Os Comandos de Greve da Aduff, do Sintuff e do DCE se reuniram mais uma vez na tarde desta quarta-feira (26), na sede do sindicato de professores, para o acompanhamento presencial e ao vivo da retransmissão da reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx).
A atividade, que é parte das atividades unificadas da greve dos três setores e uma política de defesa da democracia e da transparência na UFF, ganhou novos contornos após a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade, que tem à frente o professor José Walkimar de Mesquita Carneiro, pedir urgência para a inclusão da discussão sobre a redefinição do Calendário Acadêmico na reunião desta quarta (26).
A reorganização de calendário visa repor os dias de aulas não realizados em função da greve - iniciada por docentes em 29 de abril, por discentes em 11 de abril e por técnicos e técnicas-administrativas em 11 de março.
Entretanto, a proposta da Prograd – aprovada na reunião desta quarta (26) - sequer foi divulgada oficialmente para a comunidade universitária, tendo sido enviada na tarde de terça-feira (25), com um dia de antecedência antes da votação, apenas para conselheiros e conselheiras do CEPEx, coordenadores de curso e chefes de departamento.
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Apesar do apelo dos conselheiros estudantis, que problematizaram o curto tempo de discussão para a reorganização do calendário e o atropelo aos estudantes, impossibilitados de consultarem seus pares sobre o tema, o CEPEx votou por maioria, 16 votos favoráveis contra 7 contrários, pela urgência na votação sobre a reorganização do calendário.
Na última reunião do Comando Local de Greve da Aduff, realizada na tarde de terça, docentes em greve também criticaram o fato de a Reitoria ter optado por encaminhar a proposta “em cima da hora”, sem buscar o debate democrático com a comunidade acadêmica e com as entidades representativas de docentes, estudantes e técnicos.
Conselheiros dos três setores ainda problematizaram na reunião o fato de as alterações no calendário acadêmico para o pós-greve terem sido votadas antes da realização da assembleia da Aduff-SSind, que irá deliberar nesta quinta-feira (27) sobre a data do encerramento do movimento paredista docente na Universidade.
Calendário
A proposta aprovada no CEPEx foi a mesma apresentada pela Reitoria através da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), com a reposição das aulas do semestre de 2024.1 entre 1º de julho e 31 de agosto e o segundo semestre letivo (2024.2) entre 23 de setembro a 06 de fevereiro, com recesso entre 23 de dezembro e 5 de janeiro.
Avaliação
Para a professora Nazira Camely, que esteve presente na atividade promovida pelos comandos unificados em greve na UFF, a forma como a reunião do CEPEx foi conduzida demonstra a falta de democracia da Reitoria. “Achei um absurdo essa reunião e a forma como estudantes foram tratados com deboche, com risinho, com a desqualificação do que democraticamente dizem como conselheiros”.
Ela ressaltou que o que aconteceu na reunião do CEPEx é inédito na história das greves na UFF. “A Aduff ainda não saiu da greve, votou por um indicativo na semana passada que será apreciado amanhã, como é seu método democrático, na assembleia de amanhã dia 27”, disse.
Em assembleia docente realizada em 20 de junho, a categoria havia aprovado, inclusive, uma resolução que defendia que a Aduff-SSind participasse de um comitê para revisão do calendário escolar e acadêmico após o fim da greve, indicado para 1º de julho. A docente da Faculdade de Economia também reiterou a importância dos comandos terem se organizado para acompanhar os conselhos superiores durante a greve, atividade. “Forçou essa reitoria a ser menos autoritária”, avalia.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib