Set
09
2024

30 anos de resistência | Grito dos Excluídos pediu passagem na luta por direitos e pela vida

"Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?" O questionamento é o mote do Grito dos Excluídos deste ano, que ocupou as ruas de todo o país no último sábado, durante o feriado de 7 de setembro

30 anos de resistência | Grito dos Excluídos pediu passagem na luta por direitos e pela vida / Imprensa Aduff

Trinta anos após surgir com o lema "Vida em Primeiro Lugar", a mobilização segue dando as costas para os desfiles cívico-militares e ecoando as vozes das excluídas e dos excluídos por todo o Brasil.

No Rio de Janeiro, o ato se concentrou na esquina da Uruguaiana com Av. Presidente Vargas e foi até a Praça Mauá, na luta por direitos para a classe trabalhadora e para a população historicamente marginalizada da sociedade. A Aduff-SSind esteve presente.  

Para Eró Silva, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), é impossível dizer que o Brasil é independente “enquanto temos povos e populações tradicionais em plena guerra pelos seus territórios, em um país em que o agronegócio quer determinar o que esses locais precisam ser e deixar de ser, no momento que estamos vivenciando mudanças climáticas, e que embora o preço dos alimentos esteja caindo, ainda temos na cidade do Rio de Janeiro mais de 500mil famílias passando fome”.

Presente no 30° Grito, ela destacou a importância dos movimentos populares estarem nas ruas dialogando com a população, inclusive sobre a conjuntura internacional. “São 30 anos de resistência num ano em que a gente está vendo guerras pelo mundo, povos tendo sua soberania colocada em xeque e o genocídio contra o povo palestino”, destacou. 

Integrante da Organização do 40° Grito dos Excluídos no Rio, a economista e educadora popular, Sandra Quintela, concorda. Para ela, o mote deste ano “conecta o que está acontecendo na Palestina aos territórios brasileiros, indígenas, quilombolas e periferias, onde as vidas parecem que não importam”.

Para Quintela, o questionamento também é uma afirmação. “Sim, a gente se importa com a vida do povo palestino, com a vida do povo da periferia, do povo negro. Com a vida daqueles e daquelas que não têm acesso à saúde, educação, ao transporte, saneamento”, reitera.

No 30° Grito, Telma “Tupinambá” Peoli denunciou os incêndios criminosos que se alastram pelo país, “queimando vivos os animais, junto com as árvores e todos os habitantes das florestas”. “(...) A fumaça dos incêndios cobre o céu de todo o Brasil. Ela adoece o corpo e a alma de nós, que somos guardiãs da floresta”, disse.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

30 anos de resistência | Grito dos Excluídos pediu passagem na luta por direitos e pela vida / Imprensa Aduff

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