Abr
08
2013

Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas é criada em Encontro

Após três dias de intensos debates, os representantes de 22 países, dezenas de organizações sindicais da Europa, América, África e Ásia cumpriram a agenda de discussões propostas pelo Encontro Internacional do Sindicalismo Alternativo e de Luta, realizado em Paris, na França, entre os dias 22 e 24 de março. O evento contou com cerca de 200 participantes.

A delegação brasileira foi composta por 45 delegados, entre eles o 2º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN e encarregado de Relações Internacionais do Sindicato, Osvaldo Coggiola, que representou a entidade. “O Encontro é positivo para se ter um panorama do movimento de sindicalismo alternativo e como ele se organiza em quatro continentes, da América, Europa, África – principalmente o norte –, até a Ásia. Fiquei muito impressionado com algumas delegações, como a Central Sindical Turca, que se mostrou muito representativa”, afirmou Coggiola.

Para o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Sebastião Carlos “as discussões foram muito ricas, expressando a diversidade das representações existentes e as experiências das organizações dos distintos países, com destaque para os Estados europeus em que os trabalhadores estão à frente de mobilizações importantes neste momento, e os países da região do Magreb, norte da África, região que vive um convulsionado processo de lutas, revoluções e guerra civil entre alguns países”.

Várias reuniões setoriais foram realizadas durante o encontro, entre elas a do setor de Educação, considerada muito produtiva pelo diretor do ANDES-SN. “Estabelecemos vínculos com várias entidades, entre eles os sindicatos de educadores da Tunísia, Marrocos e Argentina. Nesta articulação, criamos um setor educacional em todos os níveis, que será coordenado em princípio pela CGT da Espanha. Devemos continuar na articulação, que ainda é precária, mas já se mostra concreta, de todos os sindicatos”, conta Coggiola.

A fim de avançar no processo de integração e coordenação dos sindicatos alternativos, foi criada a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas. Duas resoluções foram aprovadas pela maioria dos presentes: uma declaração que expressa os princípios gerais que motivam a unidade e integração dos movimentos reunidos em Paris, o tipo de sindicalismo que as entidades presentes defendem – de luta, democrático, independente dos governos e patrões, internacionalista – e que constituem a Rede; e um manifesto a ser trabalhado pelas organizações em 1º de maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, que aponta um programa de enfrentamento aos efeitos da crise econômica e uma alternativa dos trabalhadores, como a defesa da suspensão do pagamento das dívidas externas, dos direitos os trabalhistas e previdenciários, do emprego e demais direitos sociais, a estatização dos sistemas financeiros, a internacionalização das lutas e o rechaço a todos os governos que aplicam os planos de austeridade e ataques aos trabalhadores e povos do mundo. O manifesto defende ainda a autodeterminação dos povos, com destaque para a luta palestina e do povo sarauhi (Saara Ocidental), os direitos da juventude, a resistência a toda forma de opressão e preconceito, entre outras bandeiras.

Foram aprovadas diversas moções, inclusive as duas propostas pelo ANDES-SN, relacionadas à interpelação judicial sofrida pelo professor da Unicamp Ricardo Antunes movida pela Proifes e ao caso da professora da PUC-SP Beatriz Aramides, que foi surpreendida por uma carta da Reitoria informando-a de abertura de processo administrativo.

(Fonte: ANDES-SN, com informações da CSP-Conlutas)