopes agradeceu as entidades “que não mediram esforços para a realização da Marcha e aquelas que fizeram debates em suas bases nos estados”. Para Atnágoras, os próximos desafios são os atos do dia 1º de maio, que devem tentar reproduzir o classismo que uniu os trabalhadores no dia 24 de abril em Brasília. “Temos que lutar contra o ACE e para anular a Reforma da Previdência comprada com o mensalão. A CSP-Conlutas se orgulha de fazer parte desse conglomerado de trabalhadores”, afirmou.

Todas as entidades exaltavam a dimensão da marcha, mas apontavam que ela é parte de uma jornada nacional de lutas, que deve prosseguir nos próximos meses, nos estados.

Ao fim do ato, quatro estudantes penduraram uma grande bandeira do arco-íris (símbolo do movimento LGBT) no Congresso Nacional, em protesto contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano. Por isso, quatro estudantes foram detidos pela polícia legislativa. Em frente ao Congresso, estudantes promoveram um ‘beijaço’, para protestar contra o machismo e a homofobia na Comissão de Direitos Humanos.

Educação protesta

Após o ato unitário, ANDES-SN, Sinasefe, Fasubra, Anel, Oposição de Esquerda da UNE, e sindicatos de professores da educação básica de diversos estados realizaram um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC).

Ali, anunciaram como uma das prioridades para o ano de 2013 a retomada da campanha pela aplicação dos “10% do PIB na educação pública JÀ!”. A ideia é reorganizar imediatamente os comitês estaduais e locais da campanha, nas escolas e universidades de todo o país.

Além disso, foi protocolado no MEC o resultado do Plebiscito Nacional sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que teve mais de 62 mil votos, sendo mais de 60 mil contrários à Ebserh. A Frente Nacional contra a privatização da Saúde esteve presente e destacou a importância de garantir que os hospitais universitários federais continuem ligados às Instituições Federais de Ensino (IFE), e não à Ebserh.

Antes de encerrar o ato, o ANDES-SN promoveu o lançamento da revista Dossiê sobre a precarização das condições de trabalho nas IFE. Uma das pautas da greve nacional dos docentes das IFE em 2012, a precarização das condições de trabalho sequer entrou nas negociações com o governo, que se mostrou intransigente. Por isso, o tema continua como pauta prioritária do movimento docente. O dossiê é fruto exatamente do esforço de organização e consolidação das informações sobre a realizadade das condições de trabalho nas IFE de todo o Brasil.