Jul
03
2024

Em primeiro CUV pós-greve, setores que construíram movimento defendem recomposição total do orçamento das universidades

Na avaliação de conselheiro(a)s, greve denunciou cenário de desfinanciamento atual das universidades e pressionou o governo a promover uma recomposição orçamentária parcial. A luta agora é pela recomposição total do orçamento. 

Na primeira reunião do Conselho Universitário (CUV) da UFF após o final da greve na Universidade, conselheiros e conselheiras dos três segmentos, que construíram a greve da Educação Federal na instituição, saudaram o movimento por colocar na pauta do dia a importância da recomposição orçamentária para as instituições federais de ensino.

Apesar de o acordo com o governo ter sido insuficiente do ponto de vista do reajuste salarial para servidores e servidoras, na avaliação de conselheiros e conselheiras técnicas e estudantis, a greve conseguiu não só denunciar o cenário de desfinanciamento atual da universidade, como pressionar o governo a promover uma recomposição orçamentária parcial de R$ 740 milhões, anunciada após reunião com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

O montante, entretanto, está muito aquém do que a própria Andifes defendia para este ano, com valor adicional de R$ 2,5 bilhões para recompor o orçamento e elevá-lo para R$ 8,5 bilhões, no intuito de aproximar o orçamento deste ano ao de 2017 - corrigido pelo IPCA do período.

Os setores que construíram a greve reafirmaram na reunião do Conselho Universitário que a luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade não se encerra com o final do movimento grevista, pelo contrário. Segue sendo essencial a pressão e a mobilização para a recomposição orçamentária total das instituições federais de ensino.  A reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (03), em ambiente virtual.

Conselheiros técnico(a)s-administrativos, preocupados com casos de assédio moral no pós-greve, também cobraram a Reitoria para que a reposição do serviço represado seja feita da maneira que foi acordada localmente entre trabalhadores e a Administração da Universidade (e também nacionalmente, no acordo assinado entre a Fasubra e o governo), com a reposição de todo o trabalho represado, e não das horas não trabalhadas. Antonio Claudio Lucas da Nóbrega se manifestou e garantiu que o acordo será cumprido.

Provocado pelo movimento estudantil, o reitor da instituição ainda reiterou o compromisso feito aos discentes, em audiência após o final da ocupação estudantil do prédio da reitoria, de criar um grupo de trabalho para discutir a viabilidade do retorno presencial das reuniões dos conselhos superiores da Universidade. A reivindicação é uma pauta unificada dos três setores, apresentada durante a greve, como parte de uma política em defesa da democracia e da transparência na UFF.

Também é solicitação dos três segmentos o acompanhamento às obras na Universidade, além da garantia do debate do orçamento com a comunidade acadêmica, compromisso firmado pelo Reitor, na mesma audiência com estudantes.

No Conselho Universitário, Antonio Claudio expôs os critérios do governo para a realização das obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) na universidade, com a orientação de que a UFF priorize obras com contratos em andamento, e que atendam, prioritariamente, cursos de graduação e assistência estudantil e reforçou a importância da recomposição orçamentária. Cobrado, disse que a Reitoria irá se reunir com todos os campi e fornecer mais detalhamentos.

Os três segmentos seguem na reivindicação para o retorno presencial dos conselhos superiores como forma de efetiva democracia universitária.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

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