Trinta anos após surgir com o lema "Vida em Primeiro Lugar", a mobilização segue dando as costas para os desfiles cívico-militares e ecoando as vozes das excluídas e dos excluídos por todo o Brasil.
No Rio de Janeiro, o ato se concentrou na esquina da Uruguaiana com Av. Presidente Vargas e foi até a Praça Mauá, na luta por direitos para a classe trabalhadora e para a população historicamente marginalizada da sociedade. A Aduff-SSind esteve presente.
Para Eró Silva, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), é impossível dizer que o Brasil é independente “enquanto temos povos e populações tradicionais em plena guerra pelos seus territórios, em um país em que o agronegócio quer determinar o que esses locais precisam ser e deixar de ser, no momento que estamos vivenciando mudanças climáticas, e que embora o preço dos alimentos esteja caindo, ainda temos na cidade do Rio de Janeiro mais de 500mil famílias passando fome”.
Presente no 30° Grito, ela destacou a importância dos movimentos populares estarem nas ruas dialogando com a população, inclusive sobre a conjuntura internacional. “São 30 anos de resistência num ano em que a gente está vendo guerras pelo mundo, povos tendo sua soberania colocada em xeque e o genocídio contra o povo palestino”, destacou.
Integrante da Organização do 40° Grito dos Excluídos no Rio, a economista e educadora popular, Sandra Quintela, concorda. Para ela, o mote deste ano “conecta o que está acontecendo na Palestina aos territórios brasileiros, indígenas, quilombolas e periferias, onde as vidas parecem que não importam”.
Para Quintela, o questionamento também é uma afirmação. “Sim, a gente se importa com a vida do povo palestino, com a vida do povo da periferia, do povo negro. Com a vida daqueles e daquelas que não têm acesso à saúde, educação, ao transporte, saneamento”, reitera.
No 30° Grito, Telma “Tupinambá” Peoli denunciou os incêndios criminosos que se alastram pelo país, “queimando vivos os animais, junto com as árvores e todos os habitantes das florestas”. “(...) A fumaça dos incêndios cobre o céu de todo o Brasil. Ela adoece o corpo e a alma de nós, que somos guardiãs da floresta”, disse.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib