Abr
11
2013

Ato contra a implementação da EBSERH recebe apoio dos usuários do HUAP

A população de Niterói respondeu ao chamado do Comitê em Defesa do Hospital Antônio Pedro (HUAP), em ato na manhã desta quinta-feira, 11, em frente ao hospital universitário. Convidados a participarem do Plebiscito Nacional sobre a EBSERH, os usuários do HUAP não apenas votaram em peso contra a implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e a consequente privatização do Antônio Pedro, como fizeram questão de compartilhar seus depoimentos durante a manifestação.

“Eu dependo desse hospital, assim como os meus filhos - um tem asma e outro sofreu um AVC. Se privatizarem o Antônio Pedro, Niterói vai ficar sem hospital, nossa família vai ficar sem hospital. É um absurdo isso porque a qualidade do SUS já está ruim e eles querem piorar, mexendo no hospital que ainda nos atende bem”, afirma Magna Valéria, 43 anos, vendedora de salgados.

O rodoviário aposentado de 70 anos, Éden Ribeiro Barbosa, compartilha da opinião de Magna. “O hospital público está aqui para beneficiar o povo de baixa renda. Se isso for privatizado, o povo tá perdido. Eu não posso e tenho certeza que muita gente não pode pagar plano de saúde. Então a gente tem que ser contra mesmo!”, disse.

Moradora de São Gonçalo, a diarista Zuléia Francisca Rosa faz tratamento demartológico no HUAP e não sabe o que vai ser do hospital caso a EBSERH seja implementada. “Esse hospital não é só dos moradores de Niterói, muita gente vem da Baixada ser atendido aqui, por isso fico preocupada com essa privatização. Prefiro que ele continue público”, declara.

O ato, organizada pela ADUFF, DCE e Sintuff,  foi uma resposta  às recentes declarações do reitor da UFF, Roberto Salles, e do diretor geral do HUAP, Tarcísio Rivello, que, nos últimos dias, posicionaram-se a favor da adesão à EBSERH. A manifestação também teve como objetivo divulgar o Plebiscito Nacional sobre a EBSERH, que  visa aferir a opinião da população brasileira a respeito da adesão dos Hospitais Universitários Federais à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e informar a comunidade acadêmica e usuários dos HU’s sobre a empresa e os riscos que ela apresenta ao SUS e à autonomia universitária..

“Esse ato mostrou a importância da população se envolver na defesa do hospital universitário público, o que significa mantê-lo vinculado ao SUS e dizer não a EBSERH, que é uma forma de privatização do hospital. Nós, enquanto comunidade acadêmica, nos comprometemos a lutar pela manutenção do hospital escola desvinculado dessa empresa que, se for instalada, irá ferir a autonomia universitária e os processos de ensino e aprendizado que se dão no HUAP”, declarou a presidente da ADUFF, Eblin Farage.