Mai
30
2024

Greve docente na UFF faz um mês e movimento nacional da categoria segue crescendo

Número expressivo de Atividades de Greve, com busca de diálogo também com a população, tem sido uma das marcas do movimento paredista, que nesta segunda (3) terá um Dia Nacional de Mobilização, com atos em Brasília, nos estados e pressão também nas redes sociais. 

 

Passeata nas ruas do Rio: greve completa um mês na UFF Passeata nas ruas do Rio: greve completa um mês na UFF / Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Da Redação da Aduff

A greve dos professores e professoras da Universidade Federal Fluminense completou um mês no dia 29 de maio de 2024. Os técnicos e as técnicas-administrativas também estão paralisados desde 11 de março, e estudantes aderiram à greve em 11 de abril. Instrumento de pressão, a greve da Educação Federal completou 30 dias envolvendo quase 60 Instituições Federais de Ensino.

A luta é pela recomposição do orçamento das Universidades, Institutos e Colégios Federais; pelo reajuste salarial que reponha as perdas acumuladas nos últimos anos; pela reestruturação posterior da carreira e pela revogação imediata da IN 66 (Instrução Normativa), do ponto eletrônico para docentes da carreira EBTT (Portaria 983) e da lista tríplice e dos interventores nas instituições federais de ensino.

Na UFF, diversas atividades de greve – entre rodas de conversas, aulas públicas, debates, oficinas, exibição de filmes, panfletagens – têm movimentado os campi em Niterói e fora de sede. A Aduff tem divulgado as ações organizadas por docentes para mobilizar a comunidade e dar visibilidade à luta em defesa da Universidade Pública.

*Atividades de greve na UFF: como divulgá-las nas plataformas de comunicação da Aduff - Acessar aqui no site da Aduff

Docentes também têm ido às ruas para protestar e exigir que o governo negocie efetivamente com o Andes-SN, como fizeram ao participar dos atos unificados da Educação no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio de Janeiro - nos dias 9 e 29 de maio; de manifestação, em 19 de maio, na Quinta da Boa Vista. Estas atividades foram construídas pelo Fórum dos Comandos de Greve do Rio de Janeiro, com a participação das entidades sindicais em educação que estão em greve, incluindo a Aduff-SSind e a regional Rio de Janeiro do Andes-SN.

Ao longo deste período, foram realizadas várias reuniões do Comando Local de Greve e mais algumas reuniões do Comando Unificado de Greve na UFF. 

Docentes da UFF também estiveram representados no Comando Nacional de Greve, em Brasília, por João Claudino Tavares e Susana Maia - professor e professora em Rio das Ostras e dirigentes da Aduff-SSind - e Eblin Farage - docente da Escola de Serviço Social. Participaram de diversas ações na capital federal, especialmente na frente do MGI - Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Destacam-se ainda, neste contexto de paralisação por tempo indeterminado, as duas reuniões realizadas com a Reitoria da UFF, nos dias 2 e 20 de maio, para tratar da recomposição do orçamento e da pauta interna na universidade, com a defesa de suspensão do calendário acadêmico pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e o retorno às reuniões presenciais dos órgão superiores. Em mais uma iniciativa articulada pela Aduff, Sintuff e DCE Fernando Santa Cruz, os três segmentos puderam acompanhar, da sede da seção sindical do Andes-SN, as mais recentes reuniões do Conselho Universitário (CUV) e do CEPEx realizadas, respectivamente, em 8 e 15 de maio.

Proposta do governo 

Em meio ao debate pela reestruturação da carreira, o Comando Local de Greve também viabilizou um seminário temático, em modalidade híbrida, para discutir o assunto e explicar a razão pela qual é ruim para a categoria, especialmente aposentados, a proposta apresentada pelo governo em 15 de maio e assinada com a Proifes no dia 27 deste mês. Um brutal e desrespeitoso ataque à Educação Pública, denunciou a bancada sindical na mesa de negociação específica, dado à revelia da base da própria entidade paralela e contrariando o resultado de quase todas as assembleias; 58, para ser mais exato. 

Na assembleia descentralizada e simultânea ocorrida em 23 de maio, docentes da UFF aprovaram por ampla maioria uma contraproposta, que foi levada ao Comando Nacional de Greve, em Brasília. 

A luta pela retomada das negociações por parte do governo vai continuar, num movimento que já tem como marca o alto volume de atividades de greve. Atividades que envolvem docentes, técnicos, estudantes e vai além dos muros da universidade, expondo diariamente as pautas desta luta. 

Nacionalmente, a mobilização já soma 59 instituições de ensino superior federais em greve e vai crescer: no dia 3 de junho as professoras e professores da Universidade Federal do Piauí fazem a sexagésima adesão ao movimento paredista nacional, iniciado em 15 de abril de 2024, demonstrando que a greve não só continua como segue crescendo.

Da Redação da Aduff
Por Aline Pereira e Hélcio Lourenço Filho
*Atualizada em 30 de maio de 2024, às 18h.

Passeata nas ruas do Rio: greve completa um mês na UFF Passeata nas ruas do Rio: greve completa um mês na UFF / Luiz Fernando Nabuco/Aduff